Guia Liège-Bastogne-Liège 2019
Liège-Bastogne-Liège, também conhecida por 'La Doyenne' (a mais velha), é
a mais antiga clássica dos cinco monumentos do ciclismo, a primeira
edição foi disputada em 1892, ganha por Léon Houat, que repetiria nos dois anos
seguintes.
O corredor italiano, Michele Bartoli considerava a 'La Doyenne' como 'a
clássica mais bela do calendário', mas não se referia propriamente à
beleza do cenário, mas sim ao desafio que era vencer a prova, onde quem
vencia era de facto o mais forte.
A Liége-Bastogne-Liége é a clássica onde os melhores classicómanos e
os melhores corredores de corridas de etapas se encontram, o terreno
não favorece nenhum deles, o que torna este confronto ainda mais
fascinante.
História
A quantidade de histórias sobre a 'La Doyenne' são infindáveis, a prova nasceu porque um grupo de entusiastas de Liège, os Liège Cyclist Union, queriam imitar as grandes provas da altura, Bordeaux-Paris e Paris-Brest-Paris, o objectivo era fazer, Liège-Paris-Liège, a prova teria uns espantosos 845 quilómetros! Porém, o primeiro passo foi fazer uma corrida teste, a partida foi em Liège seguia até Bastogne e os ciclistas voltaram para Liège. E porquê Bastogne? A razão é simples, os organizadores podiam ir de comboio até Bastogne, verificarem se os corredores de facto chegavam a Bastogne, aqueles que não passassem no checkpoint, foram desqualificados. A ideia inicial nunca foi posta em prática e o sucesso da prova teste fez com que se tornasse num dos marcos do ciclismo mundial.
Em termos de vitórias, Eddy Merckx é o recordista com cinco vitórias. Aqui fica a lista dos mais vitoriosos:
5-Eddy Merckx (Bel) 1969, 1971, 1972, 1973, 19754-Moreno Argentin (Ita) 1985, 1986, 1987, 1991
4-Alejandro Valverde (Spa) 2006, 2008, 2015, 2017
3-Léon Houa (Bel) 1892, 1893, 1894
3-Alfons Schepers (Bel) 1929, 1931, 1935
3-Fred De Bruyne (Bel) 1956, 1958, 1959
2-Louis Mottiat (Bel) 1921, 1922
2-René Vermandel (Bel) 1923, 1924
2-Richard Depoorter (Bel) 1943, 1947
2-Prosper Depredomme (Bel) 1946, 1950
2-Ferdi Kübler (Swi) 1951, 1952
2-Joseph Bruyère (Bel) 1976, 1978
2-Bernard Hinault (Fra) 1977, 1980
2-Seán Kelly (Ire) 1984, 1989
2-Michele Bartoli (Ita) 1997, 1998
2-Paolo Bettini (Ita) 2000, 2002
2-Alexander Vinokourov (Kaz) 2005, 2010
A Bélgica é de longe o grande dominador:
59-Bélgica
12-Itália
6-Suiça
5-França
4-Holanda
4-Espanha
4-Espanha
3-Rep. da Irlanda
3-Cazaquistão
3-Luxemburgo
3-Luxemburgo
2-Alemanha
1-Dinamarca
1-Rússia
1-Estados Unidos
1-Austrália
últimos 10 vencedores
2009 Andy Schleck (LUX) Team Saxo Bank2010 Alexandre Vinokourov (KAZ) Astana
2011 Philippe Gilbert (BEL) Omega Pharma–Lotto
2012 Maxim Iglinsky (KAZ) Astana
2013 Dan Martin (IRL) Garmin–Sharp
2014 Simon Gerrans (AUS) Orica–GreenEDGE
2015 Alejandro Valverde (ESP) Movistar Team
2016 Wout Poels (NED) Team Sk
2017 Alejandro Valverde (Spa) Movistar Team
2018 Bob Jungels (Lux) Quick-Step Floors
Edição 2018
1 Bob Jungels (Lux) Quick-Step Floors 6:24:44 2 Michael Woods (Can) EF Education First-Drapac p/b Cannondale 0:00:37
3 Romain Bardet (Fra) AG2R La Mondiale
4 Julian Alaphilippe (Fra) Quick-Step Floors 0:00:39
5 Domenico Pozzovivo (Ita) Bahrain-Merida
6 Enrico Gasparotto (Ita) Bahrain-Merida
7 Davide Formolo (Ita) Bora-Hansgrohe
8 Roman Kreuziger (Cze) Mitchelton-Scott
9 Sergio Henao (Col) Team Sky
10 Jakob Fuglsang (Den) Astana Pro Team
Percurso
Liège - Liège (256 Km)
⌚ 9:00 hora de PT continental
A organização decidiu alterar a parte final da prova de forma a tornar a corrida mais interessante e menos monótona. São
256
quilómetros nas Ardenas, com o constante sobe e desce. Onze subidas
categorizadas,
sendo que os últimos 90 quilómetros são os mais 'cruéis', das onze
subidas, oito delas estão nesta fase da corrida, o que torna esta prova,
particularmente dura.
Aqui ficam as 11 subidas categorizadas:
- Cote de La Roche-en-Ardenne (382 m, 3.3 Km @ 4.8%, Km 75.2),
- Cote de Saint Roch (450 m, 0.9 Km @ 10.3%, Km 120.9),
- Cote de Mont-le-Soie (557 m, 2.0 Km @ 5.6%, Km 161.4),
- Cote de Wanne (492 m, 2.0 Km @ 8.2%, Km 169.3),
- Cote de Stockeu (stèle Eddy Merckx) (404 m, 1.1 Km @ 11.3%, Km 176.0),
- Col de la Haute-Levée (509 m, 4.4 Km @ 5.2%, Km 182.1),
- Col du Rosier (559 m, 4.4 Km @ 5.6%, Km 194.5),
- Col du Maquisard (368 m, 2.9 Km @ 5.2%, Km 207.7),
- Cote de la Redoute (309 m, 2.2 Km @ 8.0%, Km 219.5),
- Cote des Forges (286 m, 1.3 Km @ 7.9%, Km 231.4),
- Cote de la Roche-aux-Faucons (213 m, 1.3 Km @ 9.9%, Km 241.2).
Os
corredores partem de Liège, percorrem 102,5 quilómetros até a Bastogne,
altura em que regressam em direção à província de Liège. São mais de
4000 metros de subida acumulada, que por si só vai selecionando ao longo dos quilómetros. A primeira triagem a sério deverá ser na
Côte de la Redoute, como tem sido habitual.
Os últimos 5 quilómetros depois da Côte de la Roche-aux-Faucons, são relativamente fáceis. No entanto se chover, a viragem à direita a 2500 metros da meta é perigosa e pode apanhar desprevenidos os menos atentos.
Condições meteorológicas
Os últimos 5 quilómetros depois da Côte de la Roche-aux-Faucons, são relativamente fáceis. No entanto se chover, a viragem à direita a 2500 metros da meta é perigosa e pode apanhar desprevenidos os menos atentos.
Condições meteorológicas
Possibilidade de chuva durante a manhã e a tarde, temperaturas baixas para a época do ano, a rondar os 9ºC. O vento irá soprar moderado de oeste, ideal para que os cortes apareçam.
Startlist
Aqui
Favoritos
Astana
Mostrou na Amstel e na Flèche-Wallone que é uma das equipas mais fortes nas Ardenas e tem um dos ciclistas do momento, Jakob Fuglsang.
O dinamarquês para vencer terá de mexer na corrida de longe, para fazer a seleção, acreditamos que é esse o plano da equipa cazaque.
Sunweb
Com Tom Dumoulin de regresso do estágio em altitude, a equipa alemã fica bem mais forte para o apoio a Michael Matthews, que deve ser a principal aposta.
Este bem na Flèche Wallone, acabou entre os 10 primeiros, apesar do australiano ter confessado ainda não estar no melhor.
Emirates
Dan Martin já avisou que não está para vencer, por isso vai apoiar Diego Ulissi, Rui Costa e Sergio Henao. O italiano foi o melhor do resto na Flèche Wallone, acabou no pódio, por sua vez, Rui Costa pouco se tem visto, mas na Amstel foi 13º e na 26º na Amstel e Flèche Wallone respetivamente. O poveiro já fez pódio na Liège-Bastogne-Liège, é uma das provas que melhor se adequa a ele.
Sky
Michal Kwiatkowski já fez pódio na prova, mas nunca a venceu, Wout Poels por usa vez já a venceu. No entanto pelo o que mostrou até agora, o polaco deve ser a aposta da equipa britânica. Tao Gheoghan Hart esteve muito forte no Tour of the Alps, veremos o que pode fazer aqui para ajudar os líderes.
Lotto-Soudal
Bjorg Lambrecht é o nome do momento na equipa belga, mas se as condições meteorológicas forem péssimas, Tim Wellens é sem dúvida o homem a acompanhar.
Wellens tanto na Amstel como na Fleche Wallone desiludiu um pouco, já o jovem Lambrecht tem sido o melhor da equipa nesta campanha das Ardenas. Jelle Vanendert é outro nome que ano após ano aparece a andar bem nas Ardenas, já se mostrou na Flèche Wallone.
Bora-Hansgrohe
Maximilian Schachmann apserentou-se nas Ardenas como um dos principais nomes e não tem desiludido, está em grande forma e é mais uma vez um dos principais candidatos.
Mas a equipa alemã ainda tem mais duas cartas, Davide Formolo e Patrik Konrad são dois ciclistas a ter em conta, principalmente o italiano, que gosta desta prova.
Julian Alaphilippe
Foi o grande derrotado na Amstel, mas vingou-se na Flèche Wallone. Esta temporada já mostrou melhores pernas que neste momento.
É com Fuglsang o grande favorito a vencer, o francês não pode é ficar à espera do trabalho dos outros como na Amstel. O seu sprint é uma vantagem mas por outro lado uma desvantangem, já que a maioria não está disposta a trabalhar com ele, como outros ao longo da história da modalidade, tem de aprender a lidar com isso.
A Deceuninck-Quick Step curiosamente não apresenta o conjunto mais forte, Jungels não irá defender a vitória de 2018, Philippe Gilbert já venceu o que queria este ano, Enric Mas trabalhou bem na Flèche Wallone mas é curto porque o restante elenco é bastante limitado para aquilo que nos habituou a equipa belga.
Foi 3º no ano passado e este ano pretende voltar a lutar pelo pódio. O francês dá-se bem nestas clássicas duras e cheias de muros.
Esteve bem na Amstel e assim-assim na Flèche Wallone.
Adam Yates
Caiu na Flèche-Wallone, mas não parece grave. As subidas curtas e explosivas encadeadas assentam-lhe bem. O grande problema para o britânico é a meteorologia, se conseguir ultrapassar essa barreira é um dos candidatos ao pódio.
Alejandro Valverde
Está a realizar a pior campanha nas Ardenas dos últimos anos. Na Amstel esteve completamente desaparecido em combate, obteve um dos piores resultados que há memória e na Flèche Wallone nem top-10 conseguiu.
A forma física está longe da ideal, a idade começa a pesar, no entanto, não se pode menosprezar um ciclista como o espanhol.
Mostrou no Tour of the Alps estar no bom caminho para a melhor forma. As últimas participações de Nibali na prova, foram fracas, porém tal como Valverde nãos e deve menosprezar a capacidade do tubarão, ainda para mais com o que mostrou esta semana.
⭐⭐⭐⭐⭐ Jakob Fuglsang, Julian Alaphilippe
⭐⭐⭐⭐ Romain Bardet, Michal Kwiatkowski
⭐⭐⭐ Maximilian Schachmann, Tim Wellens, Adam Yates
⭐⭐ Vincenzo Nibali, Alejandro Valverde, Davide Formolo, Michael Matthews, Tom Dumoulin
⭐ Jelle Vanendert, Diego Ulissi, Rui Costa, Bjorg Lambrecht, Simon Clarke, Greg Van Avermaet, Michael Woods
A nossa aposta: Jakob Fuglsang
Joker: Michal Kwiatkowski
(a partir das 13:00, hora de Portugal Continental)
Post a Comment