Guia da Volta ao Algarve 2018 (2.HC)
A Volta ao Algarve ou como carinhosamente é tratada pelas gentes da região, Algarvia,
é a prova portuguesa com maior prestígio lá fora. Apesar de não ser
a mais importante e popular para os adeptos da modalidade em Portugal,
para os ciclistas e equipas portuguesas, essa naturalmente é a Volta a
Portugal.
Nos
últimos anos, a Algarvia, tem trazido constantemente alguns dos
melhores ciclistas do pelotão internacional e algumas das melhores
equipas. A posição privilegiada no calendário e as condições
climatéricas favoráveis, fazem com que as equipas estrangeiras escolham o
Algarve para que os seus ciclistas ganhem ritmo, para enfrentarem as
corridas mais importantes da época, que aparecerão mais à frente.
Em
2018, a prova comemora a sua 44ª edição. A primeira edição foi em 1960,
entre 1962 e 1976 a corrida não se realizou, voltando em 1977. Nesse
ano a prova foi ganha por Belmiro Silva, que curiosamente venceria por mais
duas vezes, o que faz com que seja o recordista de vitórias à geral.
Os
portugueses dominam a lista de vencedores, mas nos últimos 10/15 anos,
com a vinda frequente dalgumas das melhores equipas, são poucos os
vencedores portugueses. João Cabreira foi o último, em 2006.
Este
ano, mais uma vez a lista de participantes não desilude, com destaque
para a presença de um leque de luxo de velocistas e classicomanos, de fazer inveja a qualquer prova do mundo.
História
últimos 10 vencedores
2008 Stijn Devolder (BEL) Quick-Step2009 Alberto Contador (ESP) Astana
2010 Alberto Contador (ESP) Astana
2011 Tony Martin (GER) HTC–Highroad
2012 Richie Porte (AUS) Team Sky
2013 Tony Martin (GER) Omega Pharma–Quick-Step
2014 Michał Kwiatkowski (POL) Omega Pharma–Quick-Step
2015 Geraint Thomas (GBR) Team Sky
2016 Geraint Thomas (GBR) Team Sky
2017 Primoz Roglic (SLO) Team LottoNL-Jumbo
Edição 2017 (Top-10)
1 Primoz Roglic (Slo) Team LottoNl-Jumbo 14:34:20
2 Michal Kwiatkowski (Pol) Team Sky 0:00:22
3 Jonathan Castroviejo (Spa) Movistar Team 0:00:36
4 Tony Gallopin (Fra) Lotto Soudal 0:00:55
5 Luis León Sanchez (Spa) Astana Pro Team 0:00:59
6 Daniel Martin (Irl) Quick-Step Floors 0:01:31
7 Tony Martin (Ger) Katusha-Alpecin 0:01:40
8 Tiesj Benoot (Bel) Lotto Soudal 0:01:49
9 Amaro Antunes (Por) W52/FC Porto 0:01:54
10 Rinaldo Nocentini (Ita) Sporting / Tavira 0:01:56
2 Michal Kwiatkowski (Pol) Team Sky 0:00:22
3 Jonathan Castroviejo (Spa) Movistar Team 0:00:36
4 Tony Gallopin (Fra) Lotto Soudal 0:00:55
5 Luis León Sanchez (Spa) Astana Pro Team 0:00:59
6 Daniel Martin (Irl) Quick-Step Floors 0:01:31
7 Tony Martin (Ger) Katusha-Alpecin 0:01:40
8 Tiesj Benoot (Bel) Lotto Soudal 0:01:49
9 Amaro Antunes (Por) W52/FC Porto 0:01:54
10 Rinaldo Nocentini (Ita) Sporting / Tavira 0:01:56
Percurso
15/02 Etapa 2 - Sagres › Fóia (Monchique) (187.9 Km)
16/02 Etapa 3 (CRI) - Lagoa › Lagoa (20.3 Km)
17/02 Etapa 4 - Almodôvar › Tavira (199.2 Km)
18/02 Etapa 5 - Faro › Malhão (173.5 km)
Total: 773.5 Km
A edição deste ano em traços gerais, é bastante parecida com a do ano transato. Dois dias para os trepadores, com final na Foia e no Malhão.
O contrarrelógio muda-se de Sagres para Lagoa, mas continua a ser completamente plano. As outras duas etapas são adequadas para os sprinters e os locais de chegada até são os mesmos, Lagos e Tavira.
Perfis
14/02 Etapa 1 - Albufeira › Lagos (192.6 Km)
Nos últimos anos, Albufeira tem sido o palco para os sprinters se exibirem na 1ª etapa da prova, em 2017 a organização decidiu variar, escolheu Lagos para a chegada e em 2018 a escolha mantém-se. É um dia ideal para os sprinters presentes em prova discutirem a vitória.
A
faltar 1200 metros para a meta, os corredores viram à esquerda na
rotunda e depois mais à frente noutra rotunda viram à direita que dá
acesso à reta da meta.
Sprints intermédios:
- Loulé (Km 70.3),
- Odiáxere (Km 180.2).
Subidas categorizadas:
- Aldeia dos Matos (4ª Cat., 168 m, 2.1 Km a 5.0%, Km 44.1),
- Eira da Cevada (3ª Cat., 346 m, 7.0 Km a 2.7%, Km 85.1).
Zona de abastecimento:
- (Km 97.5).
15/02 Etapa 2 - Sagres › Fóia (Monchique) (187.9 Km)
Tal como na edição do ano passado a Fóia aparece no segundo dia, esta é uma das etapas que poderá decidir a prova. Além da dureza do terreno, a extensão também impõe respeito, serão quase 190 quilómetros.
Os homens para a geral, já se irão mostrar neste dia.
Sprints intermédios:
- Aljezur (17 m, Km 63.3),
- Portimao (13 m, Km 163.0).
Subidas categorizadas:
- Monte Ruivo (4ª Cat., 215 m, 3.8 Km a 3.2%, Km 50.1),
- Marmelete (3ª Cat., 314 m, 4.7 Km a 6.2%, Km 70.3),
- Alferce (3ª Cat., 338 m, 3.0 Km a 5.3%, Km 106.8),
- Sapeira (3ª Cat., 297 m, 1.7 Km a 8.8%, Km 122.8),
- Fòia (1ª Cat., 885 m, 7.3 Km a 6.0%, Chegada).
Zona de abastecimento:
- (Km 95.4).
Sector empedrado:
1. Burgau (+, 700 m, Km 18.0).
16/02 Etapa 3 (CRI) - Lagoa › Lagoa (20.3 Km)
Este
é outro dos dias que poderá decidir muita coisa na geral. A luta contra o cronómetro
disputa-se em Lagoa. O terreno é praticamente plano e o vento é um factor importante, já que o percurso desenrola-se bem perto da costa algarvia, se estiver a
soprar forte, os especialistas sairão beneficiados, enquanto os
trepadores, mais leves, serão prejudicados.
Pontos intermédios:
- Algar Seco (36 m, Km 5.2),
- Caramujeira (64 m, Km 13.8).
17/02 Etapa 4 - Almodôvar › Tavira (199.2 Km)
Depois
da chegada no primeiro dia, os velocistas terão nova oportunidade,
desta com chegada a uma das cidades mais tradicionais do ciclismo
português, Tavira.
A decisão deverá ser ao
sprint, com as equipas dos sprinters a controlarem a corrida para um final em pelotão compacto.
A
etapa é praticamente plana, sem qualquer dificuldade de relevo,
realizada pelo interior algarvio, ao longo da fronteira com Espanha até
chegar à costa.
Sprint intermédios:
- Rosario (Km 39.2),
- Alcoutim (Km 132.7).
Subidas categorizadas:
- Neves (4ª Cat., 128 m, 1.9 Km a 5.2%, Km 98.6),
- Santa Marta (4ª Cat., 191 m, 4.4 Km a 3.1%, Km 121.2).
Zona de abastecimento:
- (Km 103.1).
A derradeira etapa acaba como já é tradição no Alto do Malhão, que é a subida mais
utilizada da Algarvia. A romaria dos adeptos de ciclismo até esta subida
já faz parte da história da prova.
Serão 173.5 quilómetros, com os primeiros 60 Kms a serem completamente planos e os últimos 114 com muita montanha. Além da chegada no alto do Malhão, que é
uma subida relativamente curta mas muito dura (contagem de 2ª categoria, com 2,5 quilómetros de extensão a 10%), a etapa conta com mais 4 subidas categorizadas, três delas de 3ª categoria e uma de 2ª (1ª passagem pelo Malhão), que tornam este dia, ainda mais duro.
Sprints intermédios:
- São Brás Alporte (Km 17.3),
- Barrosas (Km 129.1).
Subida categorizadas:
- Picota (3ª Cat., 305 m, 2.4 Km a 6.6%, Km 64.8),
- Alto da Ameixeira (3ª Cat., 458 m, 2.5 Km a 4.7%, Km 101.1),
- Alto do Malhão (2ª Cat., 509 m, 2.7 Km a 8.9%, Km 133.4),
- Vermelhos (3ª Cat., 472 m, 2.9 Km a 5.4%, Km 153.8),
- Alto do Malhão (2ª Cat., 513 m, 2.7 Km a 9.2%, Chegada).
Zona de abastecimento:
- (Km 90.8).
Sprints intermédios:
- São Brás Alporte (Km 17.3),
- Barrosas (Km 129.1).
Subida categorizadas:
- Picota (3ª Cat., 305 m, 2.4 Km a 6.6%, Km 64.8),
- Alto da Ameixeira (3ª Cat., 458 m, 2.5 Km a 4.7%, Km 101.1),
- Alto do Malhão (2ª Cat., 509 m, 2.7 Km a 8.9%, Km 133.4),
- Vermelhos (3ª Cat., 472 m, 2.9 Km a 5.4%, Km 153.8),
- Alto do Malhão (2ª Cat., 513 m, 2.7 Km a 9.2%, Chegada).
Zona de abastecimento:
- (Km 90.8).
Startlist
Aqui
Condições meteorológicas
Não se espera chuva para os próximos dias no algarve. As temperaturas rondarão os 14 a 17 ºC. O vento pode ser um factor, em alguns dias.
Favoritos
Geral
Richie Porte, começou a temporada em casa, onde venceu mais uma vez em Willunga Hill, mas não chegou para conquistar o Tour Down Under. O percurso é à sua medida, pode fazer a diferença na Foia e no Malhão. No contrarrelógio defende-se bem.
A Sky, apresenta dois homens para a lutar pela vitória, são eles: Geraint Thomas e Michal Kwiatkowski. O galês venceu a prova por duas vezes, em 2015 e 2016, conhece bem o terreno. O polaco também ganhou a prova, apenas por uma vez, em 2014. Mas tem mais 3 segundos lugares, incluindo em 2017, onde apenas Roglic foi melhor.
Daniel Martin em 2017, venceu na Foia, mas afundou-se no contrarrelógio e terminou em 6º na geral. Em 2018, estreia-se na UAE Team Emirates e espera fazer melhor do que em 2017.
Com a retirada de Alberto Contador, a Trek-Segafredo tem um líder absoluto para as provas por etapas, é Bauke Mollema. O holandês procura iniciar a temporada em boa forma no Algarve.
Bob Jungels será o líder da Quick-Step Floors para o Algarve, a prova é demasiado dura para Philippe Gilbert e o luxemburguês pode lutar pelos primeiros lugares. O contrarrelógio beneficia as suas características.
A BMC além de Porte, tem também Tejay Van Garderen, mas o americano é muito inconsistente. É capaz de sacar um bom resultado, como também é capaz do contrário.
Outros nomes que são candidatos ao top-10: Peter Kennaugh, Simon Spilak, Vicente Garcia de Mateos, Rinaldo Nocentini, Sam Oomen, Rafael Valls, Jan Polanc, Ruben
Guerreiro e Louis Meintjes.
Sprinters
A qualidade de sprinters em relação a 2017 é um pouco menor, no entanto, alguns dos melhores estarão no Algarve.
Arnaud Dèmare realizou uma boa temporada 2017 e procura começar o ano em boa forma. É um dos melhores velocistas da atualidade e naturalmente irá lutar pelas etapas planas. Tem à sua disposição um bom comboio de lançamento.
John Degenkolb, começou 2018 em grande, ao vencer duas vezes em Maiorca, mas no Dubai as coisas correram completamente ao contrário. No Algarve tentará voltar às vitórias, em 2017 esteve perto de ganhar uma etapa.
Dylan Groenewegen brilhou no Dubai e depois de 2017, em que disputou alguns finais com os melhores, este ano é do afirmação total na elite do sprint mundial.
Edvald Boasson Hagen inicia a sua temporada no Algarve, como no passado, onde realizou um prova interessante, onde apenas falhou na Foia. Com a ausência de Cavendish, o norueguês é o principal sprinter da equipa presente no Algarve.
Ben Swift, o britânico será o homem rápido da UAE Team Emirates. Não é um próspero ganhador, mas é um ciclista que pode surpreender nalgumas chegadas.
Matteo Pelucchi, não é um finalizador de primeira água, mas é daqueles que de vez enquando consegue ganhar. No entanto, perante concorrência deste nível, a probabilidades de ganhar etapas é ainda menor.
Jurgen Roelandts, venceu uma etapa na Valenciana, de forma surpreendente. Não é um típico sprinter, mas tem uma ponta final muito boa.
Portugueses
Dos que competem por equipas do World Tour, estarão presentes:
Tiago Machado, os últimos dois anos foram bastante fracos a nível de resultados. Noutras edições, lutaria por estar entre os 10 primeiros, agora temos dúvidas.
Nelson Oliveira, irá lutar pela vitória no contrarrelógio, é um dos melhores na especialidade.
Rúben Guerreiro, depois da boa prestação na Austrália,no Algarve deverá trabalhar para Mollema. Mas não era de estranhar ter alguma liberdade. Não era surpreendente se conseguisse estar entre os 10 melhores.
Nuno Bico, esteve na Austrália, está com algum ritmo competitivo. Trabalhar para os líderes (Valls e Róson) e tentar estar numa ou outra fuga.
José Gonçalves, ganhou ritmo competitivo na Austrália e no Algarve deve tentar
fazer uma gracinha numa etapa. A etapa do Malhão é demasiado dura para
ele, caso contrário seria um ciclista a ter conta para a geral.
Rafael Reis e Joaquim Silva, serão os cabeças de cartaz da equipa espanhola Caja Rural. Tentar entrar em fugas será o objetivo mais realista para qualquer um dos dois.
Das equipas portuguesas, a W52-FC Porto em 2017 ganhou uma etapa e conseguiu colocar Amaro Antunes no top-5, mas este ano não apresenta um candidato à geral. A equipa portista ainda não competiu este ano e no Algarve apenas irá para rodar e ganhar quilómetros de competição. Em 2017 venceram .
A Efapel, Liberty Seguros-Carglass, LA Aluminios, Vito-Feirense-Blackajack e Miranda-Mortágua estão na mesma situação do W52-FC Porto, ganhar ritmo e colocar quilómetros nas pernas, é o grande objetivo.
A Aviludo-Louletano, tem como líder claro Vicente Garcia de Mateos, que já tem algum ritmo competitivo (Challenge Maiorca) pode chegar ao top-10.
O Sporting/Tavira, tem em Rinaldo Nocentini a grande esperança. A equipa corre em casa e vai querer fazer melhor do que nos últimos dois anos, que fez pouco.
A RP-Boavista tem dois ciclistas que já andaram pelo World Tour, Egor Silin e Yuri Trofimov. Eles os dois e João Benta irão tentar fazer o melhor. Não acreditamos que algum deles possa ficar entre os 10 primeiros.
***** Richie Porte
**** Geraint Thomas, Dan Martin
*** Bauke Mollema, Bob Jungels
** Sam Oomen, Michal Kwiatkowski, Tejay van Garderen
* Rafael Valls, Jan Polanc, Ruben
Guerreiro, Louis Meintjes, Edvald Boasson
Hagen, Simon Spilak
A nossa aposta: Richie Porte
Outsider: Geraint Thomas
Seguir em directo: @VAlgarve2018; #Valgarve2018
Post a Comment