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Guia Liège-Bastogne-Liège 2023


Liège-Bastogne-Liège, também conhecida por 'La Doyenne' (a mais velha), é a mais antiga clássica dos cinco monumentos do ciclismo, a primeira edição foi disputada em 1892, ganha por Léon Houat, que repetiria nos dois anos seguintes.
O corredor italiano, Michele Bartoli considerava a 'La Doyenne' como 'a clássica mais bela do calendário', mas não se referia propriamente à beleza do cenário, mas sim ao desafio que era vencer a prova, onde quem vencia era de facto o mais forte.
A Liége-Bastogne-Liége é a clássica onde os melhores classicómanos e os melhores corredores de corridas de etapas se encontram, o terreno não favorece nenhum deles, o que torna este confronto ainda mais fascinante.

História

A quantidade de histórias sobre a 'La Doyenne' são infindáveis, a prova nasceu porque um grupo de entusiastas de Liège, os Liège Cyclist Union, queriam imitar as grandes provas da altura, Bordeaux-Paris e Paris-Brest-Paris, o objectivo era fazer, Liège-Paris-Liège, a prova teria uns espantosos 845 quilómetros! Porém, o primeiro passo foi fazer uma corrida teste, a partida foi em Liège seguia até Bastogne e os ciclistas voltaram para Liège. E porquê Bastogne? A razão é simples, os organizadores podiam ir de comboio até Bastogne, verificarem se os corredores de facto chegavam a Bastogne, aqueles que não passassem no checkpoint, foram desqualificados. A ideia inicial nunca foi posta em prática e o sucesso da prova teste fez com que se tornasse num dos marcos do ciclismo mundial.

Em termos de vitórias, Eddy Merckx é o recordista com cinco vitórias. Aqui fica a lista dos mais vitoriosos:
5-Eddy Merckx (Bel) 1969, 1971, 1972, 1973, 1975
4-Moreno Argentin (Ita) 1985, 1986, 1987, 1991
4-Alejandro Valverde (Spa) 2006, 2008, 2015, 2017
3-Léon Houa (Bel) 1892, 1893, 1894
3-Alfons Schepers (Bel) 1929, 1931, 1935
3-Fred De Bruyne (Bel) 1956, 1958, 1959
2-Louis Mottiat (Bel) 1921, 1922
2-René Vermandel (Bel) 1923, 1924
2-Richard Depoorter (Bel) 1943, 1947
2-Prosper Depredomme (Bel) 1946, 1950
2-Ferdi Kübler (Swi) 1951, 1952
2-Joseph Bruyère (Bel) 1976, 1978
2-Bernard Hinault (Fra) 1977, 1980
2-Seán Kelly (Ire) 1984, 1989
2-Michele Bartoli (Ita) 1997, 1998
2-Paolo Bettini (Ita) 2000, 2002
2-Alexander Vinokourov (Kaz) 2005, 2010
2-Remco Evenepoel (Bel) 2022, 2023

A Bélgica é de longe o grande dominador:
61-Bélgica
13-Itália
6-Suiça
5-França
4-Holanda
4-Espanha
3-Rep. da Irlanda
3-Cazaquistão
3-Luxemburgo
2-Alemanha
2-Eslovénia
1-Dinamarca
1-Rússia
1-Estados Unidos
1-Austrália

últimos vencedores
2011 Philippe Gilbert (Bel) Omega Pharma–Lotto
2012 Maxim Iglinsky (Kaz) Astana
2013 Dan Martin (Irl) Garmin–Sharp
2014 Simon Gerrans (Aus) Orica–GreenEDGE
2015 Alejandro Valverde (ESP) Movistar Team
2016 Wout Poels (Ned) Team Sk
2017 Alejandro Valverde (Spa) Movistar Team
2018 Bob Jungels (Lux) Quick-Step Floors
2019 Alberto Bettiol (Ita) EF
2020 Primoz Roglic (Slo) Jumbo-Visma
2021 Tadej Pogacar (Slo) UAE
2022 Remco Evenepoel (Bel) QuickStep
2023 Remco Evenepoel (Bel) Soudal Quick-Step

Percurso

Liège - Liège (254,5 Km)




254,5 quilómetros nas Ardenas com constante sobe e desce que vai moendo as pernas dos ciclistas. Onze subidas categorizadas, sendo que os últimos 90 quilómetros são os mais 'cruéis', das dez subidas, oito delas estão nesta fase da corrida, o que torna esta prova, particularmente dura.

Em relação às edições passadas, a grande alteração aconteceu (aplicada em 2019 e que se mantém em 2024) na última parte da prova. Última ascensão passou a ser a Côte de la Roche-aux-Faucons ao invés de Saint-Nicholas, tornando este final mais seletivo. A meta deslocou-se de Ans para Liège.

Aqui ficam as 11 subidas categorizadas:
Côte de Bonnerue (2,5 Km @ 12,3%) Km 76,2
Côte de Saint-Roch (1 Km @ 11,2%) Km 117,3
Côte de Mont-le-Soie (1,7 Km @ 7,9%) Km 161,2
Côte de Wanne (3,6 Km @ 5,1%) Km 169,5
Côte de Stockeu (1 Km @ 12,5%) Km 176
Côte de La Haute-Levée (2,2 Km @ 7,5%) Km 180,2
Col du Rosier (4,4 Km @ 5,9%) Km 194,4
Côte de Desnié (1,6 Km @ 8,1%) Km 207,8
Côte de La Redoute (1,6 Km @ 9,4%) Km 220,5
Côte des Forges (1,3 Km @ 7,8%) Km 231,2
Côte de La Roche aux Focons (1,3 Km @ 11%) Km 241,2



Os corredores partem de Liège, percorrem 94 Km até a Bastogne, altura em que regressam em direção à província de Liège. São mais de 4000 metros de subida acumulada, que fará a seleção natural. A triagem a sério deverá ser feita nas quatro últimas subidas: Côte de Desnié, Côte de la Redoute, Côte des Forges e Côte de la Roche-aux-Faucons. 

Após a Côte de la Roche-aux-Faucons o terreno até 13 Km da meta ainda tem uma pequena subida e depois é descida e terreno plano até à meta em Liège.

Condições meteorológicas

Temperatura entre os 6º e 10º.
Probabilidade de chuva em alguns períodos.
Vento moderado de nordeste.




Startlist


Favoritos

A UAE vai controlar a corrida e endurecê-la de modo a preparar o ataque de Pogacar. Têm ciclistas para fazer esse trabalho, resta saber onde vai ser o ataque, La Redoute? Roche-aux-Faucons? ou antes?
Os restantes irão estar pendentes do que o esloveno fizer.

Tadej Pogacar
Em condições normais será muito complicado alguém fazer-lhe frente neste percurso. Além disso tem uma equipa de luxo para endurecer e selecionar o grupo, João Almeida e Marc Hirschi são os nomes mais importantes, o suíço teve muito forte na Amstel, mas na Fleche Wallone sofreu com o frio como toda a equipa.
Por falar em meteorologia, chuva e frio é uma coisa que Pogacar gosta, ou seja, mais um fator a favor dele. Pode ganhar de várias formas, desde isolado com 3 minutos de vantagem até num sprint em grupo seletivo.
De lembrar que em 2023 caiu e lesionou-se aqui, ficamos sem o duelo Pogacar vs Evenepoel.

Tom Pidcock
Foi 2º no ano passado, este ano venceu a Amstel, mas mais uma vez passou completamente ao lado da Fleche. No ano passado foi o que mais aguentou Evenepoel, este ano o desafio chama-se Pogacar, uma tarefa muito complicada.

Mattias Skjelmose
Depois do desastre da Fleche, afirmou que está na melhor forma de sempre. É um dos candidatos ao pódio, para ganhar teria de fazer a corrida de uma vida, que está uns patamares acima dele, mas no ciclismo as surpresas são recorrentes.

Tiesj Benoot
Em forma é um ciclista muito regular nestas provas, quase sempre termina no top-10. A forma é boa, na Amstel deixou todos no limite e na Fleche num final que não lhe assenta bem acabou nos primeiros.
O pódio é muito complicado mas não é impossível.

Aleksandr Vlasov
Começou o ano muito forte, mas na Fleche foi um dos que sofreu com o frio. Normalmente até se dá bem com o mau tempo, ou não fosse russo, veremos se regressa à boa forma. 
O melhor resultado aqui é um 14º lugar, não é propriamente brilhante, mas acreditamos que alguma vez irá melhorar esse resultado, pode ser este ano.
Jai Hindley é outro ciclista interessante da Bora-Hansgrohe, é um trepador puro com pouca explosão ao contrário de Roger Adriá, que é explosivo e tem andado bem nesta primavera.

Ben Healy
Tem desiludido, sofreu muito no Cauberg na Amstel e na Fleche foi despromovido a gregário de Carapaz. Não é muito explosivo, mas é um daqueles ciclistas que conseguem manter uma intensidade elevada durante muito tempo, porém as últimas provas deixam-nos dúvidas.
Richard Carapaz deverá ser a principal aposta da EF, a forma é boa e tem alguma explosividade.  

Maxim Van Gils
Ciclista que neste tipo de provas é um sério caso, excelente aceleração e bastante ofensivo. Um dos muitos candidatos ao top-5. 
Andreas Kron é o plano B da Lotto-DSTNY.

Valentin Madouas
A Groupama-FDJ tem uma das equipas mais fortes, Valentin Madouas é um dos ciclistas mais fiáveis neste tipo de provas, andou bem na Amstel e foi competente na Fleche. 
Romain Gregoire também esteve entre os melhores na Amstel e Fleche, mas temos algumas dúvidas que consiga estar aqui com os melhores, na Fleche na subida final do Huy faltou-lhe explosão. 
Por último têm David Gaudu, depois de ter estado bem em algumas provas da Taça de França, foi para a Fleche e abandonou. As expectativas não são muito elevadas.

Santiago Buitrago
Fez pódio no ano passado e o objetivo é o mesmo este ano. A Amstel e a Fleche mostraram que Buitrago está em boa forma.
A Bahrain tem um ex-vencedor Wout Poels e Pello Bilbao, corredores que podem e devem estar nos grupos da frente, até porque os dois estão com boas pernas.

Benoit Cosnefroy
A LBL parece estar um pouco acima das suas capacidades e o historial confirma, mas a forma é boa. 
A Decathlon tem vários ciclistas em boa forma, além de Cosnefroy, contam com Felix Gall, Clement Berthet, Aurelien Paret-Peintre e Paul Lapeira.

Alexey Lutsenko
Acaba de vencer o Giro d'Abruzzo de forma autoritária contra uma UAE muito forte. O problema do cazaque é que o melhor resultado num monumento é um 14º e foi na Volta à Flandres, na LBL o melhor é um 88º em 6 participações. Este historial medonho deixa-nos com o pé atrás.

Kevin Vauquelin
Podia ter ganho a Fleche, adormeceu a subir o Mur d'Huy, quando arrancou já Stephen Williams estava longe. Um top-10 seria um excelente resultado.

Stephen Williams
É um ciclista intermitente, que passa muitas provas despercebido e de repente saca um grande resultado. Este ano venceu o TDU e a Fleche, ou seja, já é uma temporada magnifica para ele.
A Israel ainda tem Dylan Teuns, na Fleche sofreu com o frio, mas também pode estar a sofrer de um calendário primaveril muito recheado.

Mathieu van der Poel
Se há um ciclista que pode bater Pogacar é este. Mas temos de ser realistas, a LBL está no limite para van der Poel e a probabilidade que aguente o esloveno nestas subidas mais longas e inclinadas não é muito elevada.
No entanto, o neerlandês participou uma vez na LBL e foi 6º, ou seja, não é tão descabido vê-lo entre os melhores. 

★★★★★ Pogacar
★★★★ Pidcock, Skjelmose
★★★ Buitrago, van Gils
★★ van der Poel, Vlasov, Benoot
★ Madouas, Consefroy, Williams, Teuns

A nossa aposta: Tadej Pogacar
Joker: Pello Bilbao

Seguir em direto: @LiegeBastogneL, #LBL
Eurosport 1 (11:30, Lisboa)

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