Campeonato do mundo 2023- Prova de fundo Elites masculinos
Data um pouco estranha para os fãs do ciclismo de estrada, mas como é ano pré-olimpico a UCI decidiu reunir praticamente todas as vertentes do ciclismo num evento, o que faz com que em pleno agosto se disputa uma das provas mais importantes do calendário, a prova em linha de elites.
Campeões
Edimburgo > Glasgow 271,1 Km
Horário: 09:30 ~ 16:20
Partida na capital escocesa, a bela Edimburgo, os ciclistas seguem oeste e depois para sul onde encontra a principais dificuldades antes do circuito, Crow Road (5,8 Km a 4%), não irá fazer muita diferença, não será aqui que a prova será decidida, está muito longe da meta.
Do topo de Crow Road até ao inicio do percurso em Glasgow são 23 Km.
Circuito em Glasgow
10x 14.3 Km
Não se pode dizer que o circuito seja muito exigente em termos de altimetria, no entanto, tem algumas curtas subidas, ideal para ataques explosivos e o desgaste será grande. Mas o que mais impressiona são as mais de 40 curvas (perdi a conta), a técnica é um fator a ter em conta. As subidas presentes no circuito são:
- St Vincent Street/Douglas Street (550m a 5%)
- Gillmorehill (230m a 4,3%),
- University Avenue (250m a 6%),
- Great George Street (325m a 7,3%)
- Kelvingrove Park (400m a 6,2%)
- Scott Street (150m a 13%)
- Montrose Street (160m a 13%)
Favoritos
De Montrose Street até à meta são apenas 1400 metros.
Condições meteorológicas
Não há previsão de chuva.
A prova terá temperaturas rondarão os 16°C.
O vento soprará de Oeste (10 Km/h), em alguns momentos podem soprar rajadas de 32 Km/h.
Acreditamos que a vitória será jogada num grupo muito restrito ou alguém chega isolado à meta. É uma prova de endurance e muita coisa pode passar, aqui ficam a análise às principais equipas:
Bélgica
Um Dream Team mas que ao longo dos anos tiveram sempre o problema de trabalhar em equipa, são demasiados galos. No ano passado, Evenepoel não precisou de equipa já que antecipou o ataque e com a lenta reação das outras equipas seguiu para o seu primeiro titulo mundial. Tal cenário será mais difícil de acontecer neste mundial, as equipas estarão atentas a ele. De qualquer forma, o jovem belga é um monstro neste tipo de provas com muita quilometragem e é um dos grandes favoritos, até porque a sua nova versão mais explosiva adequa-se bem a este tipo de percurso.
Os belgas têm outras cartas, mas há uma que se destaca, Wout Van Aert, o problema é que o ciclista da Jumbo tem o péssimo hábito de ficar perto mas nunca chegar ao prometido arco-iris. O percurso é do seu agrado, na verdade dada a sua versatilidade, qualquer um seria bom para ele. Resta saber se tem dormido bem com o nascimento do novo rebento.
Benoot, Stuyven e Philipsen estão na equipa, a grande incerteza é saber se o sprinter da Alpecin consegue aguentar neste circuito.
Dinamarca
Não têm Vingegaard mas neste percurso também não precisam. Mais uma equipaça, com Asgreen, Skjelmose e Pedersen a destacarem-se.
Asgreen acabou o Tour em grande forma, é um ciclista de fundo que adora as grandes distância e também tem uma ponta final decente. Skjelmose 'is the new kid on the bloke', até ao Tour estava a voar, mas o Grande Boucle não é brincadeira e terminou bastante desgastado, desde então não competiu.
Mads Pedersen é a grande esperança dos dinamarqueses, é um corredor de épicas e distâncias grandes, com a sua ponta final é um dos homens perigosos neste circuito.
França
Alaphilippe confirmou no Tour que não está ao nível dos melhores anos, por isso pensamos que a aposta mais fiável para a aramada francesa é Christophe Laporte, um ciclista que na Jumbo-Visma evoluiu para um autêntico avião que anda bem em quase todos os terrenos. No ano passado foi 2º classificado, venceu o sprint no pelotão.
Cosnefroy, Madouas e o já mencionado Alaphilippe serão opções secundárias, mas qualquer um deles pode surpreender.
Países Baixos
Têm Mathieu van der Poel, mas não só. Dylan Van Baarle bateu van der Poel nos nacionais e Olav Kooij nessa mesma prova também esteve em grande. O sprinter da Jumbo deixou a Volta à Polónia de propósito para estar em perfeitas condições para este mundial. Van Baarle é um ciclista que não se pode dar 5 metros e a equipa das tulipas pode usar isso a seu favor.
Em relação à estrela da equipa, utilizou o Tour como preparação veremos se foi a melhor opção. No entanto, este circuito é perfeito para ele, com subidas curtas e explosivas e muito técnico, o neerlandês é um dos melhores, se não for mesmo o melhor nesse departamento.
Itália
Quem os viu e quem os vê. Tenho dificuldade em mencionar algum italiano para a vitória, mas o mundial é farto em surpresa.
Alberto Bettiol é o ciclista que parece em melhor forma deste grupo, enquanto Matteo Trentin é o mais experiente.
Eslovénia
Tadej Pogacar. Não precisa de apresentações, mesmo que o circuito não seja muito ao seu estilo (pouca dureza e muito técnico), é um dos favoritos porque Watts é coisa que não lhe falta.
A ausência de Mohoric é incompreensível.
Austrália
Matthews fez umas provas de preparação tenebrosas e Clarke fez um Tour inenarrável. Kaden Groves aguenta neste circuito?
Não espero grande coisa desta equipa australiana, que nos surpreendem.
Espanha
Uma das seleções que mais desceu de nível nos últimos anos, está irreconhecivel. Não têm nenhum ciclista que consigamos dizer que vai estar na luta pela vitória. No entanto, como já referimos o mundial é uma prova imprevisível, ciclistas como Aranburu e Izagirre se entrarem na movimentação certa podem ter um bom resultado.
O selecionador espanhol tem algum problema com Pello Bilbao?
Portugal
As expectativas não são muito altas. Tentar estar nas movimentações certas e depois esperar que as pernas e a sorte estejam a nosso favor.
Outros a ter em conta: Healy, Wright, Kwiatkowski, Powless, Lutsenko, Politt, Hirschi, Kung
★★★ van der Poel
★★ Evenepoel, Van Aert, Pogacar
★ Laporte, Pedersen, Asgreen, van Baarle, Philipsen, Trentin, Bettiol
Aposta: Mathieu van der Poel
Joker: Fred Wright
Seguir em direto: #GlasgowScotland2023
TV: Eurosport
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