Paris-Nice (2.WT) - Antevisão
Hoje começa a 82ª edição da 'corrida do Sol', uma das provas por etapas mais importante do calendário após as grandes voltas.
A prova realizou-se pela primeira vez em 1933 e foi vencida por Alfons Schepers da Bélgica.O Paris-Nice é muitas vezes referenciado como o 'verdadeiro' inicio da temporada de ciclismo, no entanto, nos últimos anos com a introdução de novas provas, cada vez menos se faz essa referência.O ciclista com mais sucesso no Paris-Nice é o Irlandês Sean Kelly que venceu sete edições consecutivas, entre 1982-1988, um feito notável. A lista de vencedores é de autêntico luxo, sendo uma das provas com maior prestigio a seguir às Grandes Voltas. Além do já referenciado Sean Kelly, Jacques Anquetil, Eddy Merckx, Joop Zoetemelk, Raymond Poulidor, Miguel Indurain, Tony Rominger, Laurent Jalabert e Alberto Contador.
História
2013 Richie Porte (AUS) Team Sky
2014 Carlos Betancur (COL) Ag2r–La Mondiale
2015 Richie Porte (AUS) Team Sky
2016 Geraint Thomas (GBR) Team Sky
2017 Sérgio Henao (COL) Team Sky
2018 Marc Soler (ESP) Movistar
2019 Egan Bernal (COL) Team Sky
2020 Maximilian Schachmann (GER) Bora-Hansgrohe
2021 Maximilian Schachmann (GER) Bora-Hansgrohe
2022 Primoz-Roglic (SLO) Jumbo-Visma
Percurso
05/03 Etapa 1 | La Verrière - La Verrière (169.4 Km)
06/03 Etapa 2 | Bazainville - Fontainebleau (163.7 Km)
07/03 Etapa 3 (TTT) | Dampierre-en-Burly - Dampierre-en-Burly (32.2 Km)
08/03 Etapa 4 | Saint-Amand-Montrond - La Loge des Gardes (164.7 Km)
09/03 Etapa 5 | Saint-Symphorien-sur-Coise - Saint-Paul-Trois-Châteaux (212.4 Km)
10/03 Etapa 6 | Tourves - La Colle-sur-Loup (197.4 Km)
11/03 Etapa 7 | Nice - Col de la Couillole (142.9 Km)
12/03 Etapa 8 | Nice - Nice (118.4 Km)
Percurso variado como é costume na corrida do Sol e com o vento a poder ser protagonista.
Ao terceiro dia há um contrarrelógio coletivo de 32 Km que será muito importante para a dinâmica da prova e fará diferenças importantes. Tirando a 5ª etapa, os sprinters não irão ter muitas oportunidades após o crono coletivo.
Perfis
05/03 Etapa 1 | La Verrière - La Verrière (169.4 Km)
A prova começa em La Verrière, onde também termina a etapa inaugural. Esta etapa de abertura tem pouco menos de 170 Km de extensão com duas voltas a circuito com algumas ratoeiras e tanto podemos ter uma chegada em sprint massivo como uma corrida muito endurecida e que favorecerá um grupo seleto.
A principal dificuldade é a íngreme Côte de Milon-la-Chapelle (500 m a 12%), a Côte des Dix-Sept Tournants (1,3 Km a 5,7%) também adiciona dureza e possibilidade de termos uma corrida mexida.
06/03 Etapa 2 | Bazainville - Fontainebleau (163.7 Km)
Este dia é para os puro sangue da velocidade, mas o vento poderá causar o caos como já é tradição nos primeiros dias da corrida do Sol.
07/03 Etapa 3 (TTT) | Dampierre-en-Burly - Dampierre-en-Burly (32.2 Km)
Uma das disciplinas mais bonitas do ciclismo e das mais mal tratadas também. As diferenças prometem ser enormes.
ATENÇÃO: Os tempos irão ser tirados individualmente, não será estranho vermos homens da geral a chegarem sozinhos à meta.
08/03 Etapa 4 | Saint-Amand-Montrond - La Loge des Gardes (164.7 Km)
O primeiro verdadeiro teste entre os homens da geral, uma chegada em alto que não é extremamente dura mas que separará o trigo do joio.
A dureza concentra-se nos últimos 50 Km e culimará com o final em La Loge des Gardes, uma subida com 6,7 Km a 7,1%. A fuga terá possibilidades, haverá gente muita atrasada e terão liberdade.
Será interessante verificar quem vai controlar a corrida, Jumbo ou UAE e o que farão outras equipas como Ineos, Groupama e Bahrain.
09/03 Etapa 5 | Saint-Symphorien-sur-Coise - Saint-Paul-Trois-Châteaux (212.4 Km)
As principais dificuldades estão no inicio da etapa, o dia parece propicio para os homens rápidos. A última dificuldade está a 20 Km da meta e não é muito exigente mas que pode afastar alguns sprinters.
O vento pode ser um fator importante no vale que os ciclistas percorrerão a meio da etapa, as estradas expostas potenciam essa situação.
10/03 Etapa 6 | Tourves - La Colle-sur-Loup (197.4 Km)
Etapa serrote, com muito sobe e desce que deixarão as pernas dos ciclistas a arder. Apenas 5 subidas são categorizadas: Côte de la Roquebrusanne (3,6 Km a 4%), Côte des Tullières (2,3 Km a 7,8%), Côte de Callian (2 km a 6,9%) e Côte de Cabris (5,3 km a 5,8%).
Mas a subida que deverá fazer diferenças é a Côte de La Colle-sur-Loup (1,8 Km a 10%), apesar de estar a 30 Km da meta, os ciclistas continuarão em falso plano mais 8 Km. Os últimos 20 Km são a descer.
A vitória será disputada entre a fuga ou grupo restrito de favoritos.
11/03 Etapa 7 | Nice - Col de la Couillole (142.9 Km)
Etapa rainha da prova.
Final no Col de la Couillole, a 1678 metros de altitude, são 15,7 Km de subida a 7,1%.
A etapa não é longa, menos 150 Km, a parte inicial da etapa conta com duas subidas, uma delas categorizada, a Côte de Tourette-du-Château, apesar de longa é bastante suave.
12/03 Etapa 8 | Nice - Nice (118.4 Km)
Clássica última etapa, 118 Km com partida e chegada em Nice. Poucos metros de terreno plano, a lista de subidas é interessante como já é hábito no último dia: Côte de Levens (6,2 Km a 5,6%), a Côte de Châteauneuf (5,3 Km a 4,3%), a Côte de Berre-les-Alpes (6,3 Km a 6%) e a Côte de Peille (6,6 Km a 6,8%). Com o topo a 15 Km da meta está o tradicional Col d'Èze com os seus 6,7 Km a 7.6%, é a última oportunidade, depois é descer até Nice.
Startlist
Aqui
Favoritos
Sprinters
Alinhamento de luxo, com alguns dos melhores velocistas da atualidade. Tim Merlier destaca-se, começou o ano em grande forma e parte como o homem a bater nas chegadas ao sprint, a Quick-Step precisa de vitórias para animar a equipa e para isso trazem um bom comboio de lançamento.
Arnaud De Lie está em grande, a sua versatilidade é um extra em relação a outros sprinters, o que lhe dá mais opções em outras chegadas. A versatilidade é também característica de Mads Pedersen, que pode ganhar sprints puros como etapas um pouquinho mais duras.
Sam Bennett tem uma vantagem, chama-se Danny van Poppel.
Olav Kooij ao contrário de Bennett vai ter de se desenrascar sozinho, a Jumbo-Visma trouxe uma equipa a pensar na geral.
Alexander Kristoff venceu na Algarvia e parece animado para repetir a proeza aqui, a concorrência é forte mas o norueguês conta com um dos melhores lançadores do pelotão, o homem com o nome impronunciável, Soren Wærenskjold.
Nota: Arnaud Démare vs David Gaudu promete ser a novela cor-de-rosa da prova.
★★★ Merlier
★★ Bennet, Pedersen, Kristoff, Kooij, De Lie
★ Kanter, Demare, Milan, Groves, Wærenskjold
Geral
Jumbo-Visma
Equipa poderosa como era de esperar e que no contrarrelógio coletivo pode fazer misérias. Jonas Vingegaard mostrou na Galiza que está em boa forma, resta saber se em março tem pernas para Pogacar, no ano passado não teve e depois em julho foi o que foi.
Sinceramente este duelo não significará muito com vista ao Tour, aliás penso que será mais importante para Pogacar do que para o dinamarquês.
Ineos
Equipa forte, mas que mais uma vez está na sombra da Jumbo e UAE, falta-lhes ter o melhor ciclista, a diferença entre o melhor da Ineos e os dois 'aliens' é muito grande. Mas até pode ser positivo para a equipa britânica, se Pogacar e Vingegaard entrarem em jogos táticos, Daniel Martinez e Pavel Sivakov podem aproveitar.
A Ineos pode também apostar nas etapas do vento e no contrarrelógio é das poucas que pode andar perto da Jumbo.
UAE
Primeiro encontro entre Tadej Pogacar e o seu carrasco e penso que o esloveno está sedento por querer marcar território. Como disse antes, penso que esta prova significa bem mais para o esloveno do que para Vingegaard.
A grande questão para Pogacar é o crono coletivo, caso limite as perdas, então para mim é o maior favorito.
David Gaudu
O crono coletivo é demasiado penalizador para Gaudu e pode pôr em causa a luta pelo pódio. Além disso, a dinâmica interna na equipa com Démare é um grande ponto de interrogação.
Ganhar uma etapa e terminar no top-5 será excelente para ele.
Simon Yates
Bipolar.
No ano passado realizou uma exibição digna de 'alien' na última etapa, mas não chegou. Lutar pelo pódio é possível, o crono coletivo vai penalizá-lo mas não como a outros ciclistas.
Jack Haig
Em Espanha mostrou um nível decente e espera-se que tenha evoluído a sua forma. É a aposta da equipa árabe, lutar pelo pódio é uma possibilidade, caso não perca muito tempo no crono coletivo.
Wout Poels deve ser o plano B da equipa.
Romain Bardet
Tem o mesmo problema de muitos, o crono coletivo. Sabemos que irá estar entre os melhore a subir e é um ciclista ofensivo capaz de causar um pouco de caos.
Matteo Jorgenson
Ganhou no Omã, mas aqui o nível é outro. Top-10 é possível, mais do que isso é complicado.
Mattias Skjelmose
É um jovem corredor que tem brilhado nas provas HC e .1, falta confirmar no World Tour que é um ciclista a ter em conta para a GC. Deve ser a aposta da Trek para a geral e estamos curiosos por perceber o que este jovem dinamarquês pode fazer contra as trutas.
Kevin Vauquelin
Um ciclista impressionante, tem apenas 21 anos, apostamos numa vitória de etapa para ele.
Pierre Latour
Tanto é capaz de terminar perto no top-10 como passar ao lado. Uma coisa temos certeza, a dada altura fará um ataque completamente sem sentido nenhum.
Ion Izagirre
Na Galiza estava a subir muito bem, mas uma queda retirou-o da prova. Tentar um top-10 não é totalmente descabido.
★★★ Pogacar, Vingegaard
★★ Martinez, Yates
★ Bardet, Gaudu, Haig
A nossa aposta: Tadej Pogacar
Joker: Kevin Vauquelin
Seguir em direto: @ParisNice, #ParisNice
Eurosport (consultar programação do canal)
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