Guia da Volta à Flandres 2021
Hoje disputa-se o último monumento do ciclismo do ano, é dia da mítica
Volta a Flandres. Será a 104ª edição da principal competição da região que
vive o ciclismo com mais paixão, a Flandres. Esta prova é a preferida de
muita gente que acompanha de perto ciclismo, porque realmente é única, com
um ambiente especial e que resume bem o significado que tem o ciclismo para
esta zona do globo.
Os seus inúmeros Hellingen's, que nós por cá traduzimos como
subidas, colinas ou muros, com pavé à mistura e a
quilometragem a rondar os 270 quilómetros (este ano mais curta) faz desta
clássica uma das mais duras do calendário velocipédico mundial.
São seis os ciclistas que partilham o maior número de vitórias na prova,
com três vitórias cada um temos: Achiel Buysse (1940, 1941 e 1943), Fiorenzo
Magni (1949, 1950 e 1951), Eric Leman (1970, 1972 e 1973), Johan Museeuw
(1993, 1995 e 1998), Tom Boonen (2005, 2006 e 2012) e Fabian Cancellara
(2010, 2013 e 2014).
Em termos de ranking de vitórias por país, o grande dominador é sem grande
surpresas, a Bélgica:
1.Bélgica-69
2.Itália-11
3.Holanda-11
4.Suiça-4
5.França-3
6.Alemanha-2
7.Reino Unido-1
7.Dinamarca-1
7.Noruega-1
7.Eslováquia-1
A partida e a chegada tem variado ao longo da história da prova, até ao anos
70, a partida tinha sido sempre realizada da cidade de Gent,
aqui ficam a diferentes variantes utilizadas ao longo dos anos:
1913-Gent – Mariakerke
1914-Gent – Evergem
1919–1923 Gent – Gentbrugge (Arsenal)
1924–1927 Gent – Gent (pista)
1928–1941 Gent – Wetteren
1942–1944 Gent – Ghent (pista)
1945–1961 Gent – Wetteren
1962–1972 Gent – Gentbrugge
1973–1976 Gent – Meerbeke
1977–1997 Sint-Niklaas – Meerbeke
1998–2011 Brugges – Meerbeke
2012-2016 Brugges - Oudenaarde
2017-?? Antuérpia - Oudenaarde
História
Em 1913 a principal prova era a Volta à Bélgica, sendo que a
Liège-Bastogne-Liège e as outras provas de um dia ainda não tinham atingido
grande popularidade. A revista Sportwereld ao assistir à
vitória de Odile Defraye na Volta à França de 1912, decidiu que era tempo de
se criar uma grande prova na Flandres, Karel van Wijnendaele um dos
fundadores da revista organizou a 1ª edição.
A Volta à Flandres desde cedo esteve fortemente ligada à identidade da
Flandres, a intenção era concorrer e contrabalançar o domínio francês e da
Valónia no ciclismo. Este facto, politizou a prova e fez com que uma grande
parte das equipas francesas não participassem na mesma. Desta forma o
pelotão não contou com os melhores corredores da época.
A primeira edição foi ganha por Paul Deman, num sprint de um grupo de
cinco. No total participaram 37 corredores que iniciaram a jornada épica de
324 quilómetros, após Van Wijnendaele proferir a seguinte expressão:
"Heeren, vertrekt!". Os primeiros completaram a prova em 12 horas, 3 minutos
e 10 segundos.
Em 2017, Philippe Gilbert protagonizou uma das cavalgadas solitárias mais
memoráveis da história da prova, ao isolar-se a mais de 50 quilómetros da
meta no Oude Kwaremont e nunca mais foi apanhado.
últimos 10 vencedores
2011 Nick
Nuyens (Bel) Saxo Bank-SunGard
2012 Tom Boonen (Bel) Quick Step
2013 Fabian Cancellara (Swi) RadioShack-Leopard-Trek
2014 Fabian Cancellara (Swi) Trek Factory Racing
2015 Alexander Kristoff (Nor) Team Katusha
2016 Peter Sagan (Svk) Tinkoff
2017 Philippe Gilbert (Bel) Quick-Step Floors
2018 Niki Terpstra (Hol) Quick-Step Floors
2019 Alberto Bettiol (Ita) EF
2020 Mathieu Van der Poel (Ned) Alpecin-Fenix
Edição 2020
Percurso
Antuérpia - Oudenaarde (254 Km)
O percurso deste ano tal como nas últimas edições tem como ponto crucial a
combinação Oude Kwaremont e Paterberg,
O primeiro muro, Katteberg abre as
hostilidades com 100 Km percorridos. O Paterberg será transposto por duas
ocasiões, a segunda será a última subida do dia, enquanto que o Oude
Kwaremont será ultrapassado por três vezes. A principal seleção deverá ser
na primeira passagem pela sequência, Oude Kwaremont+Paterberg, a cerca de 55
Km do final e repete-se bem no final da corrida, com o Paterberg a ser a última subida do dia, a 14 Km da meta.
Depois da primeira passagem pela sequência do Kwaremont+Paterberg aparece uma sequência de subidas decisiva que continuará a selecionar, inclui o Koppenberg, Steenbeekdries, Taaienberg e Kruisberg.
Aqui ficam as características das 19 subidas (Oude Kwaremont e Paterberg
repetem):
Paddestraat (167 km)
Holleweg (151 km)
Holleweg (143 km)
Karel Martelstraat (110 km)
Jagerij (108 km)
Mariaborrestraat (41 km)
Setores de páve planos (dist. p/ meta):
Lippenhovestraat (169 km)Paddestraat (167 km)
Holleweg (151 km)
Holleweg (143 km)
Karel Martelstraat (110 km)
Jagerij (108 km)
Mariaborrestraat (41 km)
Meteorologia
O vento soprará fraco/moderado de Noroeste, não terá grande impacto.
Aqui
Deceuninck-QuickStep
A perda de Stybar foi um duro golpe na equipa belga, o checo estava em forma e na E3 foi o único a conseguir aguentar os arranques de Van der Poel.
Wout Van Aert
Trek-Segafredo
O Covid estragou a preparação da equipa para a De Ronde. Jasper Stuyven é sem dúvida a opção mais fiável, Mads Pedersen não está a subir bem e nesta prova isso é fatal para as ambições.
UAE
Anthony Turgis
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️ Van Vleuten
⭐️⭐️⭐️⭐️ Van der Breggen, Vos, Pieters
⭐️⭐️⭐️ Chantal Blaak, Niewiadoma, Kopecky
⭐️⭐️ Longo Borghini, Brennauer, Ludwig
⭐️Bastianelli, Brown, Norsgaard
Startlist
Aqui
Favoritos
Deceuninck-QuickStep
A perda de Stybar foi um duro golpe na equipa belga, o checo estava em forma e na E3 foi o único a conseguir aguentar os arranques de Van der Poel.
Mesmo assim os lobos contam com um alinhamento de luxo, liderados por Julian Alaphilippe que depois da DDV deixa alguma dúvidas. Kasper Asgreen, Yves Lampaert e Florian Senechal estão em boa forma e qualquer um deles pode ganhar aproveitando a vantagem numérica.
O grande desafio dos lobos será aguentar os ataques de Van Aert e Van der Poel, se estes estiverem num dia inspirado.
Mathieu Van der Poel
Depois da DDV deixou algumas duvidas, no entanto é aconselhável não subestimá-lo. É um ciclista capaz de tornar o impossível em possível e como disse Van Aert na conferência de imprensa de ontem, raramente tem 2 dias maus seguidos.
Mathieu Van der Poel
Depois da DDV deixou algumas duvidas, no entanto é aconselhável não subestimá-lo. É um ciclista capaz de tornar o impossível em possível e como disse Van Aert na conferência de imprensa de ontem, raramente tem 2 dias maus seguidos.
Wout Van Aert
Depois desta semana passou a ser o grande favorito, porém na E3 foi descarregado de uma forma que lembrou a Strade Bianche.
Quando Van der Poel está em prova, Van Aert parece correr de uma forma pouco lógica e nervosa. A sua equipa também pode ser importante, na Gent-Wevelgem Van Hooydonck foi essencial e uma ajuda semelhante aqui seria perfeito para Van Aert.
Trek-Segafredo
O Covid estragou a preparação da equipa para a De Ronde. Jasper Stuyven é sem dúvida a opção mais fiável, Mads Pedersen não está a subir bem e nesta prova isso é fatal para as ambições.
UAE
Alexander Kristoff, dificilmente vencerá, mas muito provavelmente vai chegar no 2º grupo e vence o sprint. Tem um historial brilhante na prova, em 9 participações o pior que fez foi um 16º lugar, tem 3 pódios, 1 vitória e 7 top-5.
Matteo Trentin é a opção nr. 2 da UAE, está em boa forma mas é o oposto de Kristoff, o seu historial é uma deceção, nunca fez sequer top-10.
AG2R-Citroen
Greg Van Avermaet e Oliver Naesen estão em boa forma mas simplesmente não conseguem fazer a diferença, taticamente correm de uma forma estranha e falham constantemente as movimentações vitoriosas, o que faz com que estejam sempre atrás do prejuízo.
Tendo 2 ciclistas capazes de estar entre os melhores, têm de tirar partido disso.
Michael Matthews
O australiano está com boas pernas e a sua melhoria neste terreno é notável. No entanto a sua ponta final foi sacrificada e atualmente não tem aquele sprint que há uns anos lhe permitia bater a maioria do pelotão.
Dylan Van Baarle
Dominou a DDV com um raid a solo de 50 Km e terá de repetir a façanha aqui porque não tem a explosividade dos favoritos. Tom Pidcock poderia ser a outra aposta da Ineos mas a sua forma caiu drasticamente nestas últimas semanas.
Anthony Turgis
Boa temporada de pavé, onde se confirmou como um dos melhores neste terreno. O francês foi 4º em 2020 e este ano procura estar novamente entre os melhores, está em grande forma e é bem possível que o vejamos entre os primeiros.
Peter Sagan
Fará a primeira prova no empedrado do ano, na Milão-São Remo fez uma boa prova e na Catalunha ganhou uma etapa, mas aqui a dureza é outra e será difícil vê-lo a desafiar os melhores. No entanto, é Sagan e merecia uma menção.
Outros: Kung, Laporte, Benoot, Politt, Vanmarcke, Pidcock, Colbrelli
⭐⭐⭐⭐⭐Van Aert, Van der Poel
⭐⭐⭐⭐ Alaphilippe
⭐⭐⭐ Asgreen, Lampaert
⭐⭐ Matthews, Van Avermaet, Van Baarle
⭐Kristoff, Naesen, Senechal, Turgis, Trentin
Aposta: Wout Van Aert
Joker: Kasper Asgreen
Prova Feminina
Percurso
Oudenaarde › Oudenaarde(152,4 Km)
Hellingen
Kattenberg (57 Km) - 0.8 Km a 6%
Edelare (62 Km) - 1.5 Km a 4.2%
Boineberg (67 Km) - 1.2 Km a 5.1%
Mollenberg (76 Km) - 0.4 Km a 7% - max 14%
Marlbouroughstraat (80 Km) - 2 Km a 3%
Berendries (84 Km) - 0.9 Km a 7% - max 12%
Valkenberg (90 Km) - 0.5 Km a 8% - max 12%
Berg Ten Houte (102.5 Km) - 1.1 Km a 6% - max 21%
Kanarieberg (108 Km) - 1 Km a 7% - max 14%
Taaienberg (112 Km) - 0.5 Km a 6% - max 15%
Kruisberg/Hotond (125 Km) - 2.5 Km a 5% - max 9%
Oude Kwaremont (135 Km) - 2.2 Km a 4% - 11% max
Paterberg (140 Km) - 0.3 Km a 13% - max 20%
Favoritas
⭐️⭐️⭐️⭐️ Van der Breggen, Vos, Pieters
⭐️⭐️⭐️ Chantal Blaak, Niewiadoma, Kopecky
⭐️⭐️ Longo Borghini, Brennauer, Ludwig
⭐️Bastianelli, Brown, Norsgaard
Aposta: Annemiek Van Vleuten
Joker: Emma Norsgaard
Seguir em direto: #RVV, @FlandersCLnews, #flandersclassics
TV: Eurosport 1 (09:00, Lisboa)
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