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Relatório 2018: Os melhores momentos


Todos os anos o ciclismo proporciona momentos que nos faz apreciar ainda mais este desporto e o tornam tão especial.
Como fazemos todos os anos, reunimos uma série de momentos/situações referente ao ano que finaliza e escolhemos aqueles que para nós foram os melhores. Aqui estão eles.

A magia dos monumentos

Foi um ano em cheio para os 5 monumentos, todos eles proporcionaram grandes espetáculos de ciclismo, com 5 vencedores brilhantes.
A Milão-São Remo costuma ser o monumento mais entediante mas este ano Vincenzo Nibali decidiu tornar a prova emocionante, numa das vitórias mais impressionantes de 2018.
Volta à Flandres e Paris-Roubaix não falham, mais um ano onde se viu o ciclismo em estado puro, com Niki Tersptra a culminar uma primavera fantástica na Flandres e Peter Sagan a juntar ao seu palmarés a rainha das clássicas.
A Liège-Bastogne-Liège tem vindo a sofrer um pouco, as últimas edições não foram brilhantes, mas a deste ano rompeu isso e vimos uma prova muito mexida. Bob Jungels deu mais uma vitória para a Quick-Step Floors.
Ao contrário da La Doyenne, a Volta à Lombardia continua ano após ano a dar-nos grandes espetáculos de ciclismo. Pinot foi um vencedor notável, numa prova onde Roglic, Bernal e Nibali também brilharam.

Além dos monumentos, há outras clássicas que temos de destacar. Na Flèche Wallone o reinado de Valverde terminou com Alaphilippe a bater o espanhol no Mur de Huy e no Paris-Tours tivemos um percurso completamente diferente do que nos tem habituado com sectores de gravilha a tornarem a prova imprevisível, o que fez com que alguns ciclistas e diretores reclamassem, a verdade é que a prova foi muito mais espetacular.
A Strade Bianche merece um tópico próprio.

Degenkolb regressa às grandes vitórias

Desde o acidente que teve em janeiro de  2016, quando estagiava em Calpe, que Degenkolb não é o mesmo que tinha ganho 2 monumentos e várias etapas nas grandes voltas.
O alemão chegou ao Tour com um objetivo, vencer a etapa que terminava em Roubaix e foi isso que aconteceu. Fez uma etapa irrepreensível, muito atento e quando foi para estar no movimento decisivo juntamente com Lampaert e Van Avermaet, lá estava ele, parecia o velho John Degenkolb.
Repetiu a façanha de ganhar em Roubaix e sobretudo regressou às grandes vitórias depois de 2 anos e meio negros. O alemão em lágrimas depois de passar a linha de meta é uma das imagens do ano.


A finestrada de Froome

Quando Froome lançou-se a solo no Colle delle Finestre a 80 quilómetros da meta na 19ª etapa do Giro, pouca gente acreditou que ele acabaria de rosa no final do dia.
Até a este dia, o Giro não estava a correr muito bem a Froome e por isso era pouco expectável que ele acabasse por ganhar a prova, mas tudo mudou, Simon Yates que liderava o Giro quebrou bem cedo, a Sky impunha um ritmo forte e preparou o ataque do seu líder e assim aconteceu, ninguém conseguiu seguir na roda. O britânico acabou o dia a ganhar mais de 3 minutos ao principal rival, Tom Dumoulin, verdade seja dita o holandês também não tomou as melhores opções.
Froome ganhou a etapa, vestiu a maglia rosa e entrou para a história com um daqueles ataques que serão recordados por muito tempo.

Os reis do ciclocross brilham na estrada

O campeão do mundo de ciclocross Wout Van Aert decidiu que 2018 era o ano que começava a transição para a estrada, para isso apostou nas clássicas e pode-se dizer que se saiu muito bem. O melhor resultado foi na Strade Bianche, onde conseguiu um brilhante 3º lugar, foi também 10º na Gent-Wevelgem, 9º na Volta à Flandres e 13º no Paris-Roubaix. Para estreia são resultados muito interessantes e que mostram que pode ser uma das grandes figuras no futuro neste tipo de provas.

O grande rival de Van Aert, Mathieu Van der Poel focou-se menos na estrada e mais na Taça do mundo de XC (BTT), no entanto, das vezes que correu com a fininha deixou a sua marca. Foi campeão holandês, venceu a Boucles de la Mayenne e conquistou 2 etapas na Artic Race of Norway. Em 2019 irá seguir o exemplo de Van Aert e vai apostar nas clássicas.

Strade Bianche

Foi a melhor prova do ano, junta-se o sterrato da Toscania com condições atmosféricas miseráveis e temos um cocktail explosivo.
A corrida foi movimentada desde o inicio, a seleção foi sendo feita até que nos últimos sectores de sterrato os ataques e contra-ataques foram-se sucedendo, destaque neste particular para o campeão do mundo de ciclocross. Wout Van Aert sentiu-se como peixe na água nestas condições e foi ele a produzir um dos ataques decisivos, Romain Bardet seguiu-lhe a roda. Tiesj Benoot saiu mais tarde do grupo principal em busca dos dois e conseguiu chegar e no penúltimo sector deixou os dois para trás.
Na chegada a Siena, Benoot festejou a maior vitória da sua curta carreira, Bardet foi segundo, o francês realizou uma prova surpreendente e Wout Van Aert foi 3º, já em Siena o jovem belga ficou a pé na subida de Santa Caterina, mas nem isso lhe retirou o pódio.

Remco Evenepoel, 'o cannibal júnior'

Entre etapas e provas de um dia, Remco Evenepoel competiu 35 dias em 2018, venceu em 23 deles! Foi campeão europeu e do mundo no contrarrelógio e nas provas de fundo, com exibições do outro mundo, deixando a concorrência a milhas. No contrarrelógio do mundial, a média rondou os 50 Km/h com andamentos limitados, o segundo ficou a mais de 2 Km/h do belga. E na prova em linha, apesar de ter estado envolvido numa queda, recuperou mais de minuto e meio para os da frente e depois deixou toda a gente para trás com uma facilidade desconcertante.
Esta superioridade absurda fez com que várias equipas do WT tentassem ter o belga nas suas fileiras, a escolha de Evenepoel recaiu na Quick-Step Floors (Deceuninck-Quick Step em 2019). O jovem belga que faz 19 anos em janeiro chega assim ao WT muito cedo, a pressão é enorme e as comparações inevitáveis.

Valverde cumpre sonho

Era a 11ª participação de Valverde no mundial, o murciano já tinha sido duas vezes 2º, quatro vezes 3º e nove vezes acabou no top-10, mas faltava-lhe o ouro.


Em Innsbruck tinha uma oportunidade de ouro, o percurso era perfeito para ele e foi isso que aconteceu. Valverde, Woods e Bardet foram os mais fortes na última subida, a 'subida do inferno' com rampas acima dos 20%, Dumoulin juntou-se a eles na descida para a meta. No sprint Valverde foi naturalmente o mais forte e finalmente conseguiu concretizar o sonho de vestir a camisola arco-iris. No pódio foi Peter Sagan a entregar a Valverde a camisola de campeão do mundo, uma espécie de passagem de testemunho.


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