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Rescaldo da Vuelta a España 2018


Com o final da Vuelta, a temporada para alguns termina aqui, enquanto que outros ainda farão algumas provas, com destaque para os mundiais e o Giro da Lombardia. Um dos que tem ambições nessas duas provas é Simon Yates, o brilhante vencedor da Vuelta deste ano.

Simon Yates começou a Vuelta como um dos candidatos, mas existiam dúvidas. Depois do que aconteceu no Giro, o britânico tinha de saber gerir melhor as forças, que numa prova de três semanas é muito dificil. Não podia ter um dia mau e foi isso que aconteceu, ao contrário do Giro, na Vuelta não foi tão dominante, apenas venceu uma etapa enquanto que em Itália venceu três. No Balcon de Bizkaia mostrou fragilidades, mas em Andorra esteve muito forte, atacou e soube gerir o esforço.

A Movistar apresentava-se como a principal equipa da Vuelta, com a ambição de a vencer. O líder era Nairo Quintana, mas Alejandro Valverde começou a prova em grande forma, venceu duas etapas e foi criando a ideia que podia ser ele a liderar a equipa. Quintana também foi fraquejando e o murciano acabou por passar a líder. Mas curiosamente em Andorra, os papeis inverteram-se, Quintana melhorou e podia ter terminado num lugar bem melhor na geral, mas teve de trabalhar para Valverde que quebrou por completo. Apesar das duas vitórias de etapas e de ter colocado dois homens no top-10, esta Vuelta foi um fracasso para a Movistar.

Na última etapa da Vuelta de 2017, Alberto Contador na sua despedida chamou Enric Mas para o seu lado e disse que o ciclista da Quick-Step era o futuro do ciclismo espanhol. Mas não era candidato à geral, se fizesse um top-10, já era um grande resultado. O maiorquinho fraquejou na Covatilla, mas a partir daí esteve sempre entre os melhores e cada vez mais forte, culminou com a vitória na 20ª etapa. No contrarrelógio dos homens da geral só foi batido por Steven Kruijswijk e foi uma etapa importante para se aproximar do pódio.

Miguel Angel Lopez depois de ter sido 3º no Giro, repetiu o mesmo resultado na Vuelta. Não venceu nenhuma etapa, tentou algumas vezes, mas nunca mostrou ter pernas para conseguir mais do que o último lugar do pódio. Também de melhorar no contrarrelógio individual, continua a perder demasiado tempo.

A LottoNL-Jumbo é uma das grandes equipas de 2018 e na Vuelta voltou a ter um papel importante. Nas primeiras etapas de montanha, Sepp Kuss realizou um grande trabalho para George Bennett e Steven Kruijswijk. O neo-zelandês acabou por fraquejar e o holandês que tinha estado em destaque no Tour, fez uma Vuelta de grande nível, mas mais uma vez acabou às portas do pódio.

Thibaut Pinot foi 6º, mas acabou por ser um dos grandes destaques da prova. Venceu duas etapas e emblemáticas, nos Lagos de Covadonga e na La Rabassa. Com estas etapas no currículo, o francês já venceu nas três grandes voltas, não deixa de ser uma conquista importante.

Rigoberto Uran foi 7º, depois do fiasco do Tour, onde abandonou devido a problemas físicos. O colombiano tinha legitimas aspirações a lutar pelo pódio, mas foi muito discreto. É um forte candidato a ser o "ninja" desta edição.

Evolução dos 8 primeiros ao longo da Vuelta

Outros destaques:
- Elia Viviani, venceu três etapas em quatro possíveis, foi o grande sprinter da prova.
- Rohan Dennis, fez o seu trabalho, arrasou a concorrência nos dois contrarrelógios.
Fabio Aru, tornou-se num ciclista banal.
- Peter Sagan, bem tentou ganhar uma etapa, mas acabou por não conseguir. Acabou por respeitar a prova ou terminá-la.
- Ben King, venceu duas etapas, que dizer? Uma das figuras.
- Nacer Bouhanni, renasceu das cinzas e sacou uma etapa, quando ninguém esperava.
- Wilco Kelderman salvou a sua prova em Andorra. Começou a Vuelta com boas pernas, sempre atento nos primeiros lugares apesar de a sorte não ter estado do seu lado também. Mas na segunda semana quebrou, nas duas etapas finais recuperou e conseguiu ficar no top-10.
- Ion Izagirre, apuntou a Vuelta como principal objetivo. Começou a prova em grande, sendo um dos primeiros nas primeiras chegadas em alto. Mas foi quebrando, acabou por segurar um lugar no top-10.
- Thomas de Gendt foi o rei da montanha. Desta vez os quilómetros em fuga deram resultado.
- Os 'muritos', este tipo de chegadas foram tantas, que enjoaram. Faltaram chegadas com subidas mais longas.
- Sky, começou a prova muito bem, Kwiatkowski liderou-a. Depois disso a equipa afundou-se, De la Cruz esteve muito apagado


Melhor etapa - 20ª etapa. A luta entre Enric Mas e Miguel Angel López foi fantástica.
Melhor equipa - Quick-Step. Venceu quatro etapas e teve um homem no pódio;
Melhor trepador - Simon Yates. Soube gerir desta vez o esforço. Venceu apenas uma etapa, mas esteve sempre entre os primeiros quando o terrenos empinava.
Melhor sprinter - Elia Viviani.
Melhor gregário - Sepp Kuss. Difícil, acabamos por optar pelo jovem americano, porque nas duas primeiras semanas, fez um trabalho notável na montanha.
Desilusão - Movistar. Primeiro decidiram apoiar Quintana, quando Valverde estava melhor. Quando trocaram de liderança, foi a vez de Valverde rebentar e Quintana já estava muito melhor. Ganharam duas etapas e a tão amada classificação coletiva (só Unzué se interessa), mas falharam totalmente o principal objetivo e nem pódio conseguiram. Mais um desastre.
Revelação - Enric Mas. 23 anos, Contador tinha razão, está aqui o futuro do ciclismo espanhol nas grandes voltas.
Combativo - Bauke Mollema. Tentou e tentou e tentou... mas não conseguiu vencer uma etapa. Concordamos com a organização, que lhe deu o prémio da combatividade.
Melhor momento - Oscar Rodriguez em La Camperona. Do nada apareceu para roubar a etapa a Teuns e Majka, naquelas rampas infernais.
Pior momento - O acidente de Dylan Van Baarle com um comissário no final da 12ª etapa.
Momento decisivo - Demonstração de força de Simon Yates em Andorra.

Hasta la vista!



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