Guia Liège-Bastogne-Liège 2018
Liège-Bastogne-Liège, também conhecida por 'La Doyenne' (a mais velha), é
a mais antiga clássica dos cinco monumentos do ciclismo, a primeira
edição foi disputada em 1892, ganha por Léon Houat, que repetiria nos dois anos
seguintes.
O corredor italiano, Michele Bartoli considerava a 'La Doyenne' como 'a
clássica mais bela do calendário', mas não se referia propriamente à
beleza do cenário, mas sim ao desafio que era vencer a prova, onde quem
vencia era de facto o mais forte.
A Liége-Bastogne-Liége é a clássica onde os melhores classicómanos e
os melhores corredores de corridas de etapas se encontram, o terreno
não favorece nenhum deles, o que torna este confronto ainda mais
fascinante.
História
A quantidade de histórias sobre a 'La Doyenne' são infindáveis, a prova nasceu porque um grupo de entusiastas de Liège, os Liège Cyclist Union, queriam imitar as grandes provas da altura, Bordeaux-Paris e Paris-Brest-Paris, o objectivo era fazer, Liège-Paris-Liège, a prova teria uns espantosos 845 quilómetros! Porém, o primeiro passo foi fazer uma corrida teste, a partida foi em Liège seguia até Bastogne e os ciclistas voltaram para Liège. E porquê Bastogne? A razão é simples, os organizadores podiam ir de comboio até Bastogne, verificarem se os corredores de facto chegavam a Bastogne, aqueles que não passassem no checkpoint, foram desqualificados. A ideia inicial nunca foi posta em prática e o sucesso da prova teste fez com que se tornasse num dos marcos do ciclismo mundial.
Em termos de vitórias, Eddy Merckx é o recordista com cinco vitórias. Aqui fica a lista dos mais vitoriosos:
5-Eddy Merckx (Bel) 1969, 1971, 1972, 1973, 19754-Moreno Argentin (Ita) 1985, 1986, 1987, 1991
4-Alejandro Valverde (Spa) 2006, 2008, 2015, 2017
3-Léon Houa (Bel) 1892, 1893, 1894
3-Alfons Schepers (Bel) 1929, 1931, 1935
3-Fred De Bruyne (Bel) 1956, 1958, 1959
2-Louis Mottiat (Bel) 1921, 1922
2-René Vermandel (Bel) 1923, 1924
2-Richard Depoorter (Bel) 1943, 1947
2-Prosper Depredomme (Bel) 1946, 1950
2-Ferdi Kübler (Swi) 1951, 1952
2-Joseph Bruyère (Bel) 1976, 1978
2-Bernard Hinault (Fra) 1977, 1980
2-Seán Kelly (Ire) 1984, 1989
2-Michele Bartoli (Ita) 1997, 1998
2-Paolo Bettini (Ita) 2000, 2002
2-Alexander Vinokourov (Kaz) 2005, 2010
A Bélgica é de longe o grande dominador:
59-Bélgica
12-Itália
6-Suiça
5-França
4-Holanda
4-Espanha
4-Espanha
3-Rep. da Irlanda
3-Cazaquistão
2-Alemanha
2-Luxemburgo
1-Dinamarca
1-Rússia
1-Estados Unidos
1-Austrália
últimos 10 vencedores
2007 Danilo Di Luca (ITA) Liquigas2008 Alejandro Valverde (ESP) Caisse d'Epargne
2009 Andy Schleck (LUX) Team Saxo Bank
2010 Alexandre Vinokourov (KAZ) Astana
2011 Philippe Gilbert (BEL) Omega Pharma–Lotto
2012 Maxim Iglinsky (KAZ) Astana
2013 Dan Martin (IRL) Garmin–Sharp
2014 Simon Gerrans (AUS) Orica–GreenEDGE
2015 Alejandro Valverde (ESP) Movistar Team
2016 Wout Poels (NED) Team Sk
2017 Alejandro Valverde (Spa) Movistar Team
Edição 2017
1 Alejandro Valverde (Spa) Movistar Team 6:24:27 2 Daniel Martin (Irl) Quick-Step Floors
3 Michal Kwiatkowski (Pol) Team Sky 0:00:03
4 Michael Matthews (Aus) Team Sunweb
5 Jon Izaguirre (Spa) Bahrain-Merida
6 Romain Bardet (Fra) AG2R La Mondiale
7 Michael Albasini (Swi) Orica-Scott
8 Adam Yates (GBr) Orica-Scott 0:00:07
9 Michael Woods (Can) Cannondale-Drapac
10 Rafal Majka (Pol) Bora-Hansgrohe
Percurso
Liège - Ans (258,5 Km)
São 258,5
quilómetros nas Ardenas, com o constante sobe e desce. Onze subidas categorizadas,
sendo que os últimos 90 quilómetros são os mais 'cruéis', das onze subidas, oito delas estão nesta fase da corrida, o que torna esta prova,
particularmente dura.
Aqui ficam as 11 subidas categorizadas:
Côte de Bonnerue (441 m, 2.5 Km a 5.3%, Km 71.5),
Côte de Saint-Roch (443 m, 1.0 Km a 9.2%, Km 108.6),
Côte de Mont-le-Soie (560 m, 4.0 Km a 5.9%, Km 151.6),
Côte de Pont (433 m, 1.0 Km a 9.2%, Km 167.6),
Côte de Bellevaux (419 m, 1.5 Km a 5.1%, Km 171.7),
Côte de la Ferme Libert (502 m, 1.2 Km a 12.0%, Km 179.5),
Col du Rosier (562 m, 4.6 Km a 5.4%, Km 197.8),
Col du Maquisard (365 m, 2.6 Km a 5.5%, Km 210.2),
Côte de la Redoute (305 m, 2.5 Km a 7.2%, Km 222.0),
Côte de la Roche-aux-Faucons (212 m, 1.4 Km a 9.3%, Km 238.1),
Côte de Saint-Nicolas (171 m, 1.4 Km a 7.9%, Km 251.9)
Os
corredores partem de Liège, percorrem 97,5 quilómetros até a Bastogne,
altura em que regressam em direção à província de Liège. São mais de
4000 metros de subida acumulada, que por si só fazem a seleção final de quem disputará a vitória.
A primeira triagem a sério deverá ser na Côte de la Redoute. A subida final em Ans, não é categorizada, mas pode influenciar na decisão do vencedor, se um grupo pequeno estiver a disputá-la.
Condições meteorológicas
Condições atmosféricas praticamente perfeitas para pedalar. Muito sol, temperatura agradável a rondar os 25ºC e vento fraco de Sul.
Últimos 5 Km |
Subida final |
A primeira triagem a sério deverá ser na Côte de la Redoute. A subida final em Ans, não é categorizada, mas pode influenciar na decisão do vencedor, se um grupo pequeno estiver a disputá-la.
Condições meteorológicas
Condições atmosféricas praticamente perfeitas para pedalar. Muito sol, temperatura agradável a rondar os 25ºC e vento fraco de Sul.
Startlist
Aqui
Favoritos
Alejandro Valverde
Depois de quatro anos a dominar o Mur de Huy, finalmente foi batido por Alaphilippe. No entanto, isso não apaga a brilhante temporada que a está a realizar.
Para nós continua a ser o grande favorito, tem uma equipa poderosa capaz de controlar a corrida e o murciano tem todos os recursos para vencer pela 5ª vez.
Julian Alaphilippe
Venceu a Flèche Wallone de forma brilhante, bateu Valverde no Mur de Huy. Porém, a Liège-Bastogne-Liège é uma prova diferente, que não se decide apenas no muro final, mas a seleção é realizada ao longo da prova.
É um dos grandes favoritos, porque está em grande forma e tem uma equipa forte.
Tim Wellens e Lotto-Soudal
O belga começou o ano em grande e nas Ardenas já demonstrou que o bom momento não terminou. Tem também ele uma equipa fortíssima, com Vanendert e Benoot a serem corredores que podem estar também nos primeiros lugares.
Não tem um histórico muito bom nesta prova, mas também não tinha grandes resultados na Flèche Wallone e este ano esteve com os primeiros.
Rui Costa
Teve um inicio de ano muito dificil, com uma lesão que o incomodou. Recuperou, para estar bem nas Ardenas e a verdade é que mal não tem estado.
Das três clássicas das Ardenas, esta é a que mais se adequa às suas caracetrísticas e os resultados provam-no. Foi 9º em 2013, 4º em 2015 e 3º em 2016.
Emirates
Uma das equipas que tem desiludido este ano. Apresentam no papel um alinhamento de luxo, com Daniel Martin, Rui Costa e Diego Ulissi.
O irlandês tem sido mesmo um autêntico desastre, recorde-se que já venceu esta prova e pelas últimas prestações não parece que possa repetir. Por sua vez, Ulissi também não tem estado nada brilhante e também não deve ser um ciclista a ter em conta na "La Doyenne".
Sky
Ao contrário de outros anos, chega com uma equipa algo debilitada. Wout Poels não compete desde o Paris-Nice, Sergio Henao está longe do que já foi, Michal Kwiatkowski começou bem o ano mas perdeu gás e Geraint Thomas vai-se estrear na prova.
Bahrain-Merida
A equipa árabe apresenta um alinhamento de luxo. Com Vincenzo Nibali a ser o cabeça de cartaz, ele que já foi 2º em 2012.
Além do tubarão, Domenico Pozzovivo que mostrou estar em excelene forma no Tour of Alps também estará presente, além dos irmãos Izagirre e de Gasparotto. Com tanta qualidade, é uma das equipas que podem mexer a corrida, tornando-a dura.
Astana
Michael Valgren tem realizado uma primavera de sonho, venceu a Omloop e a Amstel Gold, o dinamarquês é um dos outsiders mais perigosos.
O outro dinamarquês, Jakob Fuglsang é também um corredor a ter em conta.
Michael Matthews
Mostrou na Flèche Wallone que está em excelente condição fisica. Com Tom Dumoulin a regressar de lesão, o australiano será a aposta da equipa alemã, pelo menos é o que dá mais garantias.
Romain Bardet
Começou um ano em grande estilo, chegou mesmo a surpreender na Strade Bianche, onde conseguiu um brilhante 2º lugar.
Foi 9º na Flèche Wallone e sabendo que esta prova se adequa mais às suas características, não temos duvidas em colocá-lo ao lado dos grandes favoritos.
Bauke Mollema
O holandês é mais um ciclista a ter em conta, porque está num excelente momento de forma e porque é dos que se adaptam muito bem a este tipo de percursos.
Terá de atacar de longe, assim como Nibali ou Bardet, porque a sua ponta final é fraca.
***** Alejandro Valverde
**** Julian Alaphilippe, Romain Bardet
*** Michael Matthews, Tim Wellens, Roman Kreuziger
** Vincenzo Nibali, Domenico Pozzovivo, Tiesj Benoot, Bauke Mollema, Jakob Fuglsang, Rui Costa
* Rigoberto Uran, Michal Kwiatkowski, Enrico Gasparotto, Sergio Henao, Ion Izagirre, Dan Martin, Tom Dumoulin, Jelle Vanendert, Dylan Teuns, Michael Valgren,
A nossa aposta: Alejandro Valverde
Outsider: Tim Wellens
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