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Destaques de 2016

Peter Sagan e Sep Vanmarcke na Volta à Flandres
Estamos perto de encerrar o ano e é a altura de fazermos uma retrospectiva sobre aqueles que foram os grandes destaques do ciclismo em 2016.

Ciclista do ano: Peter Sagan
Para nós, não há dúvidas, o ciclista do ano foi Peter Sagan. Foi o ano em que venceu o seu primeiro monumento, a Volta à Flandres, revalidou o título mundial ao bater Mark Cavendish ao sprint, ganhou três etapas e a camisola verde na Volta à França, venceu a Gent-Wevelgem, foi campeão da Europa na prova de fundo, além de outras. 
No total foram 14 vitórias, 12 segundos lugares, 6 terceiros lugares e acabou como o número 1 do ranking UCI, só confirmou o ciclista monstruoso que é, Peter Sagan.

Melhor prova: Giro d'Italia 
O holandês Kruijswijk parecia destinado a conquistar o Giro, até que na 19ª etapa, na descida do Colle dell'Agnello, ao tentar acompanhar Vincenzo Nibali, espeta-se contra um muro de neve.
Nibali no dia a seguir conquistaria a maglia rosa, depois de um trabalho fantástico da sua equipa, que ele finalizou de forma perfeita. Antes da 19ª etapa, o italiano da Astana estava aflito de conseguir o pódio, no final da 20ª etapa, era líder.
Uma das reviravoltas mais impressionantes numa Grande Volta, nas últimas décadas.

Melhor clássica: Volta à Flandres
Estávamos na dúvida entre três, Volta à Flandres, Paris-Roubaix e o Giro da Lombardia. Qualquer uma delas, merecia, mas tínhamos de escolher uma e fomos para o segundo monumento do ano, a Volta à Flandres.
A razão pela escolha está na forma como Peter Sagan destroçou Kwiatkowski e Sep Vanmarcke no míticos Oude Kwaremont e Patterberg. Ainda houve Fabian Cancellara, que foi obrigado a fazer uma recuperação notável, mas que não chegou para alcançar o eslovaco, que desta forma venceu o primeiro monumento da carreira.


Melhor Grande Volta: Giro d'Italia
Foi a melhor prova do ano, não há muito mais a acrescentar do que já foi escrito lá em cima. :)

Melhor prova por etapas (excepto GV's): Vuelta ao País Basco (Itzulia)
Entre as provas por etapas, estávamos indecisos entre a Volta à Catalunha, e a que acabou por ser a nossa escolha, a Itzulia, mais conhecida por Vuelta ao País Basco. A prova basca costuma ser das mais animadas, com as suas subidas inclinadas e o público extremamente apaixonado na berma da estrada. Este ano voltou a não desiludir e no plano competitivo a coisa também esteve animada, com o vencedor a ser decidido na última etapa, num contra-relógio individual, ganho por Alberto Contador.
A prova também nos proporcionou um dos festejos mais originais de sempre, cortesia de Diego Rosa.



Melhor etapa: 15ª da Vuelta a España
Alberto Contador, esteve longe do seu melhor na Vuelta, mas mesmo assim nunca deixa de dar espectáculo e os adeptos de ciclismo agradecem.
O ataque de Contador aconteceu praticamente no Km 0, apanhando Chris Froome e a Sky a dormir, quem esteve bem atento foi Quintana e a Movistar, ao contrário do que aconteceu no Tour, que seguiu o ataque do espanhol e depois fez-se história. Nunca mais foram apanhados pelo o grupo de Froome e Chaves, a Sky colapsou por completo, deixando o seu chefe de fila sozinho.
Froome perdeu muito tempo (2 minutos e 43 segundos) e hipotecou as hipóteses que tinha de vencer a prova espanhola, num dia, em que Nairo Quintana agradeceu a preciosa ajuda de Alberto Contador.

Melhor classicómano: Peter Sagan
Foi o ciclista do ano, não precisa de mais explicações!

Melhor trepador: Nairo Quintana
Este intratável na Catalunha, onde apeou toda a gente, inclusive Contador. Na Romandia, esteve um patamar acima de todos e na Vuelta não houve ninguém que subisse como ele. Falhou na Volta à França, onde esteve uns furos abaixo do esperado, mas mesmo assim acabou no pódio. 
O único que podia estar na discussão seria Chris Froome, mas o colombiano mostrou-se mais consistente durante todo o ano, mesmo nas provas que não venceu, como por exemplo no País Basco, esteve sempre nos primeiros lugares.

Melhor sprinter: Mark Cavendish
Parecia que este ano seria de Marcel Kittel, que começou a temporada com toda a força. Cavendish foi batido pelo o alemão no Dubai.
Mas é na Volta à França, que se define o rei do sprint e 2016 foi o ano em que Cavendish renasceu e dominou. Foram 4 vitórias de etapa, mais do que qualquer ciclista em prova e o record de vitórias de etapas de Eddy Merckx está ameaçado, já que o britânico tem 30 triunfos e está só a 4 de Merckx.

Melhor voltista: Chris Froome
Vencedor da Volta à França e foi 2º classificado na Vuelta, não há muito mais a dizer. Nairo Quintana é quem se aproxima mais, com o 3º lugar na Volta à França e vitória na Vuelta.
Romain Bardet, apenas esteve no Tour, onde foi 2º e Nibali venceu o Giro e apresentou-se na Volta à França à procura de etapas e para ajudar Aru.
Froome também venceu o Critérium du Dauphiné. Para nós foi o melhor voltista de 2016, num ano em que esteve perto de conseguir ganhar duas Grandes Voltas.

Melhor gregário: Wouter Poels
Foi o principal gregário de Chris Froome na Volta à França e esteve simplesmente brutal nessa função. Rebocando o pelotão subida após subida, durante praticamente todas as etapas de montanha. 
Já em 2015, tinha estado fantástico, mas aí Richie Porte e Geraint Thomas deram mais nas vistas como gregários, este ano, Richie Porte já não estava na Sky e Geraint Thomas, apresentou-se longe da forma de 2015. 
Wouter Poels além da magnifica Volta a França na função de gregário, durante a primavera, conseguiu o feito de conquistar o 1º monumento para a Sky.

Melhor contra-relogista: Fabian Cancellara
Tom Dumoulin brilhou no Tour ao vencer um contra-relógio e a ser 2º noutro. Chris Froome também brilhou na Volta à França, ao ser 2º atrás de Dumoulin e ao vencer o outro.
Mas nenhum deles foi capaz de incomodar Fabian Cancellara nos Jogos Olímpicos, o suíço no Rio de Janeiro esmagou a concorrência e não deixou dúvidas na sua despedia, provando que é um dos melhores de sempre na especialidade.
Cancellara começou o ano muito bem, venceu os contra-relógios da Volta ao Algarve e do Tirreno-Adriático, mas falhou o objetivo de vestir de rosa no Giro, ao ser apenas 8º no prólogo inaugural, com a desculpa de uma gastroenterite. Na Volta à França, esteve muito longe do melhor, já a pensar nos Jogos Olímpicos. E foi no Rio de Janeiro, que cimentou ainda mais a lenda.

Desilusão do ano: Fabio Aru
Foi um ano desastrado para o jovem italiano. Toda a temporada foi a pensar na Volta à França e a equipa na maior prova do mundo correspondeu, tentou ajudar, foi para a frente impor ritmos, mas Aru falhou rotundamente. E o momento que o definiu na desilusão da temporada, foi a última etapa de montanha do Tour, a 20ª, quando a equipa foi para a frente trabalhar e mal o terreno começou a empinar no  Col de Joux Plane, o italiano meteu marcha atrás e atirou todo o trabalho da Astana no lixo.

Melhor equipa: Team Sky
Apesar de não terem sido a equipa número 1 do ranking UCI, a equipa britânica dominou de forma avassaladora a Volta à França e conseguiu finalmente ganhar o seu primeiro monumento, com Wouter Poels na Liège-Bastogne-Liège.
A adicionar isso, destaque para a vitória de Geraint Thomas no Paris-Nice e Chris Froome no Critérium du Dauphiné.

Melhor ciclista do pelotão nacional: Rafael Reis
Foi o ciclista mais regular no pelotão nacional. Venceu a Clássica de Amarante, Volta à Bairrada e Grande Prémio Jornal de Notícias. Ao todo conquistou 5 etapas, com destaque para o prólogo da Volta a Portugal. Também não se pode deixar de assinalar o 3º lugar no Campeonato Nacional de Contra-relógio.
Apesar de não ter alcançado uma classificação de relevo na geral da Volta a Portugal, trabalhou muito em prol dos líderes, mas foi sua consistência ao longo de 2016, que lhe permitiu ser o número 1 do ranking APCP e por essa razão, também para nós, é o ciclista do ano em Portugal.
A sua excelente temporada, permitiu-lhe arranjar um contrato numa equipa Pro-Continental, mais concretamente na Caja Rural, uma recompensa pelo trabalho efectuado em 2016.
Melhor equipa portuguesa: W52-FC Porto-Porto Canal
Foi a equipa portuguesa mais vitoriosa, mas foi o seu domínio absoluto na Volta a Portugal que impressionou mais. 
Na prova mais importante do ciclismo português, a W52-FC Porto-Porto Canal esteve numa outra galáxia em relação às restantes equipas, a diferença foi tão avassaladora que chegou a ser humilhante para a concorrência. Colocaram 3 corredores nos 4 primeiros lugares (1º, 2º e 4º) e 5 nos 15 primeiros. Além disso, venceram 4 etapas.
No resto da temporada, ganharam, além da Volta a Portugal, Clássica de Amarante, Volta à Bairrada , Grande Prémio Jornal de Notícias e a Taça de Portugal. Melhor seria difícil.
Surpresa do ano: Rui Vinhas/Matthew Hayman
Abrimos uma excepção, porque é impossível decidir entre a vitória de Rui Vinhas na Volta a Portugal e a de Matthew Hayman no Paris-Roubaix.
A vitória de Rui Vinhas na Volta a Portugal foi um dos momentos mais surpreendentes do ciclismo português dos últimos anos. O conto de fadas de Vinhas, aconteceu porque na 3ª etapa as equipas decidiram andar a discutir umas com as outras sobre quem deveria perseguir e quem aproveitou foi o ciclista do Sobrado, que após a jogada tática de Nuno Ribeiro ficou com uma boa vantagem de amarelo. O domínio da W52-FC Porto-Porto Canal foi de tal forma avassalador, que além de terem o chefe de fila (Gustavo Veloso) a ganhar etapas também se deram ao luxo de proteger Rui Vinhas, que aguentou bem na montanha.
No contra-relógio final, esperava-se que Veloso roubasse a camisola amarela ao colega de equipa, mas mais uma vez, Vinhas excedeu a expectativas e aguentou a pressão de defender a liderança.
A vitória de Matthew Hayman no Paris-Roubaix também é uma espécie de conto de fadas. . No inicio da temporada andou a recuperar de uma fractura do osso do rádio do braço direito, após uma queda na Omloop Het Nieuwsbla, a 27 de fevereiro. 1 mês e pouco depois, no dia 10 de abril, Hayman conseguiu algo que nem ele ainda acredita, venceu o Paris-Roubaixe ainda por cima, batendo ao sprint no velódromo de Roubaix, uma das lendas da prova, Tom Boonen.
E para contextualizar e tornar esta história ainda mais épica, de referir que o australiano correu a raínha das clássicas pela 15ª vez

Momento mais divertido do ano: Sondre Hols Enger (IAM Cycling) dança no pódio, na Volta à Croácia



Nota: Temos o prazer de vos anunciar uma nova parceria entre o Etapa Rainha e o site FairPlay. Desta forma, este artigo está disponível aqui pelo vosso blogue de sempre mas também no FairPlay. Uma vez mais o nosso obrigado à equipa do FairPlay pelo convite. É um prazer participar neste vosso projecto.

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