Análise - 3ª semana do Giro
El Pistolero no pódio (na imagem) |
A terceira e última semana n uma Grande Volta habitualmente é onde se encontram as maiores dificuldades e devido ao cansaço acumulado dos dias, onde os ciclistas sofrem mais. Quem não tiver uma recuperação devida, sofre e não é pouco.
A última semana começava com uma etapa brutal e com a ascensão a uma das subidas mais duras do ciclismo mundial, o mítico Mortirolo. A etapa terminaria em Aprica, em alto.
A etapa como se esperava foi lançada de forma frenética, mas o facto mais relevante da etapa acontece antes do Mortirolo, quando o maglia rosa fura, a Katusha já levava a corrida lançada não espera e a Astana aproveita e também decide não esperar pelo líder da corrida. O que resta da equipa da Tinkoff tentam desesperadamente levar o espanhol ao grupo principal, não o consegue. A subida do Mortirolo começa e Contador estava a cerca de 50 segundos do grupo com Landa e Aru. Landa toma as rédeas do grupo principal, enquanto isso Contador vai recuperando tempo. Aru então ainda antes do meio da subida está em enormes dificuldades de acompanhar Landa e Kruijswijk. O holandês vai ao seu ritmo e Landa é obrigado a esperar por Aru, Contador metro a metro vai recuperando, ainda teve a preciosa ajuda de Igor Anton, talvez o basco tenha decidido agradecer a vitória no Zoncolan em 2011.
Contador chega a Landa e Aru, depois de descansar um pouco na roda de Aru, ataca, Landa responde, Aru fica definitivamente para trás. Até ao final, Contador e Kruijswijk trabalham incessantemente, para ganhar tempo a Aru, na subida de Aprica, Landa que estava mais fresco, a quatro quilómetros ataca e vence a etapa, Kruijswijk e Contador chegam juntos a 38 segundos. Aru perde mais de dois minutos e meio e desce para terceiro da geral. Uma etapa épica que ficará na memória durante muito tempo.
A 17ª etapa era propícia para uma chegada ao sprint e confirmou-se a previsão, a luta pela camisola dos pontos estaria ao rubro e foi Modolo que venceu a etapa, na frente de Nizzolo, os dois ultrapassaram Elia Viviani que não foi além do 11º lugar na etapa.
A 18ª etapa estava a correr normalmente, uma fuga tinha ganho muito tempo, no entanto, antes da subida do Monte Ologno, acontece uma queda que impede a passagem de Mikel Landa. Depois do que se passou antes do Mortirolo na 16ª etapa, a Tinkoff decide atacar a corrida e no inicio da subida do Monte Ologno, Alberto Contador decide ir sozinho, aproveitando o atraso de Landa.
Mikel Landa chega ao grupo onde está Aru, mas Contador já não estava, Hejesdal também foi tinha saído do grupo, juntaria-se no final da subida ao espanhol da Tinkoff, que esperou pelo canadiano para os dois trabalharem até ao fim da etapa. A etapa foi ganha brilhantemente por Philippe Gilbert que foi o homem mais forta de fuga.
Contador e Hejesdal ganharam ao grupo de Aru e Landa, 1 minuto e 13 segundos.
A 19ª etapa prometia sobretudo pelos 60 quilómetros finais, que tinham três contagem de alta montanha. A etapa foi controlada pela Tinkoff numa primeira fase e depois pela Astana na parte final. A última subida foi marcada pela marcação de Contador a Landa, o que beneficiou Fabio Aru, que teve ordem de marcha e atacou a vitória de etapa. Além da vitória da etapa, Aru acabou por ganhar tempo suficiente ao seu colega de equipa e roubou-lhe o segundo lugar.
A 20ª etapa apresentava-se como a última oportunidade para a vitória de etapa de Contador. E não seria desta vez, o espanhol na barbaridade que é a subida do Colle delle Finestre, passa mal. Ainda tentou responder ao ataque de Landa, não conseguiu e depois ficaria para trás. Aru, Hejesdal, Kruijswijk e Uran.
Landa apanha Zakarin e fazem o resto da subida do Colle delle Finestre juntos, sem que o russo tenha ajudado o basco. Contador chega ao topo a perder 1 minuto e meio, na descida não perde tempo para Landa. Já na subida final, a Astana manda esperar pelo grupo de Aru, o italiano acabaria por ganhar a etapa, enquanto isso, Contador chegaria a 2 minutos e 25 segundos do vencedor da etapa. A quebra do espanhol segundo ele deveu-se à perda de peso, resultado do esforço que tinha sido sujeito nos últimos dias e também a desidratação, durante a etapa admitiu não ter ingerido líquidos suficientes.
A última etapa como em todas as Grandes Voltas é a etapa da consagração, habitualmente termina ao sprint. Mas este Giro foi uma prova muito particular e terminaria também de uma maneira diferente do habitual. Iljo Keisse e Luke Durbridge lançaram-se e nunca mais seriam apanhados, colaboraram muito bem entre si e no final, foi impossível ao pelotão liderado por Lampre e Sky chegar aos fugitivos. Keisse impôs a lei do mais forte, o belga era melhor sprinter e provou-o.
Na classificação de pontos, Nizzolo manteve a camisola.
Alberto Contador conquista o seu segundo Giro, numa prova em que praticamente sozinho enfrentou uma armada da Astana.
Nos próximos dias sairá um artigo com os destaques deste Giro. Até breve. :)
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