Guia Paris-Roubaix 2024
For some, it's only a dirt track. For us, it's the gate of hell.
Para alguns, é apenas uma percurso sujo. Para nós, é a porta do inferno.
A rainha das clássicas, a clássicas das clássicas, o inferno do norte, o infame Paris-Roubaix celebra este domingo a sua 121ª edição.
A sua grandeza e misticismo é algo único no ciclismo mundial, que apaixona ciclistas e milhões de adeptos da modalidade. O Tour é provavelmente a única prova que concorre com o Paris-Roubaix em termos de popularidade e importância.
Desde 1896 que se corre a prova no norte de França, apesar de se chamar Paris-Roubaix, desde 1968 que a partida não sai de Paris, mas sim de uma cidade a norte da cidade Luz, Compiègne, que pertence à região de Picardie.
História
Não há prova igual a esta e é uma das mais antigas. Criada em 1896, quando Théodore Vienne e Maurice Perez, construíram o velódromo em Roubaix e propuseram ao editor da Le Vélo, Louis Minart, a realização de uma prova que começaria em Paris e terminaria nele. Minart deixou a decisão final para o director da publicação, Paul Rousseau. A abordagem foi no sentido da prova ser de preparação para o Bordéus-Paris, uma das provas mais importantes dessa altura.
Paul Rousseau mostrou-se a favor da ideia e para definir o percurso, pediu ao editor de ciclismo Victor Breyer que o fizesse. Breyer foi reconhecer o percurso e chegou imundo e completamente de rastos a Roubaix, a intenção era enviar por carta uma recomendação a Minart para desistir da ideia, porém, tal não aconteceu e Breyer concordou em dar o seu aval à realização da prova. Definindo um percurso por meio de florestas, campos agrícolas e com muito pavé à mistura.
O primeiro vencedor da prova foi o alemão, Josef Fischer.
Desde aí, a prova realiza-se até aos dias de hoje, apenas teve dois interregnos, durante a primeira e segunda grande guerra.
Em termos de vitórias, Roger de Vlaeminck e Tom Boonen são os recordistas com quatro vitórias. Aqui fica a lista dos mais vitoriosos:
4 - Roger De Vlaeminck, BEL
4 - Tom Boonen, BEL
3 - Octave Lapize, FRA
3 - Gaston Rebry, BEL
3 - Rik Van Looy, BEL
3 - Eddy Merckx, BEL
3 - Francesco Moser, ITA
3 - Johan Museeuw, BEL
3 - Fabian Cancellara, SUI
Roger de Vlaeminck, é conhecido por Monsieur Paris-Roubaix, não só pelas vitórias mas também pela quantidade de pódios, foram 9. Aqui fica a lista dos que fizeram mais pódios na prova:
9 - Roger De Vlaeminck, BEL
7 - Francesco Moser, ITA
6 - Rik Van Looy, BEL
6 - Johan Museeuw, BEL
6 - Tom Boonen, BEL
6 - Fabian Cancellara, SUI
A prova é francesa, mas é a Bélgica a grande dominadora da prova:
1 - Bélgica 57
2 - França 28
3 - Itália 14
4 - Países Baixos 8
5 - Suíça 4
6 - Irlanda 2
6 - Alemanha 2
7 - Luxemburgo 1
7 - Suécia 1
7 - Ucrânia 1
7 - Austrália 2
2015 John Degenkolb (GER) Giant–Alpecin
2016 Matthew Hayman (AUS) Orica-GreenEdge
2017 Greg Van Avermaet (BEL) BMC
2018 Niki Terpstra (NED) Quick-Step Floors
2019 Philippe Gilbert (BEL) Deceuninck-QuickStep
2020 Não se realizou
2021 Sonny Colbrelli (ITA) Bahrain
2022 Dylan van Baarle (NED) Ineos Grenadiers
2023 Mathieu van der Poel (NED) Alpecin-Deceuninck
Entre todos os sectores, destacam-se claramente dois: a mítica floresta de Arenberg, que este ano aparece ao quilómetro 162,4 (sector 19) e o Le Carrefour de l’Arbre (sector 4), que está a 17 Km da meta, sendo este o sector que pode decidir a corrida, por estar tão próximo do final.
Nos últimos anos foi introduzido outro sector com a máxima dificuldade, é o número 11, Mons-en-Pévèle, que está situado a 48,6 Km da meta. Este setor é crucial na seleção.
Como já é habitual, o inicio da prova será nos arredores de Paris, em Compiègne e terminará num dos palcos mais míticos e importantes do ciclismo mundial, o velódromo de Roubaix. O pavé e a extensão, fazem do Paris-Roubaix um dos testes mais duros, fisicamente e mentalmente para qualquer ciclista e também para as máquinas.
Percurso
Compiègne> Roubaix (260 Km)
Paris-Roubaix é sinónimo de pavé, o primeiro sector surge aos 96 Km de prova e depois serão mais 29 que farão a seleção e separará o trigo do joio. Todos eles são avaliados entre uma a cinco estrelas, definindo a dificuldade dos mesmos. Se o sector for de cinco estrelas isso significa que tem a dificuldade máxima e se tiver apenas uma, dificuldade mínima. A definição da dificuldade é dado pela qualidade do pavé e extensão do sector.
Entre todos os sectores, destacam-se claramente dois: a mítica floresta de Arenberg, que este ano aparece ao quilómetro 162,4 (sector 19) e o Le Carrefour de l’Arbre (sector 4), que está a 17 Km da meta, sendo este o sector que pode decidir a corrida, por estar tão próximo do final.
Nos últimos anos foi introduzido outro sector com a máxima dificuldade, é o número 11, Mons-en-Pévèle, que está situado a 48,6 Km da meta. Este setor é crucial na seleção.
Como já é habitual, o inicio da prova será nos arredores de Paris, em Compiègne e terminará num dos palcos mais míticos e importantes do ciclismo mundial, o velódromo de Roubaix. O pavé e a extensão, fazem do Paris-Roubaix um dos testes mais duros, fisicamente e mentalmente para qualquer ciclista e também para as máquinas.
Setores de pavé
Startlist
Condições Atmosféricas
De noite vai chover, os setores provavelmente estarão húmidos. Durante a prova não é esperada chuva.
Temperatura a rondar os 19ºC.
Vento moderado a forte de sul/sudoeste (25 Km/h). Possibilidade de bordures.
Favoritos
O Paris-Roubaix é umas das provas mais imprevisíveis de todo o calendário, é selvagem, infame, bárbara, indomável, cruel, atroz...
Resumindo: é a melhor prova.
Esta lista podia ser maior, mas tivemos que fazer escolhas.
Alpecin-Deceuninck
Fizeram 1-2 no ano passado e este ano voltam a ter os favoritos. Mathieu van der Poel está numa forma incrível, dominou como quis na Flandres, neste momento está a voar no empedrado e é o homem a bater. Jasper Philipsen venceu a MSR, é a carta da equipa caso um grupo relativamente numeroso chegue ao velódromo.
A equipa na Flandres demonstrou uma maturidade enorme, a forma como controlaram a corrida roçou a perfeição.
Lidl-Trek
Mads Pedersen tentou antecipar na Flandres e correu mal, o Paris-Roubaix sem as subidas consecutivas da Flandres é bem mais adequada a ele, o próprio admite. É um sério candidato, até porque possui uma ponta de velocidade de respeito.
O mesmo se pode dizer de Jonathan Milan, esta é uma prova que se adequa ao gigante italiano e como é um dos melhores sprinters, poucos quererão chegar com ele ao velódromo.
Visma-LAB
Com tantas ausências e tantos problemas, as abelhas partem para este Roubaix como outsiders e sem grandes expectativas. Dylan van Baarle está a fazer uma temporada bastante fraca e na Flandres ainda tentou, mas rapidamente se perdeu nas profundezas do pelotão.
Christophe Laporte regressa depois de várias semanas a recuperar, é uma incerteza o seu estado. As perspectivas não são as melhores.
Groupama-FDJ
Stefan Kung anda com azar, mas a forma é boa. O grande problema do suíço é que para ganhar terá de chegar isolado a Roubaix, já que não tem sprint.
Laurance Pithie e Lewis Askey também estão no alinhamento, são ciclistas que têm uma boa ponta de velocidade, o problema poderá ser a distância, mas podem ser usados de longe para pressionar os rivais.
Ineos
Ben Turner é um especialista de empedrado e está a subir de forma, é uma opção para surpreender. Mas é Joshua Tarling quem está a centrar as atenções, o jovem britânico está a fazer uma campanha de empedrado de bom nível e sem as subidas flamengas, as suas hipóteses aumentam. Com o motor que tem, não se pode dar muito espaço, dada a juventude a distância é um problema.
Tom Pidcock é adição de última hora, abandonou no País Basco ainda antes de começar a prova devido a queda. Com 50 e poucos Kg, temos algumas dúvidas se o Roubaix é uma prova para ele.
UAE
Nils Politt é um ciclista renascido, excelente primavera e o Roubaix é uma nova oportunidade para ele, esta é a prova favorita dele e em teoria é o líder da equipa.
Tim Wellens também está presente, mas sem subidas, a coisa complica-se para ele, o mesmo se pode aplicar ao 'bigode voador', António Morgado.
Mikkel Bjerg é outra boa opção da equipa, foi 4º na Flandres.
Soudal-Quickstep
Esta equipa que criou a sua lenda nestes paralelos, passa para uma crise profunda na sua equipa de clássicas. No entanto, o Roubaix é uma prova imprevisível e não se estranho de ver algum lobinho na frente. Yves Lampaert está em subida de forma e gosta do Roubaix, a experiência é um fator a seu favor, conhece este paralelo como poucos.
A equipa tem Tim Merlier, que é um corredor que gosta deste terreno, ou não viesse do cyclocross. Além disso está em grande forma, acaba de bater Philipsen num sprint.
Por fim, Kasper Asgreen é uma sombra de si mesmo.
Intermarchè-Wanty
Laurenz Rex tem feito boa temporada e no ano foi 9º, chega aqui como principal aposta da equipa. Mas este alinhamento é bastante homogéneo, com vários ciclistas que podem fazer uma corrida agressiva e acabar com um bom resultado: Adrien Petit, Hugo Page, Madis Mikhels e Mike Teunissen.
Outros
O que dizer de Luca Mozzato? Foi 2º na Flandres e em teoria o Roubaix ainda se adequa mais a ele.
Oliver Naesen parece um homem novo, depois de algumas temporada longe do melhor nível, está a regressar aos bons resultados.
Alberto Bettiol andou bem na Flandres, não ter subidas não o beneficia, mas merece uma menção.
Oier Lazkano estava tão na Flandres até que aparece o Koppenberg e foi o desastre. Mas a temporada que está a fazer merece uma segunda oportunidade e confiamos que estará melhor aqui.
Esta é a prova fetiche de John Degenkolb, mas devido a uma queda no reconhecimento, esteve em dúvidas. Sem este problema, estaria com mais estrelas.
★★★★★ van der Poel
★★★★ Philipsen, Pedersen
★★★ Milan, Merlier, Politt
★★ Tarling, Mozzato, Kung, Bjerg
★ van Baarle, Laporte, Rex, Lampaert, Bettiol, Degenkolb, Naesen, Lazkano
A nossa aposta: Mathieu van der Poel
Joker: Laurenz Rex
TV: Eurosport 1 (09:30, Lisboa)
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