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Guia Giro d'Italia 2023

 

A 106ª edição do Giro d’Itália começa na região de Abruzzo neste 6 de maio, uma das maiores e amadas provas de ciclismo do mundo.
No total os corredores farão quase 3489.2 Km, divididos por 21 etapas com um dia de descanso pelo meio, até chegarem a Roma no dia 29 de maio.

Breve resumo

  • Disputa-se de  de 6 a 28 de maio.
  • 3489.2 Km, ao longo de 21 etapas.
  • 166,2 Km é a média de cada etapa.
  • 3 contrarrelógios, 6 etapas planas, 6 etapas de média montanha ou transição e 5 etapas de alta montanha:
                      
  • No total contará com 70,6 Km de contrarrelógio individual, não há contrarrelógio coletivo.

O percurso



Em traços gerais, a edição de 2023 fará a seguinte ronda:
- Abruzzo
- Puglia
- Basilicata
- Campania
- Molise
- Abruzzo
- Umbria
- Marche
- Emilia-Romagna
- Toscana
- Ligúria
- Piemonte
- Vale de Aosta
- Suiça
- Piemonte
- Lombardia
- Trentino-Alto Adige
- Veneto
- Friuli-Venezia Giulia
- Roma (Lazio)

O Giro das três grandes voltas é aquela que costuma distribuir melhor a quilometragem ao longo do país, a geografia também ajuda. Alpes a norte e Apeninos ao longo da bota, fazem com que a Itália consiga ter terreno fértil para excelentes etapas em praticamente todo o país.
Este ano apenas três regiões italianas não são visitadas pela prova.




A prova irá percorrer cerca de 193 Km fora do território italiano, no Canton Valais, uma região helvética, não muito longe do norte da Itália.A região mais sortuda desta edição é a Campania, não bastava o Nápoles estar quase a festejar o título de campeão italiano, o Giro irá percorrer mais de 450 Km pelas estradas da região. Veneto segue-se com 400 Km e Abruzzo fecha o pódio com 343 Km.

Etapas:
06/05 Etapa 1 (ITT) : Fossacesia Marina - Ortona (19.6 Km)
07/05 Etapa 2 : Teramo - San Salvo (202 Km)
08/05 Etapa 3 : Vasto - Melfi (213 Km)
09/05 Etapa 4 : Venosa - Lago Laceno (175 Km)
10/05 Etapa 5 : Atripalda - Salerno (171 Km)
11/05 Etapa 6 : Napoli - Napoli (162 Km)
12/05 Etapa 7 : Capua - Gran Sasso d'Italia (Campo Imperatore) (218 Km)
13/05 Etapa 8 : Terni - Fossombrone (207 Km)
14/05 Etapa 9 (ITT) : Savignano sul Rubicone - Cesena (35 Km)
15/05 Dia de descanso
16/05 Etapa 10 : Scandiano - Viareggio (196 Km)
17/05 Etapa 11 : Camaiore - Tortona (219 Km)
18/05 Etapa 12 : Bra - Rivoli (179 Km)
19/05 Etapa 13 : Borgofranco d’Ivrea - Crans-Montana (207 Km)
20/05 Etapa 14 : Sierre - Cassano Magnago (194 Km)
21/05 Etapa 15 : Seregno - Bergamo(195 Km)
22/05 Dia de descanso
23/05 Etapa 16 : Sabbio Chiese - Monte Bondone (203 Km)
24/05 Etapa 17 : Pergine Valsugana - Caorle (197 Km)
25/05 Etapa 18 : Oderzo - Val di Zoldo (Palafavera) (161 Km)
26/05 Etapa 19 : Longarone - Tre Cime di Lavaredo (183 Km)
27/05 Etapa 20 (ITT) : Tarvisio - Monte Lussari (18.6 Km)
28/05 Etapa 21 : Roma - Roma (126 Km)

A segunda metade desta edição é bastante dura, com três etapas acima dos 5000 metros de subida acumulada e mais duas acima dos 3500 metros. A primeira semana também tem algumas ratoeiras com finais típicos italianos, que podem surpreender os mais distraídos.


Em termos gerais o Giro deste ano regressa um pouco ás origens, recuperando um pouco da essência que a tornou na grande volta mais complexa das três, que tinha perdido na última década, por exemplo temos duas etapas com mais de 5000 metros de subida acumulada acima dos 200 Km de extensão, infelizmente é coisa rara de se ver atualmente no WT. Para melhorar a organização decidiu colocar mais de 70 Km de contrarrelógio individual, tornando o Giro na grande volta mais equilibrada deste ano.



Etapas a não perder


Etapa 1


Contrarrelógio a abrir a prova, com 19,6 Km de extensão e pouca dureza. A parte mais complicada está colocada no final do crono, os últimos 3 Km tem uma subida de 1200 metros, mas nada do outro mundo.

Etapa 4

Esta parece ser a primeira etapa em linha que pode criar diferenças entre os favoritos, não se vai ganhar a prova aqui mas pode-se perder.
Final no Lago Laceno, 5 Km após subirem o Colle Mollela. A meio da etapa há duas longas subidas categorizadas,  o Passo delle Crocelle com 13,5 Km a 4,3% e o Valico di Monte Carruozo com 19 Km em que a maioria é a 5%, descanso a meio que faz cair a percentagem.
A finalizar, o Colle Molella com 9,8 Km a 5,9% no entanto a parte final da subida é mais dura, com algumas rampas a 10%.

Etapa 7


218 Km com chegada a 2135 m de altitude a primeira etapa de alta montanha deste Giro, nos lendários Apeninos.
Os primeiros 70 Km são planos e depois começa o festival de subida com uma subida não categorizada e enlaçada está o Roccaraso. Mas o que interessa é o monstro, Gran Sasso d'Italia com os seus 45 Km de subida, um adamastor que se pode dividir em várias secções e onde a altitude será um fator a ter em conta. 

Etapa 9

Contrarrelógio panqueca com 30,7 Km de extensão, ideal para os especialistas e onde os trepadores irão sofrer muito e tentarão limitar as perdas.

Etapa 13

Uma das etapas rainhas da prova, mais de 5000 m de subida acumulada com três subidas de respeito. A primeira delas é mais um adamastor, Col du Grand Saint-Bernard com 34 Km a 5,5%, o topo está a 2469 m de altitude.
Após longa descida aparece o Croix de Coeur, uma das subidas mais duras presentes em todo o calendário do World Tour, com 15,5 Km a 8,6%. O final é no Crans Montana, uma subida que parece um relógio suíço, raramente sai dos 7%.

Etapa 15

Valico di Valcava, Selvino e Valpiana, parece que estamos no Giro da Lombardia. Uma etapa que homenageia o último monumento do ano, embora a última subida (Valpiana) podia estar mais perto da meta, o topo está a quase 30 Km da meta e pode inibir ataques.

Etapa 16

A terceira semana começa com este caramelo, quase 200 Km de extensão, 5200 metros de subida acumulada e final no Monte Bondone, tem todos os ingredientes para que as diferenças sejam enormes na meta. 
O Passo Santa Barbara abre as hostilidades com os seus incessantes 12,8 Km a 8,2%, desde aí o terreno praticamente não tem terreno plano (exceção a 10 Km planos antes do Bondone), ou se está a subir ou a descer. Matassone e Serrada não são monstros, mas vão massacrar as pernas e preparam um final durissimo, Monte Bondone com 22,7 Km a 6,4% com diversas secções acima dos 9%.

Etapa 18

É uma etapa estranha, 160 Km com alguma dureza, mas é a parte final que suscita mais curiosidade. Os últimos 32 Km tem três subidas, Forcella Cibiana com 9,7 a 7,7%, descida rápida e imediata subida a Coi, esta ascensão é uma autêntico muro, são 5,5 Km a 9,5%, muita gente corre o risco de ficar completamente apeados aqui.
Descida curta e subida final para Val di Zoldo, 2,3 Km a 7%.

Etapa 19

Para finalizar a alta-montanha nada melhor que ter uma das mais belas regiões deste planeta como pano de fundo, os Dolomitas.
A etapa começa com um falso plano em direção ao Passo Campolongo, segue-se o Passo Valparola e depois uma das subidas lendárias, o Passo Giau, 10 Km a 9,3%. Descida longa até ao sopé do Passo Tre Croci, que prepara a subida final, são 8 Km a 7,2%. O Tre Cime di Lavaredo encerra o dia, 7,2 Km a 7,6%.

Etapa 20

Contrarrelógio que pode ser dividido em duas partes, os primeiros 11,3 Km que não sendo totalmente planos são dóceis, ao contrário dos últimos 7,6 Km a 11,3 %, o Monte Lussari é um inferno de subida.

Equipas e Favoritos

Favoritos

★★★★★ 
Remco Evenepoel
Despejou as dúvidas na Vuelta, pode ganhar provas de 3 semanas. Chega ao Giro a voar, venceu com facilidade a Liège-Bastogne-Liège, mas em Itália pode ter um desafio enorme que se chama Primoz Roglic. Na Catalunha já tivemos uma pequena antevisão do duelo e o esloveno dominou o belga, resta saber se a tendência continuará.
A seu favor tem os 70 Km de contrarrelógio e uma equipa muito compacta ao seu redor. 

Primoz Roglic
O grande problema do esloveno é chegar ao fim da prova. É um dos melhores voltistas, não há dúvidas disso, ganhou 3 Vueltas e fez pódio no Tour.
Chega ao Giro depois de mais de 1 mês em altitude, ganhou todas as provas que esteve presente em 2023 e contra concorrência de peso. Por isso tem 5 estrelas, mas nem tudo são rosas.
Dos 7 colegas que foram anunciados, apenas 2 sobrevivem na lista, todos os outros foram substituídos devido a doença e queda, Roglic vai ter uma equipa ao seu serviço que não é a ideal.

★★★★
João Almeida
Mais uma vez chega ao Giro com expectativas elevadas, Almeida preparou a prova com afinco e as suas declarações foram bastante animadoras.
Na preparação enfrentou Roglic e Evenepoel, não esteve ao nível deles mas foi o melhor dos outros, o que indica que o pódio é uma possibilidade forte.
Tem uma equipa de luxo ao seu dispor, o problema é saber se todos vão remar para o ciclista das Caldas.

★★★
Tao Hart
Finalmente o ciclista britânico conseguiu voltar a um nível decente. Tal como Almeida, em condições normais não vai estar ao nível dos dois aliens, mas o Giro é uma prova imprevisível e a vitória do próprio Tao em 2020 prova isso.
A Ineos tem uma equipa poderosa com 2 líderes, 2 planos B e Pippo Ganna.

★★
Geraint Thomas
Já não vai para novo, mas em 2022 foi o melhor dos outros no Tour, embora a anos luz dos dois bichos.
Os 70 Km de contrarrelógio jogam a seu favor na luta pelo pódio e na luta interna com Tao. No entanto a montanha agreste do Giro é mais ao estilo de Tao.
Não correu muito em 2023, temos algumas dúvidas da sua condição.

Damiano Caruso
Os 2º lugar em 2021 deixou todos de boca aberta, mas 2022 foi uma desilusão. Este ano regressa ao calendário antigo e espera estar entre os melhores neste Giro. A Bahrain é das equipas com mais fogo para este Giro e deverá ser das mais ativas, o pódio é possível.
Na Sicilia esteve bem longe do melhor, mas na Romandia mostrou estar próximo do seu melhor.

Aleksandr Vlasov
O russo em tempos era dado como uma das promessas para provas de 3 semanas, mas não tem confirmado. A última semana é um problema para ele.
Este ano esteve menos ativo do que em 2022, a preparação foi diferente, suponhamos que esteja a guardar energia para este Giro de forma a não quebrar na fase adiantada da prova.
A equipa da Bora-Hansgrohe venceu a edição do ano passado com Hindley com uma equipa de luxo, este ano o alinhamento é bastante mais modesto.

Hugh Carthy
O britânico é oposto de Vlasov, vai melhorando ao longo das 3 semanas e olhando o percurso deste ano, estar em forma na ultima semana é fundamental. Os contrarrelógios não o beneficiam, mas atenção ao último que tem uma subida que Carthy adorará certamente.
A EF traz uma equipa muito interessante e para todos os terrenos.

Outros ciclistas a seguir

Santiago Bruitago
Uma das revelações de 2022 e este ano começou o ano em boa forma. O colombiano está no Giro para a GC? Ou para apenas ganhar etapas? Ou para ser gregário?
Pensamos que a equipa lhe dará liberdade, ser gregário seria um desperdicio.

Jack Haig
Divide a liderança com Caruso e Buitrago (?). O problema de Haig é a atração pelo alcatrão.

Lennard Kamna
GC? Ou caça-etapas?
Relembrar que em 2022 que foi fundamental para a vitória de Hindley na etapa da Marmolada.

Thibaut Pinot
Último ano no pelotão e curiosamente tem demonstrado estar perto do melhor Pinot que vimos. Boa temporada e mostrou-se muito positivo antes da prova, se terminar no top-10 será uma enorme vitória para o ciclista mais carismático do WT.

Stefan Kung
O objetivo é claro, ganhar os contrarrelógios da primeira metade do Giro (1ª e 9ª etapas). Bateu Ganna no crono do Algarve.

Pippo Ganna
Tal como Kung, ganhar os cronos da primeira metade da prova, está em Itália e o seu historial em casa impressiona. Será um gregário fundamental na Ineos.

Sprinters

★★★
Mads Pedersen
Sem alguns dos melhores sprinters do mundo, o dinamarquês tem via aberta para ganhar algumas etapas. Ganhar a Ciclamino é também um dos objetivos.
Fez uma boa primavera e espera continuar no mesmo registo aqui.

★★
Mark Cavendish
Não ganhou ainda em 2023, mas com esta lista de sprinters não será estranho vê-lo a levantar os braços neste Giro. O grande problema é que a Astana não leva ninguém para o apoiar nas chegadas.

Fernando Gavíria
Parece que rejuvenesceu na Movistar e está no Giro para ganhar etapas e lutar pela Ciclamino. Pelo o que mostrou este ano, acreditamos que possa ganhar pelo menos uma etapa.

Kaden Groves
Começou apagado na nova equipa, mas com o avançar da temporada melhorou imenso e naturalmente começou a ganhar. Tem o problema do posicionamento, mas para compensar tem uma das melhores equipa para o lançar.


  David Dekker, Simone Consonni, Davide Cimolai, Vincenzo Albanese, Filippo Fiorelli, Niccolo Bonifazio, Pascal Ackermann, Alberto Dainese

As nossas apostas

Vencedor:
CR: Primoz Roglic
BD: Remco Evenepoel

Restante pódio (sem ordem)
CR: Almeida, Evenepoel
BD: Carthy, Almeida

Restante Top-10 (sem ordem)
CR:  Tao, Caruso, Carthy, Pinot, Vlasov, Buitrago, Sivakov
BD:  Caruso, Buitrago, Pinot, Vlasov, Tao, Thomas, Uran 

Maglia ciclamino
CR: Pedersen
BD: Pedersen

Classificação da montanha

CR: Buitrago
BD: Fortunato

Classificação da juventude
CR: Evenepoel
BD: Evenepoel

Classificação por equipas
CR: Bahrain
BD: Ineos

 

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