Guia Volta ao Algarve 2023 (2.Pro)
A Volta ao Algarve ou como carinhosamente é tratada pelas gentes da região, Algarvia, é a prova portuguesa com maior prestígio fora de portas. Apesar de não ser a mais importante e popular para os adeptos da modalidade em Portugal, para os ciclistas e equipas portuguesas, essa naturalmente é a Volta a Portugal.
A primeira edição foi em 1960, entre 1962 e 1976 a corrida não se realizou, voltando em 1977. Nesse ano a prova foi ganha por Belmiro Silva, que curiosamente venceria por mais duas vezes, o que faz com que seja o recordista de vitórias à geral. Nos últimos anos, a Algarvia tem trazido constantemente algumas das melhores equipas do mundo a território nacional.
Os portugueses dominam a lista de vencedores, mas nos últimos 10/15 anos, com a vinda frequente dalgumas das melhores equipas, são poucos os vencedores portugueses.
História
últimos vencedores
2012 Richie Porte (AUS) Team Sky2013 Tony Martin (GER) Omega Pharma–Quick-Step
2014 Michał Kwiatkowski (POL) Omega Pharma–Quick-Step
2015 Geraint Thomas (GBR) Team Sky
2016 Geraint Thomas (GBR) Team Sky
2017 Primoz Roglic (SLO) Team LottoNL-Jumbo
2018 Michal Kwitakowski (POL) Team Sky
2019 Tadej Pogacar (SLO) UAE Team Emirates
2020 Remco Evenepoel (BEL) Deceuninck-QuickStep
2021 João Rodrigues (POR) W52-FC Porto
2022 Remco Evenepoel (BEL) QuickStep
Perfis
Aqui
Percurso
15/02 Etapa 1 | Portimão - Lagos (200.1 Km)
16/02 Etapa 2 | Sagres - Fóia (Monchique) (189.4 Km)
17/02 Etapa 3 | Faro - Tavira (203.1 Km)
18/02 Etapa 4 | Albufeira - Malhão (177.9 Km)
19/02 Etapa 5 (ITT) | Lagoa - Lagoa (24.4 Km)
Em relação às últimas edições não há grandes diferenças, duas etapas para sprinters, duas para os homens da geral (finais na Fóia e Malhão) e um contrarrelógio individual. A única diferença em relação ao ano passado, é a troca entre a etapa do Malhão e o crono, este último passa a fechar a prova e tem menos 8 Km de extensão.
Perfis
15/02 Etapa 1 | Portimão - Lagos (200.1 Km)
Dia para os velocistas, mas com um percurso ondulante. A subida da Nave que é a última do dia está longe da meta e não deve fazer muitos estragos.
A chegada em Lagos é perfeita para que um comboio faça o seu trabalho e lance o seu sprinter nas melhores condições possíveis.
16/02 Etapa 2 | Sagres - Fóia (Monchique) (189.4 Km)
Primeiro dia importante para a geral. São quatro contagens de montanha, com o final na Foia, numa chegada marcada por um inicio complicado com rampas acima dos 9%, ideal para fazer a primeira seleção a sério. A subida não tem pendentes muito elevadas e habitualmente um grupo de 10 a 20 corredores discute a vitória da etapa.
O vento ao longo da subida é um fator importante os últimos Km são expostos.
17/02 Etapa 3 | Faro - Tavira (203.1 Km)
Chegada a Tavira, um clássico da prova e que costumam terminar num sprint massivo entre os puro sangue da velocidade. O percurso tem algumas subidas, mas nada que mereça destaque. Os últimos 500 metros são em ligeira subida, não costuma ter grande influência.
18/02 Etapa 4 | Albufeira - Malhão (177.9 Km)
O Malhão desta vez não fecha a prova, esta é a oportunidade para que os trepadores marquem diferenças para os contrarrelogistas. A etapa é dura, com cinco contagens de montanha, todas elas são cotas curtas e empinadas mas que vão moendo os ciclistas e a fadiga acumula-se. O Alto do Malhão é a ascensão mais emblemática do Algarve e que normalmente faz diferenças importantes, são apenas 2600 metros mas a 9,5% e será ultrapassado duas vezes, a última coincide com a linha de meta.
Contrarrelógio de 24,4 Km de extensão (menos 8 Km em relação a 2022), ideal para os verdadeiros especialistas. Não é completamente plano, mas também não se pode dizer que tem muita subida, as diferenças serão consideráveis entre os ciclistas.
Startlist
Aqui
Favoritos
Sprint
Fabio Jakobsen dominou o sprint no Algarve em 2022 e regressa com o mesmo intuito, a equipa belga conhece bem estas estradas, é um dos locais prediletos para o treino invernal deles.
Jordi Meeus mostrou excelentes pernas nestes últimos dias em Espanha e espera continuar forte no Algarve.
Alexander Kristoff e Soren Wærenskjold apresentam-se como os sprinters da Uno-X, resta saber qual dos dois irá ser a aposta principal, acreditamos que Kristoff faça valer o seu estatuto.
A lista de sprinters este ano é bastante mais fraca em relação a outros anos. Outros nomes de sprinters presentes: Penhoët, van Uden, Teunissen, Theuns, Cort, Sbaragli, Hoffstetter.
★★★ Jakobsen
★★ Meeus, Kristoff
★ Wærenskjold, Penhoët, van Uden, Teunissen, Theuns, Cort, Sbaragli, Hoffstetter
Geral
João Almeida
Corre em casa e isso é motivação extra. O percurso adequa-se às suas características, mas tem de voltar a andar bem no contrarrelógio, no ano passado o nível na especialidade não foi o esperado.
Começou o ano relativamente bem, sem estar muito forte, mas mostrou bom nível e no Algarve espera-se que esteja ainda melhor.
Ineos
Têm diversas opções, Arensmann mostrou um excelente nível na Valenciana e pode ser a aposta para aqui, o percurso é do seu agrado.
Daniel Martinez fez pódio no ano passado, mas este ano começou o ano bem longe desse nível, no entanto este é um percurso que ele gosta e é mais uma carta a ser jogada pelos ingleses, também se espera uma subida de nível do colombiano em relação ao mês passado.
Pippo Ganna é a grande incógnita, mas as subidas algarvias não são semelhantes às argentinas, as pendentes são mais bruscas, veremos qual vai ser o papel dele aqui.
Tom Pidcock volta a estar presente, no ano passado passou incógnito pelo sul de Portugal.
Bora-Hansgrohe
Mais uma equipa com mais do que uma opção, Hindley e Higuita são ciclistas que podem e devem estar entre os melhores, o grande problema é o contrarrelógio final, que os vai penalizar e muito.
Mas os dois são candidatos a ganhar na Foia e no Malhão, principalmente o colombiano que começou muito forte e sabe o que é vencer no Algarve.
Tobias Foss
Campeão mundial do contrarrelógio, em 2022 esteve bastante bem no Algarve e este ano espera-se que volte a estar entre os melhores, até porque a Jumbo-Visma não traz muita gente que possa lutar pela geral. O contrarrelógio final beneficia-o.
Ilan Van Wilder
Um jovem ciclista com um enorme talento e que este ano quer dar o passo em frente. Começou bem o ano, com um bom nível.
Sobe bem e tem um contrarrelógio decente, um candidato ao top-5.
Stefan Kung
No ano passado surpreendeu em algumas etapas de montanha, mas tem o mesmo problema de Ganna, estas subidas, principalmente o Malhão, não se adequa a ele. Mas não será nada estranho vê-lo top-10 final.
Bauke Mollema
Será a aposta da Trek para a geral, em 2022 andou muito bem no contrarrelógio final e se repetir as performances do ano passado, pode-lhe dar muito jeito para esta prova.
Rui Costa
Está renascido, candidato ao top-10, o contrarrelógio e o Malhão podem-no penalizar.
Equipas portuguesas
Não espero grande coisa das equipas da casa.
★★★ Almeida, Arensmann
★★ Foss, Van Wilder
★ Higuita, Martinez, Hindley, Costa, Mollema
A nossa aposta: João Almeida
Joker: Ilan Van Wilder
Seguir em direto: #Valgarve2023
RTP 1
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