Giro d'Italia 2022 - Antevisão da 16ª etapa

Último dia de descanso ultrapassado, entramos na semana decisiva e começa a mesma com uma das etapas mais duras de toda a prova.

Salò - Aprica, 202 Km

Para muitos é a etapa rainha da prova. Partida em Salò, nas margens do Lago de Garda,  os primeiros 30 Km são falso plano. O Goletto di Cadino (19,9 Km a 6,2%) é a primeira subida do dia, longa, perfeita para aquecer as pernas para  preparar os ciclistas para o quem vem aí e também para que a fuga se consolide.

Mortirolo

A descida é longa, íngreme e bastante técnica, segue-se 30 Km em falso plano até Edolo, onde está o primeiro sprint intermédio e o inicio da subida ao Passo del Mortirolo (12,6 Km a 7,6%), esta é a vertente mais suave o que é uma pena, mas isso não quer dizer que seja fácil, longe disso, percentagens a rondar os 8% durante toda a subida. A descida é muito complicada e pode ser atacada pelos melhores descedores. 

Teglio + Valico di Santa Cristina + final

A descida termina em Valtellina e depois há 16 Km de falsa descida até Bianzone onde começa a subida não categorizada, Teglio (5,6 Km a 8,2%) inexplicável como não é categorizada, no topo está colocado um sprint intermediário, a 30 km da meta. Nova descida técnica por 10 Km e em Tresenda começa  o Valico di Santa Cristina (13,5 Km a 8%), os últimos 6 Km são terríveis, acima dos dois digitos.

O topo fica a 6 Km da meta, 4,5 Km em descida e 1,5 em falso plano.

Condições meteorológicas

Possibilidades de chuva na parte final.

25ºC nos vales, 15ºC no topo das montanhas.

Vento moderado, por vezes rajadas fortes. de sudoeste.

Favoritos

A fuga

O sucesso da fuga dependerá da vontade das equipas que lutam pela geral, principalmente de duas equipas: Bora-Hansgrohe e Ineos. O comportamento da UAE e Bahrain também será interessante.

A luta pela classificação da montanha também será um motivo de interesse durante esta semana.

Principais candidatos da fuga das diversas equipas:

AG2R-Citroen: Peters, Calmejane

Alpecin-Fenix: Oldani

Astana: de la Cruz, Conti, Dombrowski, Nibali

Bahrain: Poels, Buitrago

Cofidis: Rochas, Villella

Drone Hopper-Androni Giocattoli: Sepulveda, Tesfazion

EF: Caicedo, Camargo, Carr, Carthy

Eolo-Kometa: Fortunato, Rosa

Intermarche-Wanty: Rota

Israel PremierTech: De Marchi

Jumbo-Visma: Bouwman, Foss, Oomen

Lotto-Soudal: Vanhoucke, De Gendt

Movistar: Barta, Pedrero

QuickStep: Knox, Vansevenant, Schmid

DSM: Hamilton, Arensmann

Trek-Segafredo: Mosca, Cataldo, Mollema, Ciccone

UAE: Formolo, Covi

BikeExchange: Yates, Hamilton

Vamos destacar cinco nomes:

Bauke Mollema

Giulio Ciccone já ganhou uma etapa, agora é a vez de Bauke Mollema. O neerlandês tem tentado completar o tríptico de vitórias em grandes voltas, falta-lhe o Giro e esta semana estará ao ataque para conseguir o seu objetivo.

Ciccone apesar de já ter ganho, não se pode descartar que volte a tentar.

Hugh Carthy

Tem liberdade para entrar na fuga e neste terreno é um ciclista perigoso. No entanto, a sua forma é parecida com o resto da EF, estão muito longe de que já mostraram. 

Lennard Kamna

Um dos reis das fugas, mas neste momento a equipa alemã tem um foco: ganhar o Giro. De qualquer forma, não descartamos Lennard Kamna.

Santiago Buitrago

O colombiano tem tentado e durante esta semana certamente voltará à carga. A Bahrain também o poderá usar como ponte para ataques dos seus líderes.

Joe Dombrowski

O americano está no seu terreno e certamente irá tentar a sua sorte. Interessante ver se vai ser utilizado no apoio a Nibali.

Geral

Ineos

Richie Porte passou uma semana horrível, Pavel Sivakov às primeiras acelerações da Bora-Hangrohe fica para trás e Jonathan Castroviejo ainda está a curar as feridas da queda. Richard Carapaz preferia não ficar isolado, mas pode voltar a acontecer.

Carapaz é o principal favorito, mas para estar seguro tem de ganhar tempo e por isso esperamos vê-lo hoje na ofensiva.

UAE

Estamos em crer que João Almeida terá o mesmo problema de Carapaz, ou seja, ficará isolado. Davide Formolo em teoria era o melhor gregário para a montanha, mas tirando o Blockhaus, o italiano não está grande pistola.

Almeida em 2021 fez uma terceira semana fortíssima e vai procurar replicar este ano, se apresentar os mesmos números, os rivais devem-no temer. No entanto, o português não pode perder tempo nas descidas, esse é o seu grande calcanhar de aquiles.

Bahrain

Chegou o terreno de Mikel Landa, em Turim sofreu com o calor, nos Alpes vai ter mais sorte e as temperaturas vão estar mais agradáveis para ele. Atenção a Pello Bilbao, um dos melhores descedores do pelotão, hoje as descidas são particularmente tenebrosas e nessa situação o basco costuma brilhar.

Bora-Hansgrohe

Se Wilco Kelderman estiver novamente em modo destruidor, então as restantes equipas irão ser estilhaçadas e rapidamente os líderes ficarão isolados.

Jai Hindley em 2020 mostrou consistência e voou na terceira semana, em Turim mostrou umas pernas impressionantes. Veremos se consegue replicar.

Não esquecer Emanuel Buchmann, pode ser importante no desenrolar desta etapa.

Os velhotes italianos

O tubarão está de volta e a pulga de Policoro, resta saber se os dois conseguirão aguentar com os melhores esta terceira semana. O tubarão hoje tem as descidas a seu favor.

★★★ Carapaz, Hindley

★★ Landa, Almeida, Bilbao

★ Nibali, Pozzovivo, Buchmann, Yates, Mollema*, Carthy*, Kamna*, Dombrowski*

*fuga

A nossa aposta: Richard Carapaz

Joker: Emanuel Buchmann

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