Relatório 2018 - EF Education First-Drapac p/b Cannondale
País - Estados Unidos
UCI WT Ranking -16º
A temporada da EF Education First-Drapac p/b Cannondale (ufa!) foi condizente com o nome da equipa, péssima. Um dos principais responsáveis foi Rigoberto Uran, que em 2017 tinha tido um ano brilhante e que em 2018 esteve muito longe do nível do ano anterior.
Este foi o pior ano da equipa dirigida por Jonathan Vaughters, com apenas 6 vitórias ao longo de 2018 e um conjunto de resultados muito pobre, nem nas provas americanas brilharam.
Principal Figura - Michael Woods
Venceu uma etapa da Vuelta, foi 2º na Liège-Bastogne-Liège e também foi 2º na prova em linha dos campeonatos do mundo.
Com o ano apagado de Uran, o canadiano foi o que mais brilhou e também confirmou que é um dos melhores em subidas curtas e explosivas.
Desilusão - Rigoberto Uran
Depois do 2º lugar no Tour em 2017, as expectativas eram naturalmente elevadas. Foi um ano muito difícil para Uran, muito por culpa da queda no Tour.
O final de temporada não foi mau, foi 7º na Vuelta e 4º no Giro da Lombardia, mas depois do que fez em 2017, não chega a fasquia estava elevada. Em 2019 as expectativas voltarão a ser mais moderadas.
Principais resultados - As 2 vitórias de etapa na Vuelta
As duas vitórias de etapa na Vuelta foram as principais conquista em 2018 da equipa americana. O australiano Simon Clarke foi o primeiro a molhar o bico na Vuelta com a vitória na 5ª etapa, num dia onde ele se colocou na fuga certa. Michael Woods fez o mesmo na 17ª etapa e foi o mais forte dos da fuga na ascensão final, ao temido Balcon de Bizkaia, que lhe assentava na perfeição.
Outros resultados relevantes - 2º lugar na Liège-Bastogne-Liège
As vitórias da Vuelta foram as mais importantes, as restantes foram em provas de segunda linha. Por essa razão, preferimos destacar o 2º lugar de Michael Woods na Liège-Bastogne-Liège. Um resultado importante para o canadiano que conseguiu o primeiro pódio da sua carreira. Em 2017 tinha sido 9º.
Melhor momento - A resiliência de Lawson Craddock
Este bom momento nasce de uma situação complicada. Lawson Craddock fraturou a omoplata do ombro esquerdo na 1ª etapa, um abandono quase certo foi transformado numa epopeia, onde o americano foi sobrevivendo dia a dia. A sua resiliência foi tal, que na 9ª etapa ainda ajudou Uran no pavé.
Na noite após o acidente, Craddock decidiu doar $100 para o velódromo de Alkek, local de onde é originário que foi afetado em 2017 por um furacão e prometeu doar esse valor por cada etapa que terminasse. Esse gesto gerou um movimento em massa que conseguiu angariar cerca de $238000 até final do Tour, muito acima dos $21000 necessários.
Na noite após o acidente, Craddock decidiu doar $100 para o velódromo de Alkek, local de onde é originário que foi afetado em 2017 por um furacão e prometeu doar esse valor por cada etapa que terminasse. Esse gesto gerou um movimento em massa que conseguiu angariar cerca de $238000 até final do Tour, muito acima dos $21000 necessários.
Pior momento - 9ª etapa do Tour
O grande objetivo de Uran e da equipa em 2018 era o Tour e tudo foi por água a baixo na famigerada etapa do pavé (9ª). A cerca de 30 Km da meta, o colombiano caiu e nunca mais conseguiu recuperar, ainda esteve perto de alcançar o grupo de Landa que também tinha caído e acabaria por colar nos da frente.
Acabaria por não recuperar e não saiu para a 11ª etapa depois de ter passado bastante mal na 10ª etapa.
“Today I have to share some bad news. I didn’t recover after the crash. Yesterday in the first real climb, all day, there was pain in my body.” - @UranRigoberto #PinkArgyle #TDF2018 leader Rigoberto Uran withdraws due to injuries: https://t.co/gvmAB4H6O7 pic.twitter.com/gDO7cuu5Rf— EF Education First - Drapac p/b Cannondale (@Ride_Argyle) 19 de julho de 2018
Revelação - Daniel Martinez
Primeira temporada no World Tour do jovem colombiano, que cumpriu as expectativas. O seu grande resultado foi o 3º lugar na Volta à Califórnia.
Ainda esteve em destaque noutras provas, como por exemplo na Volta à Catalunha.
Avaliação
Números
Este foi o pior ano da equipa de Vaughters e os números não mentem. Apenas 6 vitórias, o mais baixo desde que estão no WT, com 2 a serem do WT, um valor normal. Terminaram o ano em 16º lugar, igualando o pior registo, que era de 2015.
O número de pódios foi o mais baixo das últimas 7 temporadas, com 26, em 2015 conseguiram mais 12 (38).
Comparando com o ano anterior a diferença entre números de pódios é abismal, a equipa perdeu metade, de 52 para 26.
Apesar da temporada complicada de Uran, ele mesmo assim foi o que mais contribuiu para o ranking, com 20,9% dos ponto. Sep Vanmarcke vem a seguir com 19,6% e Michael Woods foi o 3º com 16,6%.
Os três (Uran, Vanmarcke e Woods) representam 57,1% dos pontos conquistados em 2018 pela EF, o que demonstra alguma dependência da equipa nestes ciclistas.
Ainda de destacar Daniel Martinez, que foi o 4º com 10,4%, confirma a boa temporada do jovem colombiano.
Positivo
- Michael Woods;
- O jovem Daniel Martinez deu sinais prometedores.
- Rigoberto Uran;
- Sep Vanmarcke continua sem ganhar;
- Zero vitórias em casa (Estados Unidos);
Futuro
Com a entrada da Rapha para o projeto, a equipa americana demonstrou vontade de ter um calendário mais abrangente em 2019, ou seja, a EF pretende que os seus ciclistas participem em algumas provas 'alternativas', como por exemplo em competições de Cyclocross e de ultra-endurance.
O plantel será alvo de uma pequena revolução, com 10 entradas e 7 saídas. Tejay Van Garderen é o grande nome nas contratações, o americano tenta relançar a carreira depois de 2/3 anos desastrosos. A questão será se ele trabalhará para Uran ou terá oportunidade para liderar numa grande volta. Alberto Bettiol e Tanel Kangert são aquisições de qualidade, com o estoniano a ser um gregário muito bom para a Uran.
Moreno Hofland reforça a equipa para finais ao sprint e Lachlan Morton deve ser aposta para as provas norte-americanas. As restantes caras novas, são jovens que farão o primeiro ano no WT.
Em relação a saídas, a principal é a de Pierre Rolland, que verdade seja dita, estagnou. Daniel Moreno deve regressar à peninsula Ibérica, com 37 anos dá por encerrada a carreira no WT. As restantes saídas são de ciclistas que pouco se destacaram e julgamos que a equipa não se ressentirá com a saídas deles.
A equipa no papel está mais forte, com Bettiol, Kangert e Van Garderen a serem bons reforços. Lachlan Morton deve fazer umas gracinhas onde tanto gosta, nos Estados Unidos e o conjunto de jovens é de boa qualidade. A não continuidade de José Neves na equipa depois do estágio, foi uma surpresa para nós.
Entradas:
Alberto Bettiol (BMC Racing Team, 2020)
James Whelan (Drapac EF Cycling, 2021)
Tejay van Garderen (BMC Racing Team, 2019)
Moreno Hofland (Lotto Soudal)
Tanel Kangert (Astana)
Luis Villalobos (Aevolo, 2021)
Jonathan Caicedo (Medellin, 2020)
Sean Bennett (Hagens Berman Axeon, 2020)
Lachlan Morton (EF Education First - Drapac, 2019)
Sergio Higuita (Medellin, 2020)
Saídas:
Pierre Rolland (Vital Concept)
William Clarke (Trek-Segafredo)
Kim Magnusson (Riwal CeramicSpeed)
Tom Van Asbroeck (Israel Cycling Team)
Brendan Canty (?)
Tom Scully (?)
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