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Destaques da 1ª até à 9ª etapa - Volta à França 2017


O primeiro dia de descanso chegou e com ele também chegam os nossos destaques dos primeiros nove dias da 104ª da Volta à França. 
Foram nove etapas onde se passou de tudo um pouco, desde dias sem grande história, até expulsões, passando por quedas (infelizmente) até finais decididos pelo photo-finish. Aqui ficam aqueles que foram os principais destaques.

Marcel Kittel, o sprinter dominador

Das quatro etapas decididas ao sprint, três delas foram ganhas pelo o mesmo ciclista: Marcel Kittel. O alemão voltou ao seu melhor, tem dominado a concorrência neste Tour e só não teve oportunidade de vencer a outra etapa ao sprint, porque foi prejudicado por uma queda à entrada do último quilómetro.
Com a expulsão de Peter Sagan, o objetivo de conquistar a camisola verde é uma possibilidade real, mas para isso terá de vencer mais etapas e tentar não chegar depois do tempo limite nas etapas de montanha, coisa que não conseguiu, Arnaud Demare, um dos seus grandes rivais neste Tour.

A expulsão de Peter Sagan

Sobre este caso já demos a nossa opinião, não nos vamos alongar muito. O colégio de comissários decidiu expulsar o campeão do mundo e vencedor das últimas cinco edições da classificação de pontos. Foi a interpretação que quem decide fez do que se passou, é respeitável. 
Foi um dos momentos mais marcantes da prova, que ainda hoje é discutido e continuará a sê-lo nos próximos tempos.

As fragilidades da Sky

A equipa britânica chegava a este Tour como a mais forte e aquela que em principio controlaria a corrida. E o que tem acontecido é que a Sky continua a ser uma equipa forte e que controla a corrida, no entanto, o domínio e a diferença para as restantes parece ser menor.
Na chegada a La Planche de Belles Filles, Nieve, Henao, Thomas e Landa foram incapazes de chegar a Aru, quando Froome lançou o seu ataque, o italiano da Astana já estava a caminho da vitória. E na 9ª etapa, a equipa tentou controlar a corrida, mas novamente na última subida, no Mont du Chat, mal começaram os ataques, a ajuda a Froome desapareceu completamente.
Em termos de gregários, Kwitakowski tem sido o melhor. Na montanha, Nieve tem sido o que está mais perto do habitual, Landa e Henao estão completamente fora de forma.
Além disso, Geraint Thomas teve de abandonar na 9ª etapa, devido a queda, seria um dos elementos essenciais para Froome.
Depois das demonstrações de força que a Sky tem dado nos últimos Tours, esperava-se uma equipa bem mais forte do que o que tem apresentado nesta edição.

A missão de Romain Bardet e Ag2R La Mondiale

O último vencedor francês do Tour foi Bernard Hinault em 1985. São 32 anos sem que um 'homem da casa' vença a prova, uma longa e dolorosa espera para os franceses. 
Bardet foi 2º no ano passado, este ano entrou no Tour com um objetivo claro que é o de ganhar o Tour e devolver à França o orgulho ferido de tantos anos sem ver um dos seus no lugar mais alto do pódio em Paris. Bardet bem tentou na descida que tão bem conhece do Mont du Chat, atacou, ainda teve 30 segundos de vantagem, mas a Astana (Fuglsang e Aru) e Froome conseguiram anular a tentativa do francês.
A Ag2r La Mondiale formou o melhor grupo possível ao redor do seu líder e o que mostrou na 9ª etapa, ao colocar gente na fuga e depois a colocar pressão em toda a gente no Grand Colombier, foi de equipa que está no Tour para ganhar e não ficar em 2º.

O renascimento de Fabio Aru e Rigoberto Uran

Fabio Aru teve uma temporada de 2016 para esquecer, muito longe do que tinha mostrado nos dois anos anteriores. Em 2017 as coisas também não estavam a correr bem, até porque teve de cancelar a presença no Giro devido a uma lesão no joelho.
Apareceu no Dauphiné a um bom nível e no campeonato italiano aniquilou a concorrência. Na La Planche de Belles Filles confirmou o seu bom momento, com um ataque demolidor e vitória da etapa. Na 9ª etapa atacou Froome, numa atitude um pouco feia, quando o britânico estava com problemas mecânicos, depois esperou por ele. 
No Mont du Chat ainda tentou, teve um momento que passou por dificuldades, mas recuperou e numa decisão táctica estranha, ele e o seu colega decidiram ajudar Froome na perseguição a Bardet, quando tinha de ser o camisola amarela a fazê-lo sozinho, este último ainda beneficiou da situação ao bonificar 4 segundos. Está apenas a 18 segundos de Froome!
Em relação a Uran, o colombiano tem passado as últimas duas temporadas longe daquilo que já foi. Mas na 9ª etapa esteve de pedra e cal, nunca cedeu no Mont du Chat, seguindo com Froome, Porte e Fuglsang. Não mostrou fragilidades na etapa mais dura, acabou por vencê-la, mesmo tendo problemas mecânicos na sua bicicleta na fase final da jornada.

O festival de quedas na 9ª etapa

No total, foram treze o número de ciclistas que saíram da prova na 9ª etapa. Oito deles por terem chegada após o tempo limite de controlo e cinco por terem sofrido quedas que os enviaram mais cedo para casa. 
Richie Porte foi a queda mais feia e aquela que mais influenciou a corrida, o australiano corte em demasia a curva e só parou no muro do outro lado, levando consigo Daniel Martin. O resultado foi uma clavicula e pélvis fraturadas. Daniel Martin não sofreu nada de grave.
Robert Gesink e Manuele Mori caíram no inicio da etapa, o holandês fraturou uma vértebra e o italiano, o ombro.
Eduardo Sepulveda e Alexey Lutsenko também foram ao chão, as imagens do estado em que ficaram são perturbadoras, no entanto, até esta hora, continuarão em prova.
Gerain Thomas foi ao chão numa das descidas e fraturou a clavícula. Na mesma queda ao que parece ficou também o polaco Rafal Majka, que neste dia de descanso anunciou o abandono.

Alberto Contador, a desilusão

Já se sabia que o espanhol está longe do que já foi, a idade não perdoa. No entanto a hecatombe que aconteceu na 9ª etapa não deixa ninguém indiferente.
Contador chegou ao Tour com esperanças de repetir o que tinha feito há 10 atrás, onde conquistou o seu primeiro Tour. Também sabia que seria complicado, mas a forma como ficou apeado no Mont du Chat fez recordar outros campeões que se deixaram arrastar (Lemond e Indurain, por exemplo) pelas estradas do Tour. 
O espanhol tem de pensar bem no seu futuro, é verdade que ainda dá muito espectáculo e ainda apresenta um bom nível, principalmente nas provas por etapas mais curtas. Mas será que isso chega?

Photo-finish

A chegada ao sprint da 7ª etapa entre Kittel e Boasson Hagen foi uma das mais incriveis da história da modalidade e não o foi pelo espetáculo, até porque não passou de mais um sprint. Foi por causa da inacreditável diferença entre os dois na linha de meta. Apenas 0,0003 segundos (é verdade foi preciso ir aos décimos de milésimos) ou 6 mm, os separaram, a favor do alemão.

Photo-finish entre Boasson Hagen e Kittel na 8ª etapa
Na 9ª etapa, aconteceu outra chegada apertada, não tanto quanto a da 7ª jornada. Uran e Barguil disputaram o sprint em Chambéry, depois de um dia duro. 
Barguil foi o primeiro a ser anunciado como o vencedor, mas logo a seguir a imagem do photo-finish aparece e provava outra coisa. Uran é que tinha ganho, por uma diferença muito pequena, mas tinha ganho.

Photo-finish entre Barguil e Uran na 9ª etapa
Esperemos que a disputa pela geral individual, também seja apertada até a Paris.


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