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Rescaldo da Vuelta a España 2016


A edição deste ano da Vuelta, voltou a proporcionar momentos de grande ciclismo. A prova acabou por ser dominada pelo pequeno colombiano, Nairo Quintana e pela sua equipa, Movistar, mas com Froome, Contador e Esteban Chaves a nunca desistirem e darem espectáculo até ao fim.
A palavra que se adequa a esta Vuelta é: Empolgante.

Pela positiva:
Nairo Quintana e a Movistar
A equipa espanhola ao contrário do Tour, apresentou-se na prova de casa muito forte. Tacticamente dominaram completamente a prova, com destaque para o duro golpe dado na Sky e Orica, na 15ª etapa. Nesse dia tiveram ajuda de Contador e da sua equipa.
Em relação a Nairo Quintana, na montanha esteve intratável, o único momento de fraqueza e mesmo assim, não teve qualquer relevância, foram meia dúzia dee segundos perdidos no Mirador de Ézaro. O resto da prova, foi um demonstração da força do colombiano na montanha, sempre muito confortável. O contrarelógio ainda deu para um pequeno susto, mas estava tudo controlado, como ficou provado no dia seguinte, no Alto de Aitana, onde Quintana controlou como quis.

Chris Froome
Está em grande forma desde o Dauphiné! Acabado de ganhar o bronze no contrarelógio individual dos Jogos Olímpicos, chegou à Vuelta como um dos favoritos e confirmou-o. O ponto alto, foi o extraordinário contrarelógio que fez, mas na montanha e a 15ª etapa, fizeram com que Froome não conseguisse chegar a Quintana.
A sua equipa também esteve bem longe daquela que se apresentou no Tour.

Fabio Felline, Omar Fraille e Luis Léon Sanchez
Foram três dos grandes animadores da prova. Constantemente à procura da vitória da etapa, no entanto sem sucesso. De qualquer forma, Fraile e Felline levaram respectivamente a camisola da montanha e dos pontos para casa. Luis Léon Sanchez, por seu turno, não conseguiu nada, além da satisfação de ter sido um dos grandes animadores.

Alberto Contador, um ciclista diferente
Alberto Contador, é um dos nomes incontornáveis da última década, juntamente com Boonen e Cancellara, marcaram uma Era na modalidade. O espanhol apesar de estar longe do seu melhor, nunca deixa de dar o seu espectáculo. Na 15ª etapa decidiu atacar praticamente no Km 0, tornando a corrida completamente louca.
É um ciclista diferente desta nova geração, que se guia pelas sensações e com cojones, que sabendo que não está no seu melhor, mas que mesmo assim é capaz de ataques, em que mata ou morre. Em 2012 ganhou a Vuelta com um desses ataques, este ano pouco ou nada beneficiou, mas foi ele o juiz e um facilitador na vitória de Quintana.

Orica
Deram espectáculo na 14ª etapa, com chegada ao Aubisque, onde jogaram com Simon Yates e na 20ª tirada, onde Chaves roubou o pódio a Contador, num movimento perfeito e com Howson a fazer um trabalho extraordinário em prol do líder.
O pior dia, foi mesmo na 15ª etapa, onde foram apanhados desprevenidos pelo ataque de Contador.
No total ganharam 4 etapas, 2 com Magnus Cort Nielsen, 1 com Jens Keukeleire e Simon Yates, colocaram Esteban Chaves no pódio e Simon Yates foi 6º. Foi um autêntico sucesso.

Pela negativa:
Alberto Contador
É um ciclista único e é tão único, que consegue estar nos melhores e nos piores! Apresentou-se na Vuelta muito longe do melhor e mesmo do que já tinha mostrado na primavera. A coisa piorou quando numa das etapas que se disputou ao sprint nas primeiras etapas da prova, na luta pelo posicionamento, tem uma violenta queda. Já não bastava ter caído no Tour na 1ª etapa, na Vuelta também dá um trambolhão nos primeiros dias.
Ainda deu sinais de vida no final na Camperona, curiosamente no dia a seguir à queda. Mas depois nunca mais esteve  à altura de Quintana e Froome.
O pior aconteceu na 20ª etapa, quando na penúltima subida, Chaves ataca e Contador num erro táctico, não vai na roda do colombiano, que a partir daí e com ajuda da sua equipa abriu uma vantagem, que lhe permitiu retirar o espanhol do pódio.

A organização da Vuelta
Depois de no Tour se ter assistido a algumas situações insólitas, a Vuelta não quis ficar atrás e decida não expulsar 93 caramelos que decidiram tirar um dia de folga na 15ª etapa.
Não há muito mais a dizer, apenas frisar que estes senhores não chegaram 3 ou 4 minutos depois do tempo limite, mas sim mais de 20 minutos.

Sky
Esta Vuelta fica claramente marcada pela 15ª etapa e equipa Sky também não se deve esquecer deste dia. A equipa britânica colapsou totalmente e não fosse a tolerância dos comissários e Froome ficava sem qualquer companheiro de equipa.
Froome nesse dia teve de se desenrrascar, mas tudo começou no dia anterior, quando a Sky permitiu que dois homens da Movistar se metessem na fuga, o que fez com que a equipa tivesse de trabalhar. No dia a seguir a equipa estava toda nos limites, num erro grave que custou força de trabalho a Froome, quando este mais precisava.

A falta de sprinters
O nível de sprinters que estiveram nesta Vuelta foi bastante fraco. Permitiu a homens de segunda e terceira linha, vencerem etapas, Meersman, Keukeleire, Magnus Cort Nielsen e Jempy Drucker, aproveitaram.
Os melhores sprinters, queixam-se que a Vuelta tem poucas chegadas para eles, o que não deixa de ser verdade. Agora compete à organização colocar um número de etapas para os sprinters, porque não uma Grande Volta tem de ter alguns dos melhores sprinters.

Melhor etapa - 15ª etapa
Melhor equipa - Movistar
Melhor trepador - Nairo Quintana
Melhor sprinter - Magnus Cort Nielsen
Melhor gregário - Rúben Fernandez
Desilusão - Alberto Contador (Apesar de tudo, foi o principal responsável por uma das melhores etapas do ano)
Revelação - David de la Cruz
Combativo - Fabio Felline
Melhor momento - O ataque de Contador na 15ª etapa, praticamente no Km 0. Foi tudo ou nada e a mostra que o espanhol é um dos ciclistas que marcam a história desta modalidade. Chapeau Alberto Contador.
Pior momento -  O 'passeio' de 93 ciclistas na 15ª etapa, que decidiram tirar um dia de descanso. A organização e os comissários decidiram compactuar com a vergonha e não os expulsaram. As regras são claras...mas agora só as aplicam quando dá jeito.

Momento decisivo - O ataque de Alberto Contador a 110 Km da meta, na 15ª etapa, com Quintana a estar atento. Chris Froome e toda a Sky foi apanhada a dormir. Depois a Movistar tratou de isolar o britânico, num dia em que a Sky colapsou como nunca tinha acontecido.

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