Destaques da Vuelta a España 2015
O pódio da Vuelta 2015 (na imagem) |
Fabio Aru e Astana
A táctica delineada pela Astana na 20ª etapa foi perfeita e resultou na perfeição. Apesar de também terem beneficiado de uma certa inocência táctica da Giant, que deveria ter colocado alguém na fuga, a Astana jogou as carta que tinha e levou Aru à sua primeira grande volta.
O italiano teve dias bons, nomeadamente em Andorra e na 20ª etapa, mas também teve dias complicados, principalmente quando perdeu a camisola vermelha para o Purito. Mas o dia que Aru garantiu esta Vuelta, foi no contrarrelógio, apesar de ter perdido quase 2 minutos para Dumoulin, foi melhor que Majka e Purito.
Tom Dumoulin
Fantástica prova do holandês, apesar do mau dia na 20ª etapa, Dumoulin só tem de estar contente com a sua performance. Demonstrou que nos próximos anos, pode-se tornar num voltista temível, com 24 anos, Dumoulin já é um dos melhores do mundo no contrarrelógio basta aguentar-se melhor na montanha e temos a conjugação perfeita para um potencial candidato ao pódio numa grande volta.
Dumoulin além do 6º lugar da geral, ganhou duas etapas, uma delas, perante Chris Froome, o que é ainda mais impressionante,porque foi no terreno do vencedor da Volta a França.
Esteban Chaves
O colombiano foi, juntamente com Dumoulin, a grande figura da primeira semana da prova. Venceu duas etapas e andou de vermelho, ao ciclista da Orica faltava provar que poderia ser um corredor de 3 semanas, coisa que o provou.
Andou sempre perto dos melhores e no final, viu recompensado a grande prova que fez, com o 5º lugar da geral.
Uma vuelta inesquecível para Esteban Chaves.
José Gonçalves e Nélson Oliveira
José Gonçalves foi uma das figuras desta Vuelta, sempre muito combativo, conseguiu 2 quintos lugares, 1 terceiro e segundo lugares. O ciclista de Barcelos, foi sempre dos mais activos da prova, só lhe faltou a vitória de etapa. Mas nem tudo é mau, muito provavelmente garantiu um contrato numa equipa World Tour para a próxima temporada.
Já Nélson Oliveira, venceu uma etapa de forma épica, fazendo 30 quilómetros sozinho e na etapa de Ávila, ficou no segundo lugar, numa exibição excelente. Na etapa ganha pelo colega de equipa, Ruben Plaza, o ciclista português, também se encontrava na fuga. Uma grande prova do ciclista da Lampre.
Alejandro Valverde e Nairo Quintana
O duo da Movistar depois do pódio no Tour, atacavam a Vuelta como favoritos. No entanto, foram poucas as vezes que se mostraram como candidatos.
Verdade seja dita, Quintana sofreu de problemas de saúde a meio da prova, o que o prejudicou, principalmente na etapa que melhor assentava às suas características, a de Andorra.
Quanto a Valverde, chegava à Vuelta animado com o seu primeiro pódio no Tour, mas na prova de casa, apesar de vencer uma etapa, pouco mais se mostrou, esteve muito longe do que se esperava.
A Movistar no final ficou fora do pódio, o que acaba por ser um enorme fracasso, ainda por cima na prova de casa.
Domenico Pozzovivo
A temporada de Pozzovivo fica marcada pela queda no Giro. Depois desse momento infeliz, Pozzovivo ficou-se na presença na Vuelta.
Esperava-se bem mais do italiano, que nem conseguiu ficar no top-10 e o seu melhor lugar numa etapa, foi um sétimo posto.
Nunca apareceu na corrida, não esboçou um ataque e esteve longe de ser uma ameaça aos favoritos.
Os episódios com as motas
As motas que fazem parte da prova têm estado em destaque, mas pelas piores razões. desta vez as vitimas foram dois ciclistas da Tinkoff, Peter Sagan e Sérgio Paulinho.
O resultado destas situações foram os abandonos dos dois corredores. A UCI nos dias seguintes a estes dois casos, prometeu acções concretas para reforçar a segurança dos ciclistas.
Vincenzo Nibali
A situação que levou à expulsão de Nibali da Vuelta é inadmissível e vergonhosa para o ciclista. O que é que se passou na cabeça de Nibali e da Astana para que tivessem aquele tipo de comportamento.
A expulsão foi umsa sanção dura, mas justa, espera-se que para a próxima, Nibali ou qualquer outro ciclista que tenha tido algum azar, não se lembre de repetir esta brincadeira.
Isto é uma corrida de bicicletas, não é um corrida onde vale tudo, inclusive ir agarrado ao carro para recuperar o tempo perdido, devido a um azar.
John Degenkolb
Confesso, o alemão já estava no 'menos' desta Vuelta, mas deixou de estar quando venceu a última etapa. Esta Vuelta fica claramente marcada pelo facto de nenhum sprinter ter dominado, nenhum ganhou mais do que uma etapa.
Degenkolb, acabou por salvar a sua prova no último dia, ao vencer claramente em Madrid, a sua 10ª vitória de etapa na Vuelta, um dos ciclistas no activo com mais vitórias na prova espanhola.
Rafal Majka
Fez pódio, o seu primeiro da carreira, mas não consideramos que tenha feito uma Vuelta fantástica. Nunca foi o mais forte, passou uma parte da Vuelta apenas a seguir rodas, pouco atacou e acaba por conseguir o pódio, devido à quebra de Dumoulin no último dia.
Desde 2013 que Majka prometia pódios nas grandes voltas, nessa altura, o polaco era um ciclista excitante e atacante, nesta Vuelta não foi nada disso.
Fez um bom trabalho, está de parabéns pelo seu primeiro top-3, mas esteve longe de ser brilhante.
Mikel Landa
Esteve longe da forma do Giro, mas mostrou-se muito forte em Andorra e depois na ajuda a Aru, principalmente na 20ª etapa.
Landa ao que tudo indica irá para a Sky, espera-se que evolua no contrarrelógio, onde verdade seja dita, é um completo desastre, mais uma vez demonstrado nesta Vuelta. Em 2016 deverá liderar a equipa inglesa no Giro ou Vuelta.
É um trepador excepcional, mas a sua incapacidade na luta contra o tempo e o ter-se desligado da luta pela geral, fez com que a Vuelta do basco tenha sido sem grande brilho. Foi muito importante na ajuda a Aru e brilhou em Andorra.
Caleb Ewan, Danny Van Poppel e Kristian Sbaragli
Ewan é a pérola do ciclismo australiano, um sprinter pequenino, mas potente e que se ajusta muito bem a vários tipos de chegada. Van Poppel é um sprinter também ele jovem, filho de um famoso ex-ciclista holandês, Jean-Paul Van Poppel, com características mais de sprinter puro. Kristian Sabragli, tem 25 anos, é também ele um excelente sprinter para vários tipos de chegada, bastante versátil, também se dá bem nas clássicas.
O que tem estes três corredores em comum? Venceram pela primeira vez uma etapa de uma grande volta.
Os três não foram brilhantes, até porque nenhum sprinter nesta Vuelta teve muitas oportunidades de brilhar, mas merecem um destaque.
O nosso veredicto
Melhor etapa - 20ª etapaMelhor equipa - Astana
Melhor trepador - Fabio Aru
Melhor sprinter - John Degenkolb
Melhor gregário - Mikel Landa
Desilusão - Alejandro Valverde
Revelação - Tom Dumoulin
Combativo - Tom Dumoulin
Melhor momento - A vitória de Nélson Oliveira.
Pior momento - A queda que envolveu Kris Boeckmans.
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