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Desaparecidos em combate-Parte II (5 monumentos 2000-2014)

Depois de termos analisado as três grandes voltas, vamos agora focar-nos nos 5 grandes monumentos do ciclismo, olhando para quem de 2000 a 2014 conseguiu pódio nestas provas e depois pouco ou nada conseguiu de relevo.


Milan-San Remo, a clássica da Primavera ou Classicissima, realiza-se em Itália e destina-se sobretudo a sprinters, se bem que ao longo da história isto se tenha vindo a alterar bastante.
Ano 2000, Fabio Baldato faz 2º lugar, até esse momento da sua carreira, havia já ganho várias etapas em provas importantes nomeadamente no Giro, mas a partir deste resultado praticamente não voltou a vencer. Foi durante os anos seguintes parte integrante do comboio do novo rei dos sprints em Itália, Alessandro Petacchi.
Fred Rodriguez, ciclista americano, sobretudo um finalizador, 2º em 2002, na Europa quase não se lhe conhece o rasto, várias vezes campeão americano de estrada, é sobretudo um corredor muito acarinhado no seu país onde ainda corre. Marcus Zberg, ciclista suíço, sobretudo vocacionado para provas de um dia, foi 3º também em 2002, a partir deste resultado tudo o que conseguiu foi uma vitória de etapa do Paris-Nice em 2006.
Danilo Hondo, ciclista alemão, recém-reformado da modalidade, foi 2º em 2005, conhecido sobretudo como o lançador de Zabel, Hondo fez os seus melhores anos na sombra do colosso germânico, à parte deste resultado, tudo o que contabiliza são resultados em provas menores, numa carreira que prometia muitas mais vitórias e de maior nomeada.
Allan Davis foi 2º em 2007, sprinter australiano, muito prometedor, foi 2º em 2007, no entanto os resultados têm ficado aquém do desejável, já conseguiu depois deste 2º lugar também um 4º na mesma prova e vencer etapas e a classificação dos pontos na Volta a Polónia, optando por provas de menor realce, onde os grandes velocistas não estão em grande número, era apontado como o sucessor de McEwen e tem estado bem longe.


Fred Rodriguez e Marcus Zberg, 2º e 3º na Classicissima de 2002, batidos por Mario Cipollini
No calendário internacional, o 2º monumento é o Tour de Flandres ou Ronde Van Vlaanderen, também conhecida por Ronde ou Flandres finest, realizado no norte da Bélgica, na zona da Flandres.
2004, Dave Bruylandts, ciclista belga, 3º em 2004, antes deste posto, o que contabiliza de “maior” nomeada foi um 3º lugar na Vuelta a Castilla y Leon quatro anos antes. É tudo aquilo que se conhece de um corredor que à luz do grande público é completamente desconhecido.

Segue-se o Paris-Roubaix, à semelhança do anterior monumento também é feito em pavé, é conhecido como o Inferno do Norte, The Hell of the North, Queen of the Classics, The Easter race, A Sunday in Hell ou L'enfer du Nord são alguns dos nomes dados a esta magnífica prova.
2001, Servais Knaven, corredor alemão vence a prova, quando tudo apontava para Johan Museeuw dentro da Domo Farm Frites, Knaven conseguiu a maior vitória da sua carreira, gregário e leal corredor de equipa o que conseguiu foi vencer uma etapa escapado do Tour e outra no Tirreno Adriático.
2004 foi um ano 'sui géneris', o pódio foi talvez um dos mais surpreendentes de toda a larga história da prova, resultado de uma longa fuga, muito bem aproveitada, senão vejamos, Magnus Backstedt venceu, atrás de si, Tristan Hoffman e Roger Hammond respetivamente. O primeiro depois deste resultado foi somente campeão sueco por uma vez, o segundo já havia sido top-10 por mais que uma vez em monumentos inclusive neste, mas depois deste resultado desapareceu de cena e acabou a carreira no final da temporada seguinte, o 3º teve de esperar 6 anos para ser 4º nesta mesma prova, mas vitórias nem vê-las. De realçar o que se seguiu a estes 3, Cancellara foi 4º, começava então a aparecer, e ainda dentro do top-10 Johan Museeuw, Van Petegem, Hincapie e Boonen.
2011, nova surpresa, Johan Van Summeren, venceu, quando toda a gente apontava para Cancellara, o ciclista belga lançou-se no momento certo e arrebatou a mais bela vitória da sua carreira. Bom ciclista, não é um dos grandes nomes do pelotão, é um crónico candidato a top-10, nesta que é a sua prova predilecta. Nesse mesmo ano o ciclista holandês Maarten Tjallingii foi 3º, ciclista mediano, soma apenas uma Volta à Bélgica como vitórias na carreira, vitória essa alcançada ainda antes deste 3º posto.
No ano seguinte, 2012, Sebastian Turgot, ciclista francês, foi nesse ano uma agradável surpresa, porém ainda não voltou a conseguir algo semelhante, talvez devido à pressão que os franceses lhe colocaram pois tarda em aparecer um ciclista deste país a discutir a prova mais importante do ano para eles logo a seguir ao Tour.


Johan Van Summeren a vencer no Inferno do Norte em 2011
Segue-se a Liège–Bastogne–Liège, também chamada La Doyenne ou a Velhinha, prova realizada na Bélgica difere das provas anteriores por ser bastante mais sinuosa e não ter pavé. É caracterizada sobretudo por pendentes curtas e inclinadas.
2012, Maxim Iglinskiy, ciclista cazaque repetiu o feito já alcançado pelo seu compatriota Alexander Vinokourov, batendo os grandes favoritos de então. Já havia dado boas indicações ao vencer dois anos antes a Strade Bianche, mas nesse ano foi mesmo letal, com uma vitória à base da força e inteligência táctica. Depois disso, feitos assinaláveis não constam da sua ficha.

O último monumento do ano é o Giro di Lombardia, corrido em Itália, é conhecido como a Clássica das folhas caídas, dado realizar-se já próximo do Outono.
Ano 2000, Niklas Axelsson, ciclista sueco, foi 3º nesse mesmo ano, havia sido 6º no Giro do ano anterior, a partir deste pódio nunca mais ganhou algo nem ficou conhecido pelas melhores razões. No ano seguinte Giuliano Figueras foi 2º, corredor italiano, havia sido campeão mundial de sub-23 em 1996 e esperava-se que fosse o sucessor de Michele Bartoli em provas de um dia, porém nunca vingou ao mais alto nível, contabilizando apenas vitórias em provas de menor relevância em Itália.
2003, Angelo Lopeboselli, 2º lugar, não se reconhecem grandes resultados para além deste ao ciclista italiano, fez desta a corrida de uma vida, perdendo apenas para Michele Bartoli no sprint final.
2006, Fabian Wegmann foi 3º, o germânico na altura com 26 anos, era tido como a grande esperança da Alemanha para provas de um dia na iminência do retiro de Wesemann, ainda assim Wegmann não se conseguiu impor no embate com os melhores. Tem resultados assinaláveis em provas de um dia, é cronico top-10, mas esperava-se mais de alguém que prometeu ainda jovem bastante, pois é um ciclista pouco ganhador, ainda assim realce para o facto de já ter sido campeão do seu país por 3 vezes.
Por último, uma daquelas grandes surpresas, Oliver Zaugg. O suíço venceu no ano de 2011, escapando-se aos grandes favoritos e vencendo isolado, demonstrando uma formidável astúcia, conseguindo a grande vitória da carreira. Até aí havia finalizado a Vuelta por duas vezes no top-15 e depois disso tudo o que fez foi um 8º lugar no ano seguinte quando defendia o título. Corredor mediano, Zaugg é sobretudo um 'equipier'.

Oliver Zaugg no pódio na Lombardia em 2011 
Em suma, surpresas existem sempre, ainda assim, constata-se que em provas de um dia não tão frequentes pois ao contrário das grandes voltas tudo se resume a esse dia e momento, não havendo espaço para deslizes, mas muitas vezes quando existe mais do que um grande candidato à vitória estes “entreolham-se” e abrem espaço para outros ciclistas conseguirem grandes feitos, o que convenhamos faz a beleza da modalidade!

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