Guia Paris-Roubaix 2025
For some, it's only a dirt track. For us, it's the gate of hell.
Para alguns, é apenas uma percurso sujo. Para nós, é a porta do inferno.
A rainha das clássicas, a clássicas das clássicas, o inferno do norte, o infame Paris-Roubaix celebra este domingo a sua 121ª edição.
A sua grandeza e misticismo é algo único no ciclismo mundial, que apaixona ciclistas e milhões de adeptos da modalidade. O Tour é provavelmente a única prova que concorre com o Paris-Roubaix em termos de popularidade e importância.
Desde 1896 que se corre a prova no norte de França, apesar de se chamar Paris-Roubaix, desde 1968 que a partida não sai de Paris, mas sim de uma cidade a norte da cidade Luz, Compiègne, que pertence à região de Picardie.
História
Não há prova igual a esta e é uma das mais antigas. Criada em 1896, quando Théodore Vienne e Maurice Perez, construíram o velódromo em Roubaix e propuseram ao editor da Le Vélo, Louis Minart, a realização de uma prova que começaria em Paris e terminaria nele. Minart deixou a decisão final para o director da publicação, Paul Rousseau. A abordagem foi no sentido da prova ser de preparação para o Bordéus-Paris, uma das provas mais importantes dessa altura.
Paul Rousseau mostrou-se a favor da ideia e para definir o percurso, pediu ao editor de ciclismo Victor Breyer que o fizesse. Breyer foi reconhecer o percurso e chegou imundo e completamente de rastos a Roubaix, a intenção era enviar por carta uma recomendação a Minart para desistir da ideia, porém, tal não aconteceu e Breyer concordou em dar o seu aval à realização da prova. Definindo um percurso por meio de florestas, campos agrícolas e com muito pavé à mistura.
O primeiro vencedor da prova foi o alemão, Josef Fischer.
Desde aí, a prova realiza-se até aos dias de hoje, apenas teve dois interregnos, durante a primeira e segunda grande guerra.
Em termos de vitórias, Roger de Vlaeminck e Tom Boonen são os recordistas com quatro vitórias. Aqui fica a lista dos mais vitoriosos:
4 - Roger De Vlaeminck, BEL
4 - Tom Boonen, BEL
3 - Octave Lapize, FRA
3 - Gaston Rebry, BEL
3 - Rik Van Looy, BEL
3 - Eddy Merckx, BEL
3 - Francesco Moser, ITA
3 - Johan Museeuw, BEL
3 - Fabian Cancellara, SUI
Roger de Vlaeminck, é conhecido por Monsieur Paris-Roubaix, não só pelas vitórias mas também pela quantidade de pódios, foram 9. Aqui fica a lista dos que fizeram mais pódios na prova:
9 - Roger De Vlaeminck, BEL
7 - Francesco Moser, ITA
6 - Rik Van Looy, BEL
6 - Johan Museeuw, BEL
6 - Tom Boonen, BEL
6 - Fabian Cancellara, SUI
A prova é francesa, mas é a Bélgica a grande dominadora da prova:
1 - Bélgica 57
2 - França 28
3 - Itália 14
4 - Países Baixos 9
5 - Suíça 4
6 - Irlanda 2
6 - Alemanha 2
7 - Luxemburgo 1
7 - Suécia 1
7 - Ucrânia 1
7 - Austrália 2
2015 John Degenkolb (GER) Giant–Alpecin
2016 Matthew Hayman (AUS) Orica-GreenEdge
2017 Greg Van Avermaet (BEL) BMC
2018 Niki Terpstra (NED) Quick-Step Floors
2019 Philippe Gilbert (BEL) Deceuninck-QuickStep
2020 Não se realizou
2021 Sonny Colbrelli (ITA) Bahrain
2022 Dylan van Baarle (NED) Ineos Grenadiers
2023 Mathieu van der Poel (NED) Alpecin-Deceuninck
2024 Mathieu van der Poel (NED) Alpecin-Deceuninck

Entre todos os sectores, destacam-se claramente dois: a mítica floresta de Arenberg, que este ano aparece ao quilómetro 162,4 (sector 19) e o Le Carrefour de l’Arbre (sector 4), que está a 17 Km da meta, sendo este o sector que pode decidir a corrida, por estar tão próximo do final.
Nos últimos anos foi introduzido outro sector com a máxima dificuldade, é o número 11, Mons-en-Pévèle, que está situado a 48,6 Km da meta. Este setor é crucial na seleção.
Como já é habitual, o inicio da prova será nos arredores de Paris, em Compiègne e terminará num dos palcos mais míticos e importantes do ciclismo mundial, o velódromo de Roubaix. O pavé e a extensão, fazem do Paris-Roubaix um dos testes mais duros, fisicamente e mentalmente para qualquer ciclista e também para as máquinas.
Søren Wærenskjold
Percurso
Compiègne > Roubaix (259.2 Km)

Paris-Roubaix é sinónimo de pavé, o primeiro sector surge aos 96 Km de prova e depois serão mais 29 que farão a seleção e separará o trigo do joio. Todos eles são avaliados entre uma a cinco estrelas, definindo a dificuldade dos mesmos. Se o sector for de cinco estrelas isso significa que tem a dificuldade máxima e se tiver apenas uma, dificuldade mínima. A definição da dificuldade é dado pela qualidade do pavé e extensão do sector.
Entre todos os sectores, destacam-se claramente dois: a mítica floresta de Arenberg, que este ano aparece ao quilómetro 162,4 (sector 19) e o Le Carrefour de l’Arbre (sector 4), que está a 17 Km da meta, sendo este o sector que pode decidir a corrida, por estar tão próximo do final.
Nos últimos anos foi introduzido outro sector com a máxima dificuldade, é o número 11, Mons-en-Pévèle, que está situado a 48,6 Km da meta. Este setor é crucial na seleção.
Como já é habitual, o inicio da prova será nos arredores de Paris, em Compiègne e terminará num dos palcos mais míticos e importantes do ciclismo mundial, o velódromo de Roubaix. O pavé e a extensão, fazem do Paris-Roubaix um dos testes mais duros, fisicamente e mentalmente para qualquer ciclista e também para as máquinas.
Setores de pavé
Startlist
Condições Atmosféricas
Temperatura entre os 13 e 17ºC.
Esperada chuva de manhã, durante a prova a probabilidade será menor.
Vento moderado de oeste, propicio para bordures na primeira metade da prova.
Favoritos
O Paris-Roubaix é umas das provas mais imprevisíveis de todo o calendário, é selvagem, infame, bárbara, indomável, cruel, atroz...
Resumindo: é a melhor prova.
Esta lista podia ser maior, mas tivemos que fazer escolhas.
Mathieu van der Poel
Rei de Roubaix, vencedor das últimas duas edições onde dominou. Chega aqui como nos últimos anos, está forte e neste terreno é um dos melhores de sempre.
A Alpecin-Deceuninck apresenta um conjunto de luxo para este perfil de prova, Jasper Philipsen que nas duas últimas edições foi 2º tem provas dadas, taticamente é uma pedra importante porque os rivais têm de evitar um sprint contra ele. Outra peça fundamental é Gianni Vermeersch que é um especialista do Roubaix.
Mads Pedersen
Sofreu bastante nas subidas da Flandres mas lá aguentou-se e conseguiu terminar no 2º lugar, aqui não há subidas ou seja, em teoria é mais favorável para as suas características. No ano passado foi 3º.
A Lidl-Trek tem uma equipa potente, Jasper Stuyven é a segunda carta, esteve fantástico na Flandres e taticamente é uma pedra extremamente importante. Jonathan Milan também faz parte do alinhamento, temos algumas dúvidas que possa aguentar a intensidade de um Paris-Roubaix, mas caso esteja num dia inspirado é um perigo para os rivais com o seu potente sprint.
Wout Van Aert
Lutou muito na Flandres, acabou em 4º mas no grupo que lutou pelo 2º lugar. Está a subir de forma e sem as subidas flamengas, é um sério candidato.
A Visma-LAB conta com Dylan Van Baarle que venceu a prova em 2022, está longe da melhor versão. Grande expectativa para ver como se porta o novo 'monstrinho' das abelhas, Matthew Brennan.
Pippo Ganna
Regressa ao Roubaix onde em 2023 foi 6º e este ano procura lutar pelo pódio. Começou o ano muito bem, na Flandres acabou por fraquejar na parte final mesmo assim foi suficiente para um top-10.
A Ineos ainda contra Joshua Tarling, mas o jovem britânico tem estado doente.
Tadej Pogacar
Dominou na Flandres, mas o Roubaix é outro tipo de besta. Aqui não tem subidas para fazer a diferença e o tipo de empedrado é um verdadeiro inferno, para descarregar as locomotoras vai precisar de estar no dia mais inspirado da sua carreira.
A UAE tem uma equipa potente para o acompanhar, destaque para Florian Vermeersch que já fez pódio em Roubaix e chega em boa forma.
Stefan Kung
Um dos mais regulares nesta campanha de clássicas (sempre bem dentro do top-10), o problema do suiço é sempre o mesmo. Para ganhar tem de chegar isolado, ele e Benoot protagonizaram o sprint mais lento da história na Flandres na luta pelo 6º lugar.
Tim Merlier
Tal como Jonathan Milan, temos dúvidas que consiga sobreviver a uma corrida agressiva como esta. Em quatro participações nunca foi protagonista.
A Soudal-Quick Step conta com um dos ciclistas mais experientes do Roubaix, Yves Lampaert, noutros tempos estaria entre os favoritos, agora não.
Laurance Pithie
Ficou às portas do top-10 na Flandres, a forma está em crescendo. No ano passado foi 7º, este ano lidera a Red Bull-Bora, a expetativa é estar entre os melhores e Pithie tem todas as caraterísticas para tal.
No ano passado terminou em 9º, este ano a expetativa é para fazer algo semelhante mas as últimas provas têm sido bastante decepcionantes, abandonou na maioria delas.
A Uno-X tem também o 'velhote' Alexander Kristoff, que curiosamente nunca foi brilhante no Roubaix, o melhor que fez foi um 9º lugar no longínquo ano de 2013.
★★★★★ van der Poel
★★★★ Pedersen, Van Aert
★★★ Pogacar, Ganna, Philipsen
★★ Kung, Stuyven
★ Pithie, F. Vermeersch, G. Vermeersch, Wærenskjold, Milan, Merlier
A nossa aposta: Mathieu van der Poel
Joker: Laurance Pithie
TV: Eurosport 1 (09:30, Lisboa)
Post a Comment