Guia Liège-Bastogne-Liège 2025

 

Liège-Bastogne-Liège, também conhecida por 'La Doyenne' (a mais velha), é a mais antiga clássica dos cinco monumentos do ciclismo, a primeira edição foi disputada em 1892, ganha por Léon Houat, que repetiria nos dois anos seguintes.

O corredor italiano, Michele Bartoli considerava a 'La Doyenne' como 'a clássica mais bela do calendário', mas não se referia propriamente à beleza do cenário, mas sim ao desafio que era vencer a prova, onde quem vencia era de facto o mais forte.

A Liége-Bastogne-Liége é a clássica onde os melhores classicómanos e os melhores corredores de corridas de etapas se encontram, o terreno não favorece nenhum deles, o que torna este confronto ainda mais fascinante.

História

A quantidade de histórias sobre a 'La Doyenne' são infindáveis, a prova nasceu porque um grupo de entusiastas de Liège, os Liège Cyclist Union, queriam imitar as grandes provas da altura, Bordeaux-Paris e Paris-Brest-Paris, o objectivo era fazer, Liège-Paris-Liège, a prova teria uns espantosos 845 quilómetros! Porém, o primeiro passo foi fazer uma corrida teste, a partida foi em Liège seguia até Bastogne e os ciclistas voltaram para Liège. E porquê Bastogne? A razão é simples, os organizadores podiam ir de comboio até Bastogne, verificarem se os corredores de facto chegavam a Bastogne, aqueles que não passassem no checkpoint, foram desqualificados. A ideia inicial nunca foi posta em prática e o sucesso da prova teste fez com que se tornasse num dos marcos do ciclismo mundial.

Em termos de vitórias, Eddy Merckx é o recordista com cinco vitórias. Aqui fica a lista dos mais vitoriosos:

5-Eddy Merckx (Bel) 1969, 1971, 1972, 1973, 1975
4-Moreno Argentin (Ita) 1985, 1986, 1987, 1991
4-Alejandro Valverde (Spa) 2006, 2008, 2015, 2017
3-Léon Houa (Bel) 1892, 1893, 1894
3-Alfons Schepers (Bel) 1929, 1931, 1935
3-Fred De Bruyne (Bel) 1956, 1958, 1959
2-Louis Mottiat (Bel) 1921, 1922
2-René Vermandel (Bel) 1923, 1924
2-Richard Depoorter (Bel) 1943, 1947
2-Prosper Depredomme (Bel) 1946, 1950
2-Ferdi Kübler (Swi) 1951, 1952
2-Joseph Bruyère (Bel) 1976, 1978
2-Bernard Hinault (Fra) 1977, 1980
2-Seán Kelly (Ire) 1984, 1989
2-Michele Bartoli (Ita) 1997, 1998
2-Paolo Bettini (Ita) 2000, 2002
2-Alexander Vinokourov (Kaz) 2005, 2010

2-Remco Evenepoel (Bel) 2022, 2023

2-Tadej Pogacar (Slo) 2021, 2024

A Bélgica é de longe o grande dominador:

61-Bélgica

13-Itália

6-Suiça

5-França

4-Holanda
4-Espanha

3-Rep. da Irlanda

3-Cazaquistão
3-Luxemburgo

2-Alemanha

3-Eslovénia

1-Dinamarca

1-Rússia

1-Estados Unidos

1-Austrália

últimos vencedores

2011 Philippe Gilbert (Bel) Omega Pharma–Lotto
2012 Maxim Iglinsky (Kaz) Astana
2013 Dan Martin (Irl) Garmin–Sharp
2014 Simon Gerrans (Aus) Orica–GreenEDGE
2015 Alejandro Valverde (ESP) Movistar Team
2016 Wout Poels (Ned) Team Sk
2017 Alejandro Valverde (Spa) Movistar Team
2018 Bob Jungels (Lux) Quick-Step Floors

2019 Alberto Bettiol (Ita) EF

2020 Primoz Roglic (Slo) Jumbo-Visma

2021 Tadej Pogacar (Slo) UAE

2022 Remco Evenepoel (Bel) QuickStep

2023 Remco Evenepoel (Bel) Soudal Quick-Step

2024 Tadej Pogacar (Slo) UAE

Percurso

Liège - Liège (252 Km)

252 quilómetros nas Ardenas com constante sobe e desce que vai moendo as pernas dos ciclistas e filtrando o trigo do joio. Onze subidas categorizadas, sendo que os últimos 90 quilómetros são os mais 'cruéis', oito delas estão nesta fase da corrida, o que torna esta prova particularmente dura e consequentemente seletiva.

Em relação às edições passadas, a grande alteração aconteceu (aplicada em 2019 e que se mantém em 2024) na última parte da prova. Última ascensão passou a ser a Côte de la Roche-aux-Faucons ao invés de Saint-Nicholas, tornando este final mais seletivo. A meta deslocou-se de Ans para Liège.

Aqui ficam as 11 subidas categorizadas:

Km 70,7 • Côte de Saint-Roch – 1 km @ 11,2 %

Km 119,4 • Col de Haussire – 3,9 km @ 6,8 %

Km 158,7 • Côte de Mont-le-Soie – 1,7 km @ 7,9 %

Km 167 • Côte de Wanne – 3,6 km @ 5,1 %

Km 173,5 • Côte de Stockeu – 1 km @ 12,5 %

Km 177,7 • Côte de la Haute-Levée – 2,2 km @ 7,5 %

Km 192 • Col du Rosier – 4,4 km @ 5,9 %

Km 205,3 • Côte de Desnié – 1,6 km @ 8,1 %

Km 218 • Côte de La Redoute – 1,6 km @ 9,4 %

Km 228,7 • Côte des Forges – 1,3 km @ 7,8 %

Km 238,7 • Côte de la Roche-aux-Faucons – ,3 km @ 11 %

Os corredores partem de Liège, percorrem 94 Km até a Bastogne, altura em que regressam em direção à província de Liège. São mais de 4000 metros de subida acumulada, que fará a seleção natural. A triagem a sério deverá ser feita nas quatro últimas subidas: Côte de Desnié, Côte de la Redoute, Côte des Forges e Côte de la Roche-aux-Faucons. 

Após a Côte de la Roche-aux-Faucons o terreno até 13 Km da meta ainda conta com uma pequena subida, depois é descida e terreno plano até à meta em Liège.

Condições meteorológicas

Temperatura entre os 13º e 18º.

Não é esperada chuva durante a prova.

Vento moderado de nordeste.

Startlist

Aqui

Favoritos

A UAE vai controlar a corrida e endurecê-la de modo a preparar o ataque de Pogacar. Têm ciclistas para fazer esse trabalho, resta saber onde vai ser o ataque.

Os restantes irão estar pendentes do que o esloveno fizer, a não ser que Remco Evenepoel decida antecipar-se e arriscar.

Tadej Pogacar

Na Amstel Gold Race demonstrou fragilidade que pouco vemos nele e terminou derrotado, na Flache Wallone vingou-se. A LBL é mais parecida à Amstel do que a Fleche, que é uma prova onde a ação está concentrada na subida final do Mur d'Huy, mas não nos enganemos o esloveno continua a ser o principal favorito e tem uma boa equipa para endurecer a corrida e preparar o ataque.

Remco Evenepoel

Conseguiu dar luta a Pogacar na Amstel, mas desiludiu bastante na Fleche Wallone. A LBL adapta-se mais ao seu estilo, mas as dúvidas que nos deixou na quarta-feira faz com que esteja um patamar abaixo do esloveno.

Mattias Skjelmose

Brilhante na Amstel, na Fleche abandonou após uma queda. Não sabemos se está totalmente recuperado, mas mesmo a 100% não será fácil repetir a proeza do passado domingo, de qualquer forma é um dos melhores ciclistas da atualidade e dos poucos que pode encher o peito e dizer que bateu Pogacar e Evenepoel em luta direta.

A Lidl-Trek conta com Giulio Ciccone e Thibau Nys como alternativas.

Tom Pidcock

Começou o ano cheio de gás, o problema foi quando começou a enfrentar os tubarões e o nível voltou ao mesmo dos últimos anos, está lá mas é incapaz de fazer frente aos aliens, não deixa de ser um dos grandes candidatos ao pódio.

Tiesj Benoot

Em forma é um ciclista muito regular nestas provas, quase sempre termina no top-10. A forma é boa, na andou bem na Amstel e na Fleche fez uma subida interessante ao Mur d'Huy.

Ben Healy

Está em forma e a prova disso é a excelente subida que fez ao Mur d'Huy que não é uma subida adequada para ele. Dos mais ofensivos do pelotão, divertido de o ver correr mas ao mesmo tempo um pouco frustrante porque a quantidade de ataques falhados é elevada.

Romain Gregoire

Está cada vez mais consistente e reúne características ideais para este tipo de provas: explosividade e endurance.

O presente e o futuro do ciclismo francês para as Ardenas passa por ele. A Groupama-FDJ tem também um ciclismo em excelente forma, o filósofo Guillaume Martin além de Valentin Madouas.

Santiago Buitrago

O colombiano parece regressar à boa forma, na Fleche Wallone fez uma boa subida ao Mur d'Huy e os sinais na Amstel também foram positivos, embora o resultado final não demonstre isso.

Em 2023 foi 3º.

Kevin Vauquelin

Esteve mais uma vez brilhante no Mur d'Huy, que é a subida fetiche dele, resta saber se consegue ser consistente numa prova mais longa e dura.

★★★★★ Pogacar

★★★★ Evenepoel

★★★ Healy, Pidcock, Skjelmose

★★ Gregoire, Benoot, Vauquelin, Buitrago

★ Ciccone, G. Martin, Nys

A nossa aposta: Tadej Pogacar

Joker: Guillaume Martin

Seguir em direto: @LiegeBastogneL, #LBL

Eurosport 1 (11:30, Lisboa)