Guia Milão-São Remo 2024
Este sábado, disputa-se o primeiro monumento da temporada. A 'clássica da primavera' que este ano chega mais tarde, é também conhecida por Classicissima, sendo um dos dois monumentos que se corre em Itália, o outro curiosamente é tradicionalmente o último da época, o Giro da Lombardia.
Como qualquer um dos cinco monumentos, é uma prova apaixonante, com muitas histórias épicas que fazem com que esta clássica lendária seja uma das mais desejadas por qualquer ciclista. É a prova mais longa do ciclismo profissional, com perto de 300 quilómetros.
O final na Via Roma em São Remo já faz parte da história da modalidade, foi nesta avenida que Eddy Merckx venceu todas as sete edições que conta no currículo.
Será a 115ª edição, Eddy Merckx é o recordista com sete vitórias, seguido das seis vitórias de Constante Girardengo, quatro de Gino Bartali e Erik Zabel e três de Fausto Coppi, de Roger de Vlaeminck e Óscar Freire. A Itália é o país com mais triunfos, 51 no total, seguido da Bélgica com 22 e a França fecha o pódio com 14.
História
Vencedores desde 2000:
2000 Erik Zabel (Ger) Team Telekom
2001 Erik Zabel (Ger) Team Telekom
2002 Mario Cipollini (Ita) Acqua & Sapone-Cantina Tollo
2003 Paolo Bettini (Ita) Quick Step-Davitamon
2004 Óscar Freire (Esp) Rabobank
2005 Alessandro Petacchi (Ita) Fassa Bortolo
2006 Filippo Pozzato (Ita) Quick Step-Innergetic
2007 Óscar Freire (Esp) Rabobank
2008 Fabian Cancellara (Sui) Team CSC
2009 Mark Cavendish (GBr) Team Columbia-High Road
2010 Óscar Freire (Esp) Rabobank
2011 Matthew Goss (Aus) HTC-Highroad
2012 Simon Gerrans (Aus) GreenEdge
2013 Gerald Ciolek (Ger) MTN Qhubeka
2014 Alexander Kristoff (Nor) Team Katusha
2015 John Degenkolb (Ger) Giant-Alpecin
2016 Arnaud Démare (Fra) FDJ
2017 Michal Kwiatkowski (Pol) Team Sky
2018 Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida
2019 Julian Alaphilippe (Fra) Deceuninck-Quickstep
2020 Wout van Aert (Bel) Jumbo-Visma
2021 Jasper Stuyven (Bel) Trek-Segafredo
2022 Matej Mohoric (Slo) Bahrain Victorious
2023 Mathieu Van der Poel (Ned) Alpecin-Deceuninck
Curiosidades em números
7: maior número de vitórias, por Eddy Merckx.
6: o número de vitórias do segundo mais vitorioso,Costante Girardengo.
4: o número de vitórias dos terceiros mais vitoriosos, Erik Zabel e Gino
Bartali
5: o número de edições vencidas por um ciclista que vestia a camisola
de campeão do mundo: Alfredo Binda (1931), Eddy Merckx (1972, 1975),
Felice Gimondi (1974) e Giuseppe Saronni (1983)
5.46: tempo mais rápido da subida do Poggio, por Giorgio Furlan em 1994.
9.36: tempo mais rápido da subida da Cipressa, por Francesco Casagrande
em 2001.
16: é o número de estreantes que venceram na estreia – o último foi Cavendish em 2009.
20: idade do vencedor mais jovem, Ugo Agostini na edição de 1914.
23: número de curvas da descida do Poggio.
36: idade do vencedor mais velho, Andre Tchmil na edição de 1999.
45: número de corredores que venceram isolados.
45.806: velocidade média (Km/h) mais alta numa edição, por Bugno em 1990.
51: número de edições ganha por italianos (os belgas surgem em segundo com 20).
109: número de edições até 2019.
175: participantes; 25 equipas com 7 ciclistas cada uma.
300: número de quilómetros se a zona neutralizada contasse.
1907: ano da edição inaugural, o vencedor foi: Lucien Petit-Breton (France & Peugeot).
1960: ano em que a subida ao Poggio foi introduzida no percurso.
1982: ano em que a subida a Cipressa foi introduzida no percurso.
2008: ano em que um corredor venceu isolado, o autor da proeza foi Fabian Cancellara, apenas 10 anos depois Vincenzo Nibali repetia a façanha.
20 000: será o prémio em Euros, para o vencedor da prova em 2024.
Percurso
Pavia - São Remo (via Roma), 288 Km
O percurso da Classicissima pouco mudou nos últimos anos, muita marcado por 250 Km de sonolência e um final frenético com as subidas ao Cipressa e Poggio e em pano de fundo, a bela vista do mar mediterrâneo.
A primeira dificuldade do dia é o Passo del Turchino que se encontra a meio do percurso e não vai fazer qualquer diferença.
A edição deste ano terá o 'tríptico de Capos' uma sequência de três subidas seguidas: Capo Mele, Capo Cervo e o Capo Berta. Mas é na Cipressa onde se começa a fazer a seleção a sério, são 5,6 Km com 4% de inclinação média, com uma rampa a 9%.
O topo do Cipressa fica a cerca de 21,6 quilómetros da meta, os ciclistas descem então e têm uma zona plana até ao inicio da subida do Poggio, que só é complicado porque encontra-se bem no final e o cansaço acumulado já pesa nas pernas. São 3,7 de comprimento a 3,7% de inclinação média, com uma rampa a 8%.
A linha de meta em São Remo, situa-se na famosa Via Roma, o posicionamento no pelotão é essencial na sequência de curvas para a esquerda e direta que dá acesso à reta.
Subidas relevantes:
A edição deste ano terá o 'tríptico de Capos' uma sequência de três subidas seguidas: Capo Mele, Capo Cervo e o Capo Berta. Mas é na Cipressa onde se começa a fazer a seleção a sério, são 5,6 Km com 4% de inclinação média, com uma rampa a 9%.
O topo do Cipressa fica a cerca de 21,6 quilómetros da meta, os ciclistas descem então e têm uma zona plana até ao inicio da subida do Poggio, que só é complicado porque encontra-se bem no final e o cansaço acumulado já pesa nas pernas. São 3,7 de comprimento a 3,7% de inclinação média, com uma rampa a 8%.
A linha de meta em São Remo, situa-se na famosa Via Roma, o posicionamento no pelotão é essencial na sequência de curvas para a esquerda e direta que dá acesso à reta.
Subidas relevantes:
271,4 Km - Cipressa (5.7 Km a 4.0%)
287,5 Km - Poggio di Sanremo (3.6 Km a 3.6%)
287,5 Km - Poggio di Sanremo (3.6 Km a 3.6%)
Meteorologia
Algumas nuvens, mas não é esperada chuva.
13 a 19ºC.
Vento fraco com alguns períodos moderado.
Startlist
Aqui
Chegada massiva ou seletiva?
Esta é a principal questão, as últimas edições têm sido marcadas pela seleção no Poggio ao contrário do que era norma.
É muito provável que a UAE (Matxin revelou que o objetivo é fazer menos de 9 minutos) imponha um ritmo demolidor desde a Cipressa e por essa razão a probabilidade de um sprint massivo baixa drasticamente, uma chegada de um grupo reduzido é o mais provável ou então alguém isolado.
Aqui
Favoritos
Chegada massiva ou seletiva?
Esta é a principal questão, as últimas edições têm sido marcadas pela seleção no Poggio ao contrário do que era norma.
É muito provável que a UAE (Matxin revelou que o objetivo é fazer menos de 9 minutos) imponha um ritmo demolidor desde a Cipressa e por essa razão a probabilidade de um sprint massivo baixa drasticamente, uma chegada de um grupo reduzido é o mais provável ou então alguém isolado.
A descida também tem decidido vencedores (Nibali e Mohoric), no ano passado foram os últimos metros do Poggio que ditaram a vitória de Van der Poel, o neerlandês aplicou um dos seus ataques arrasadores, que ninguém consegue igualar.
A nossa aposta é no cenário de um grupo seleto de ciclistas discutirão a vitória, a UAE irá desmantelar o pelotão, o tempo que era o 'monumentos dos sprinters' é coisa do passado e com esta geração, esse cenário é uma improbabilidade.
UAE
Têm uma equipa forte para colocar Tadej Pogacar na melhor posição possível. O esloveno começou o ano com um 'banger', exibição histórica.
O ritmo desde a Cipressa tem de ser demolidor para que Pogacar tenha hipóteses, no ano passado no Poggio após Wellens ter feito um trabalho notável tentou várias vezes quebrar Ganna, Van der Poel e Van Aert, mas não conseguiu. Van der Poel acabaria por descarregar todos no final do Poggio. Equipa de luxo para o apoiar: Wellens, Hirschi, Del Toro, Ulissi e Covi.
Em 3 participações nunca fez pódio (12º, 5º e 4º).
Alpecin-Deceuninck
Mathieu van der Poel abre a temporada aqui, coisa que não é problema para ele, em 2022 também começou a temporada de estrada na MSR e terminou em 3º. A sua explosividade insana faz com que ele seja o ciclista mais temido neste tipo de provas, pode vencer de diversas formas inclusive num sprint num grupo mais ou menos seletivo.
Soren Kragh Andersen tem um fetiche pela MSR, porém o inicio de temporada foi complicada a lesão no joelho alterou a preparação e é provável que este ano seja um mero ajudante.
Jasper Philipsen é a principal opção da equipa para um sprint massivo, apesar de já ter ganho, tem demonstrado menos domínio que em 2023.
Para finalizar uma chamada de atenção para Axel Laurance, o francês tem uma explosividade fora do comum, este ano já bateu Mads Pedersen numa chegada.
Visma-LAB
Não têm Wout Van Aert mas contam com Christophe Laporte, um ciclista que se aguenta neste tipo de percurso, a questão é saber se é capaz de aguentar perante Pogacar e van der Poel. Começou a temporada relativamente bem.
Olav Kooij é um jovem sprinter destinado a dominar a especialidade nos próximos anos, o grande problema é que a MSR deixou de ser uma clássica para os velocistas, no entanto, caso a decisão seja ao sprint a Visma tem um dos mais rápidos.
Ineos
Pippo Ganna foi 2º no ano passado, mas começou esta temporada menos exuberante, no entanto, esta é uma prova muito importante para ele, portanto, não descartamos que esteja entre os melhores. É um ciclista que melhorou muito o seu sprint, num grupo reduzido não se pode menosprezar.
Tom Pidcock, a eterna promessa que lhe falta sempre algo para dar o passo definitivo para estar entre os melhores. Dificilmente vai descarregar os melhores no Poggio, mas é na descida que pode fazer estragos, é um dos melhores nesse terreno.
Bahrain
Por falar em descida, temos de falar de Matej Mohoric, o melhor 'descedor' da atualidade. Confesso que esperava um pouco mais dele na abertura das clássicas na Bélgica, mas mesmo assim deu alguns sinais positivos, o que quer dizer que apesar dos resultados a forma está lá. Tal como Pidcock, para ganhar terá de se desfazer dos rivais na descida.
Fred Wright é um possível plano B, mas sem grande convicção.
Lidl-Trek
Têm um dos eternos futuros vencedores de monumentos, Mads Pedersen, o problema é que o dinamarquês tem sempre um dos monstrinhos pelo caminho e acaba invariavelmente por não ganhar. Está em grande forma, a receita para vencer é simples, aguentar no Poggio e estar no grupo seleto que disputa a vitória, o seu sprint ao fim de 300 Km é letal.
A equipa norte-americana tem um ex-vencedor, Jasper Stuyven que também é um outsider, começou a temporada com boas pernas.
A opção para o sprint é Jonathan Milan, que no Tirreno-Adriático mostrou que está em grande forma, o italiano é versátil e é dos sprinters que poderiam sobreviver ao Poggio.
Por fim Toms Skuijns, que brilhou na Strade Bianche, está na forma da sua vida.
Lotto-DSTNY
Maxim Van Gils é o nome a reter, excelente inicio de temporada que confirma todo o potencial que demonstrou em 2023. Um forte candidato ao top-10.
EF
Alberto Bettiol voou na Milano-Torino e deu a entender que está preparado para a MSR. Veremos o que pode fazer perante a "crème de la crème".
Groupama-FDJ
Contam com Stefan Kung que começou o ano com bastante azar, a MSR não é propriamente terreno ideal para ele. A outra opção pode ser Laurance Pithie, que brilhou na abertura das clássicas mas que temos algumas reservas à performance dele no Poggio.
Intermarchè-Wanty
Biniam Girmay lidera a equipa belga, mas está naquele grupo que poderá ter dificuldades em aguentar os melhores no Poggio.
Decathlon-Ag2r
Benoit Cosnefroy está em grande forma, realizou uma Strade Bianche de grande nível. Mais um possível candidato ao top-10.
Sem Caleb Ewan, a responsabilidade fica toda em Michael Matthews, que é um corredor inconstante e que ganha muito pouco para o talento. EM teoria a MSR é um percurso perfeito para Matthews, em 10 participações fez top-10 em 5 delas e duas vezes foi ao pódio.
Outros: Matteo Trentin, Corbin Strong, Kevin Vermaeke, Julian Alaphilippe, Alexander Kristoff
★★★★★ Van der Poel
★★★★ Pogacar
★★★ Pedersen, Laporte
★★ Mohoric, Pidcock, Ganna
★ Milan, Kooij, Stuyven, Cosnefroy, Bettiol, Van Gils
A nossa aposta: Mathieu van der Poel
Joker: Maxim Van Gils
Seguir em direto: #MilanoSanremo, #MSR, @Milano Sanremo
A nossa aposta: Mathieu van der Poel
Joker: Maxim Van Gils
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