Header Ads

Guia da Volta à Flandres 2024

 


Hoje disputa-se o último monumento do ciclismo do ano, é dia da mítica Volta a Flandres. Será a 108ª edição da principal competição da região que vive o ciclismo com mais paixão, a Flandres. Esta prova é a preferida de muita gente que acompanha de perto ciclismo, porque realmente é única, com um ambiente especial e que resume bem o significado que tem o ciclismo para esta zona do globo.

Os seus inúmeros Hellingen's, que nós por cá traduzimos como subidas, colinas ou muros, com pavé à mistura e a quilometragem a rondar os 270 quilómetros (este ano mais curta) faz desta clássica uma das mais duras do calendário velocipédico mundial.

São seis os ciclistas que partilham o maior número de vitórias na prova, com três vitórias cada um temos: Achiel Buysse (1940, 1941 e 1943), Fiorenzo Magni (1949, 1950 e 1951), Eric Leman (1970, 1972 e 1973), Johan Museeuw (1993, 1995 e 1998), Tom Boonen (2005, 2006 e 2012) e Fabian Cancellara (2010, 2013 e 2014).

Em termos de ranking de vitórias por país, o grande dominador é sem grande surpresas, a Bélgica:
1.Bélgica-69
2.Holanda-12
3.Itália-11
4.Suiça-4
5.França-3
6.Alemanha-2
6.Dinamarca-2
7.Reino Unido-1
7.Noruega-1 
7.Eslováquia-1     
7.Eslovénia

A partida e a chegada tem variado ao longo da história da prova, até ao anos 70, a partida tinha sido sempre realizada da cidade de Gent, 
aqui ficam a diferentes variantes utilizadas ao longo dos anos:
1913-Gent – Mariakerke
1914-Gent – Evergem
1919–1923 Gent – Gentbrugge (Arsenal)
1924–1927 Gent – Gent (pista)
1928–1941 Gent – Wetteren
1942–1944 Gent – Ghent (pista)
1945–1961 Gent – Wetteren
1962–1972 Gent – Gentbrugge
1973–1976 Gent – Meerbeke
1977–1997 Sint-Niklaas – Meerbeke
1998–2011 Brugges – Meerbeke
2012-2016 Brugges - Oudenaarde
2017-?? Antuérpia - Oudenaarde

História

Em 1913 a principal prova era a Volta à Bélgica, sendo que a Liège-Bastogne-Liège e as outras provas de um dia ainda não tinham atingido grande popularidade. A revista Sportwereld ao assistir à vitória de Odile Defraye na Volta à França de 1912, decidiu que era tempo de se criar uma grande prova na Flandres, Karel van Wijnendaele um dos fundadores da revista organizou a 1ª edição.
A Volta à Flandres desde cedo esteve fortemente ligada à identidade da Flandres, a intenção era concorrer e contrabalançar o domínio francês e da Valónia no ciclismo. Este facto, politizou a prova e fez com que uma grande parte das equipas francesas não participassem na mesma. Desta forma o pelotão não contou com os melhores corredores da época.

A primeira edição foi ganha por Paul Deman, num sprint de um grupo de cinco. No total participaram 37 corredores que iniciaram a jornada épica de 324 quilómetros, após Van Wijnendaele proferir a seguinte expressão: "Heeren, vertrekt!". Os primeiros completaram a prova em 12 horas, 3 minutos e 10 segundos.
Em 2017, Philippe Gilbert protagonizou uma das cavalgadas solitárias mais memoráveis da história da prova, ao isolar-se a mais de 50 quilómetros da meta no Oude Kwaremont e nunca mais foi apanhado. Nos últimos dois anos a prova foi decidida num sprint entre dois ciclistas, Mathieu van der Poel bateu Wout Van Aert em 2020 e perdeu com Asgreen em 2021.

últimos 10 vencedores
2014 Fabian Cancellara (Swi) Trek Factory Racing
2015 Alexander Kristoff (Nor) Team Katusha
2016 Peter Sagan (Svk) Tinkoff 
2017 Philippe Gilbert (Bel) Quick-Step Floors
2018 Niki Terpstra (Hol) Quick-Step Floors
2019 Alberto Bettiol (Ita) EF  
2020 Mathieu van der Poel (Ned) Alpecin-Fenix
2021 Kasper Asgreen (Den) Deceuninck-QuickStep
2022 Mathieu van der Poel (NED) Alpecin-Deceuninck
2023 Tadej Pogacar (SLO) UAE Team Emirates

Percurso

Antuérpia - Oudenaarde (270,8 Km)


O percurso deste ano tal como nas últimas edições tem como ponto crucial a combinação Oude Kwaremont e Paterberg,
Oude Kwaremont abre as hostilidades com 135 Km percorridos. O Paterberg será transposto por duas ocasiões, a segunda será a última subida do dia, enquanto que o Oude Kwaremont será ultrapassado por três vezes. A principal seleção deverá ser na primeira passagem pela sequência, Oude Kwaremont+Paterberg, a cerca de 55 Km do final e repete-se bem no final da corrida, com o Paterberg a ser a última subida do dia, a 14 Km da meta.


Depois da primeira passagem pela sequência do Kwaremont+Paterberg aparece uma sequência de subidas decisiva que continuará a selecionar, inclui o Koppenberg, Steenbeekdries, Taaienberg e Kruisberg.



Aqui ficam as 17 subidas (Oude Kwaremont e Paterberg repetem):



Meteorologia

Temperatura a rondar os 13ºC.
Poderá chover, mas não se espera chuva forte.
Vento moderado com períodos fortes, vai soprar de leste e sudeste.

Startlist

Aqui

Favoritos

Mathieu van der Poel
Se já era o grande favorito, com a ausência de van Aert e Stuyven passou a ser ainda mais. Deverá mexer na corrida ainda longe da meta de forma a evitar surpresas. Tem uma equipa bastante interessante para o ajudar, homens com Vermeesrch, Kragh Andersen e Laurance têm capacidade para ajudar o neerlandês no que ele pedir.

Matteo Jorgenson & Tiesj Benoot & Dylan van Baarle
Com Van Aert de fora, a Visma tem de improvisar. Van Baarle em condições normais seria um dos grandes favoritos mais este ano não mostrou grande coisa e ainda esteve doente, no entanto, atenção que ele adora esta prova e se lhe deram liberdade pode causar estragos.
Benoot também teve um inicio de temporada muito difícil, na DDV deu sinais de recuperação. 
Por último temos de falar de Matteo Jorgenson, que depois de vencer o Paris.Nice, ganhou a DDV e está muito forte. Não esquecer que no ano passado fez top-10 aqui e portanto, a distância não é um problema para ele.

Mads Pedersen & Toms Skuijns & Jonathan Milan
A Lidl-Trek fez uma Gent-Wevelgem de grande nível, no entanto a Ronde é uma prova bastante mais difícil e a dinâmica é bem diferente, o melhor barómetro é a E3.
Com a ausência de Jasper Stuyven, que da forma que estava a subir seria a opção mais fiável, a equipa fica com Mads Pedersen, Toms Skujins e Jonathan Milan como opções. 
Mads Pedersen caiu na DDV e até falhou um dos treinos de reconhecimento depois disso, assumiu que não está a 100% e numa prova destas, não estar na força máxima é um grande handicap. Além disso, a sequência demoníaca de subidas e mais complicadas que a Gent-Wevelgem não jogam a favor dele.
Jonathan Milan é um ciclista pesado, perfeito para a Gent-Wevelgem mas que aqui vai ter mais dificuldades. Pode ser usado num  movimento de antecipação para pressionar os rivais.
Toms Skujins por outro lado, está a fazer um ano muito consistente e pode ser uma boa aposta da equipa norte-americana.

Matej Mohoric & Fred Wright
Matej Mohoric adora esta prova e diz que tem contas a ajustar com ela. Não tem feito um ano brilhante, mas também não estado mal, tem sido regular, falta-lhe algo para estar entre os melhores, quem sabe não encontre isso aqui.
Fred Wright é um ciclista que tem passado despercebido este ano, mas tem terminado quase sempre entre os 30 melhores. Tentar entrar na fuga inicial pode ser uma ideia interessante.

Stefan Kung & Valentin Madouas
Stefan Kung é um ciclista extremamente regular neste terreno, mas para ganhar precisa de chegar isolado e não se desgastar tanto. Sem azares é certo o top-10.
Valentin Madouas começou o ano lentamente, mas foi ganhando forma. Não esquecer que já fez pódio.

Tim Wellens & Nils Politt
Tim Wellens é a principal aposta da UAE para o empedrado deste ano e na E3 esteve muito forte. Forte candidato ao pódio.
Nils Politt pode passar 200 Km incógnito e de repente aparece no grupo da frente. Não era mal pensado lançá-lo na fuga para ver o que é capaz de extrair desse cenário.
António "bigode voador" Morgado estreia-se nos monumentos, que nos surpreenda.

Oier Lazkano
Focou este inicio de temporada nesta prova, por essa razão, esperamos muito dele. Num dia inspirado é extremamente forte como mostrou na KBK.
Se estiver presente na fuga do dia, então os favoritos podem ter um problema.

Michael Matthews
Excelente Milão-São Remo, mostrou que ainda é um ciclista forte nestas distâncias. O australiano tem uma relação complicada com esta prova (em  quatro participações, apenas um top-10) e no empedrado este ano esteve longe de impressionar. 
Candidato ao top-10, mais do que isso é complicado.

Alberto Bettiol
O ciclista psicadélico, as provas para ele são uma montanha russa de adrenalina e terror. Para este ano, arriscamos, Bettiol vai fazer um Bettiolazo e terminará no top-10.
Mas sem grande confiança, aliás, na verdade a confiança é zero. 

Biniam Girmay
Uma das vitimas da queda a meio da semana. Se já tínhamos dúvidas se aguentava a dureza da Flandres com os melhores, agora ainda mais.

Matteo Trentin
Experiente, mas que teve sempre um grande problema na Ronde, o Oude Kwaremont. Quantas e quantas vezes vimos Trentin ficar completamente apeado ali, a ver o Cancellara e Sagan a passar por ele como aviões ou o Van Aert e van der Poel descarregá-lo como um saco de batatas?
É uma das esperanças das equipas não-WT para um bom resultado.

Jonas Abrahamson
É o Oier Lazkano deste ano. Vai fazer de tudo para estar na fuga do dia para depois tentar sacar o top-10.

★ van der Poel
 Jorgenson
 Mohoric, Wellens
 van Baarle, Bettiol, Kung, Matthews
★ Pedersen, Skuijns, Benoot, Lazkano

Aposta: Mathieu van der Poel
Joker: Valentin Madouas

TV: Eurosport 1 (09:00, Lisboa)

Sem comentários

Com tecnologia do Blogger.