Header Ads

Jogos Olímpicos 2024 - Antevisão prova de estrada Masculina

 


O ciclismo de estrada entrou para o programa Olímpico em 1896, em Atenas, nos primeiros Jogos Olímpicos da Era moderna. Entre 1900 e 1924 não esteve presente no programa olímpico.

Em 1992, pela primeira vez foi disputada por corredores profissionais, até aí apenas os amadores participavam. O malogrado Fabio Casartelli venceu em Barcelona.

História

1992 Barcelona 
Ouro-Fabio Casartelli (ITA) 
Prata-Erik Dekker (HOL) 
Bronze-Dainis Ozols (LET)

1996 Atlanta 
Ouro-Pascal Richard (SUI) 
Prata-Rolf Sorensen (DEN) 
Bronze-Max Sciandri (GBR)

2000 Sidney 
Ouro-Jan Ulrich (GER) 
Prata-Alexander Vinokourov (CAZ) 
Bronze-Andreas Kloden (GER)

2004 Atenas 
Ouro-Paolo Bettini (ITA) 
Prata-Sérgio Paulinho (POR) 
Bronze-Axel Merckx (BEL)

2008 Pequim 
Ouro-Samuel Sanchez (ESP) 
Prata-Fabian Cancellara (SUI) 
Bronze-Alexandr Kolobnev (RUS)

2012 Londres 
Ouro-Alexander Vinokourov (CAZ) 
Prata-Rigoberto Uran (COL) 
Bronze-Alexander Kristoff (NOR)

2016 Rio de Janeiro 
Ouro-Greg van Avermaet (BEL) 
Prata-Jakob Fuglsang (DEN) 
Bronze-Rafal Majka (POL)

2020 Tóquio
Ouro-Richard Carapaz (ECU)
Prata-Wout van Aert (BEL)
Bronze-Tadej Pogacar (SLO)

Percurso

Paris – Paris, 273 km


Percurso de constante sobe e desce, tipico de clássicas e por essa razão os homens que brilham na primavera deverão ter vantagem.

Os ciclistas largam em Paris em direção sudoeste para um percurso na região ao redor da cidade, são cerca de 220 Km muito acidentados, onde as pernas irão ser moídas. O 'passeio' também pretende ser cénico para os telespectadores com especial destaque para a passagem por Versailles.

Os primeiros 150 Km tem algumas colinas
Côte des Gardes - 1.9 Km a 6%
Côte de Saint-Germain-en-Laye - 1 Km a 5.5%
Côte des Mesnuls - 1.1 Km a 6.1
Côte de Port-Royal - 1 Km a 5.5%

Dos 150 Km até aos 220 Km, é a parte mais exigente da prova com subida curtas em sequência:
Côte de Senlisse - 1.3 Km a 5.3%
Côte d'Herbouvilliers - 800 m a 5.7% 
Côte de Saint-Rémy-lès-Chevreuse - 1.3 Km a 6.3%
Chateaufort hillside - 900 m a 5.7%
Côte de Bièvres - 1.2 Km a 6.5%
Côte du Pavé des Gardes - 1.3 Km a 6%

A 50 Km da meta os ciclistas entram no centro de Paris e começam a percorrer o circuito.

Circuito final

18,4 Km de extensão e será percorrido 2 vezes e meia. A principal dificuldade é a Côte de la Butte Montmartre (1.1 Km a 5.6%), que será passada três vezes. Existem quase 5 Km de empedrado, embora não seja um pavé muito agressivo. A meta está no Trocadero, em frente à Torre Eiffel.
Não é propriamente muito exigente, mas com a distância e um pelotão reduzido, o desgaste é maior e não temos dúvidas que a corrida será caótica.


Startlist


Condições meteorológicas

Não está prevista chuva e as temperaturas irão rondar os 20 e 24°C.
O vento vai soprar moderado de Oeste e Sudoeste (11 Km/h).



Cenários

Antes de mais é preciso contextualizar a prova olímpica, existem caraterísticas muito próprias que só esta corrida tem:
1. Não há comunicações rádio, fomenta o caos tático.
2. Equipas muito reduzidas, corrida muito difícil de ser controlada por uma seleção.
3. Pelotão muito reduzido, nesta edição não passam os 90 corredores.
4. Distância de monumento mas num pelotão reduzido, com poucas ajudas e só meia dúzia de privilegiados têm gregários. Desgaste tremendo.

Perante isto tudo, há uma equipa que se destaca das outras e é a Bélgica, os 4 elementos podem ganhar, sendo Benoot o mesmo favorito mas noutra seleção seria líder. Ter várias cartas numa prova tão imprevisível é uma vantagem enorme, Evenepoel, Van Aert e Stuyven são ciclistas que podem fazer a diferença neste tipo de perfil e os rivais terão muito trabalho para os controlar.
A equipa da casa também tem um alinhamento muito interessante, mas com mais dúvidas, Alaphilippe e Laporte num percurso destes podem brilhar, Vauquelin e Madouas também são corredores que podem surpreender.

Favoritos

Mathieu van der Poel
Campeão do mundo e no ano passado mostrou que depois de um Tour onde limitou-se a trabalhar para Philipsen pode destruir a concorrência. Esta prova é um dos grandes objetivos do ano para ele e este percurso não sendo perfeito (preferia subidas mais empinadas para fazer a diferença) não é de todo mau.
Mesmo que não chegue isolado, com o sprint que tem é candidato a vencer na mesma. É o melhor classicômano da atualidade, dominou a primavera como quis e isso dá-lhe naturalmente o favoritismo.

Wout Van Aert
A seu favor tem a equipa, mas também joga contra ele porque provavelmente será o belga com menos liberdade num percurso destes, os adversários vão marcá-lo.
No Tour mostrou inconsistência sobretudo em subidas longas, mas aqui não há esse tipo de terreno, o percurso é perfeito para ele. Normalmente é nas subidas super explosivas que van der Poel o costuma descarregar e não temos esse tipo de colina, a subida de Montmartre não é muito empinada o que joga a seu favor.
O seu sprint é uma mais valia, num grupo reduzido é o mais favorito.

Remco Evenepoel
Para ganhar terá de mexer a corrida de longe e de preferência chegar isolado, porque o seu sprint é inferior à maioria dos homens das clássicas. Mas se há ciclista capaz de tal façanha é ele, foi campeão mundial dessa forma.
Terminou o Tour fatigado, mas recuperou rapidamente e dominou o contra-relógio, a forma é excelente. Não se pode dar 5 segundos de vantagem.

Jasper Stuyven
Terceira carta da Bélgica, um ciclista que fez um Tour interessante, esteve perto de ganhar uma etapa e andou bastante ativo, sendo que haviam poucas etapas para ele brilhar.
Tem um sprint ligeiramente pior que Van Aert e van der Poel, mas não é de subestimar. A capacidade de se manter na frente sozinho é uma característica que ao longo da carreira lhe permitiu vencer várias vezes e também a leitura tática é uma das suas fortalezas, venceu uma Milão-São Remo dessa forma.

Julian Alaphilippe
Tem sido um ano de regresso à boa forma e pouco a pouco tem melhorado. Venceu no Giro numa etapa épica e na preparação para estes Jogos Olímpicos também mostrou boas pernas na Eslováquia e na República Checa.
Resta saber se tem nível para competir com os monstros das clássicas, mas tem algumas coisas a seu favor: corre em casa, está super motivado e é fino que nem um rato.
Na antevisão afirmou que se sente bem e tem esperança que esteja na luta.

Christophe Laporte
Tem sido um ano complicado para Laporte, depois de um 2023 de grande nível. De qualquer forma no Tour deu sinais positivos e a motivação extra por correr em casa pode fazer dele um potencial vencedor.
Foi campeão europeu num percurso similar.

Mads Pedersen
A preparação não foi ideal mas o dinamarquês é um dos melhores neste tipo de percurso e distância. Alia a capacidade de resistência a um poderoso sprint, ninguém vai querer chegar com ele à meta. Em teoria é um percurso feito à medida dele.
A Dinamarca tem uma equipa interessante, Bjerg e Morkov de gregários e Pedersen e Skjelmose com funções de liderança. 

Alberto Bettiol
Em provas deste género costuma ser muito ativo, no ano passado em Glasgow nos mundiais mexeu na corrida várias vezes, esteve bastante Km isolado na frente. É um dos que preferia um pouco mais de dureza, para compensar é um dos que navega bem no caos.
A Itália não tem grandes opções, Elia Viviani não está para este tipo de percurso e Luca Mozzato desde o 2º lugar na Flandres caiu a pique.

Biniam Girmay
Venceu três etapas no Tour e levou a verde para casa. O percurso é bastante bom para ele, mas temos algumas reservas sobre a sua capacidade de gerir a corrida no caos principalmente em provas tão longas e desgastantes.
É um dos melhores sprinters, os rivais terão de o descartar.

Jonathan Narvaez
Acaba de anunciar a ida para a UAE depois de um ano onde mostrou umas pernas impressionantes. Narvaez é dos poucos que se pode gabar de ter derrotado Pogacar no mano a mano numa etapa.
Um bocadinho mais de dureza também lhe convinha, mas é daqueles que lê bem a corrida e costuma estar bem posicionado.
Tem uma responsabilidade enorme, defender o título para o Equador.

Tom Pidcock
Vencedor do ouro no XCO como era esperado, mas aqui o campeonato é outro. No entanto nem tudo é mau para ele, a natureza da corrida beneficia-o, não o vamos ver descarregar em pura potência van der Poel ou Van Aert nas subidas, mas pode num movimento tático colocar-se numa posição privilegiada.
Não tem um mau sprint, mas também não pertence à elite nesse aspeto.
 
Marc Hirschi
Está nesta lista porque mostrou um nível absurdo no Czech Tour, é certo que a concorrência aqui é outra mas o suíço num dia inspirado é um corredor perigoso.

Matteo Jorgenson
Espetacular primavera e excelente Tour. Extremamente versátil e por isso também merece estar na lista.
Se o percurso fosse mais duro seria melhor para ele.

Michael Matthews
Fez uma primavera boa, mas no Tour não esteve bem e ele próprio admitiu a desilusão. De qualquer forma, o australiano costuma ser bastante forte em provas deste estilo, tem v´´arios pódios em mundiais.

Portugal
Portugal estará com Nélson Oliveira e Rui Costa, o poveiro noutros tempos seria um ciclista interessante mesmo num percurso deste género, a sua esperteza tática é única.
Mostrar a camisola portuguesa e quiçá um deles terminar no top-10 já seria um extraordinário resultado.


🥇🥇🥇🥇🥇 van der Poel
🥇🥇🥇🥇 Van Aert, Evenepoel
🥇🥇🥇 Pedersen, Alaphilippe
🥇🥇 Stuyven, Matthews, Narvaez, Bettiol
🥇 Pidcock, Hirschi, Girmay, Jorgenson

A nossa aposta: Mathieu van der Poel
Joker: Jonathan Narvaez

Seguir em direto: Eurosport 1 (11:35, Lisboa), RTP2


Sem comentários

Com tecnologia do Blogger.