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Guia Paris-Roubaix 2021

 

For some, it's only a dirt track. For us, it's the gate of hell.
Para alguns, é apenas uma percurso sujo. Para nós, é a porta do inferno.


A rainha das clássicas, a clássicas das clássicas, o inferno do norte, o infame Paris-Roubaix celebra este domingo a sua 118ª edição.
A sua grandeza e misticismo é algo único no ciclismo mundial, que apaixona ciclistas e milhões de adeptos da modalidade. O Tour é provavelmente a única prova que concorre com o Paris-Roubaix em termos de popularidade.
Desde 1896 que se corre a prova no norte de França, apesar de se chamar Paris-Roubaix desde 1968 que a partida não sai de Paris, mas sim de uma cidade a norte da cidade Luz, Compiègne, que pertence à região de Picardie.

História

Não há prova igual a esta, é uma das mais antigas. Criada em 1986, quando Théodore Vienne e Maurice Perez, construíram o velódromo em Roubaix e propuseram ao editor da Le Vélo, Louis Minart, a realização de uma prova que começaria em Paris e terminaria nele. Minart deixou a decisão final para o director da publicação, Paul Rousseau. A abordagem foi no sentido da prova ser de preparação para o Bordéus-Paris, uma das provas mais importantes dessa altura.
Paul Rousseau mostrou-se a favor da ideia e para definir o percurso, pediu ao editor de ciclismo Victor Breyer que o fizesse. Breyer foi reconhecer o percurso e chegou imundo e completamente de rastos a Roubaix, a intenção era enviar por carta uma recomendação a Minart para desistir da ideia, porém, tal não aconteceu e Breyer concordou em dar o seu aval à realização da prova. Definindo um percurso por meio de florestas, campos agrícolas e com muito pavé à mistura.
O primeiro vencedor da prova foi o alemão, Josef Fischer.
Desde aí, a prova realiza-se até aos dias de hoje, apenas teve dois interregnos, durante a primeira e segunda grande guerra.

Em termos de vitórias, Roger de Vlaeminck e Tom Boonen são os recordistas com quatro vitórias. Aqui fica a lista dos mais vitoriosos:
4 - Roger De Vlaeminck, BEL
4 - Tom Boonen, BEL 
3 - Octave Lapize, FRA 
3 - Gaston Rebry, BEL 
3 - Rik Van Looy, BEL 
3 - Eddy Merckx, BEL
3 - Francesco Moser, ITA 
3 - Johan Museeuw, BEL 
3 - Fabian Cancellara, SUI

Roger de Vlaeminck, é conhecido por Monsieur Paris-Roubaix, nãosó pelas vitórias mas também pela quantidade de pódios, foram 9. Aqui fica a lista dos que fizeram mais pódios na prova:
9 - Roger De Vlaeminck, BEL
7 - Francesco Moser, ITA 
6 - Rik Van Looy, BEL 
6 - Johan Museeuw, BEL 
6 - Tom Boonen, BEL 
6 - Fabian Cancellara, SUI

A prova é francesa, mas é a Bélgica a grande dominadora da prova:
1 - Bélgica 57
2 - França 28
3 - Itália 13
4 - Holanda 6
5 - Suíça 4
6 - Irlanda 2
6 - Alemanha 2
7 - Luxemburgo 1
7 - Suécia 1
7 - Ucrânia 1
7 - Austrália 2

últimos 10 vencedores
2010 Fabian Cancellara (SUI) Team Saxo Bank
2011 Johan Vansummeren (BEL) Garmin–Cervélo
2012 Tom Boonen (BEL) Omega Pharma–Quick-Step
2013 Fabian Cancellara (SUI) RadioShack–Leopard
2014 Niki Terpstra (NED) Omega Pharma–Quick-Step
2015 John Degenkolb (GER) Giant–Alpecin
2016 Matthew Hayman (AUS) Orica-GreenEdge
2017 Greg Van Avermaet (BEL) BMC
2018 Niki Terpstra (NED) Quick-Step Floors
2019 Philippe Gilbert (BEL) Deceuninck-QuickStep

Edição 2019

 

Percurso

Compiègne> Roubaix (257 Km)


Paris-Roubaix é sinónimo de pavé, o primeiro sector surge aos 96 Km de prova e depois serão mais 29 que farão a seleção e separará o trigo do joio. Todos eles são avaliados entre uma a cinco estrelas, definindo a dificuldade dos mesmos. Se o sector for de cinco estrelas isso significa que tem a dificuldade máxima e se tiver apenas uma, dificuldade mínima. A definição da dificuldade é dado pela qualidade do pavé e extensão do sector.
Entre todos os sectores, destacam-se claramente dois: a mítica floresta de Arenberg, que este ano aparece ao quilómetro 162,4 (sector 19) e o Le Carrefour de l’Arbre (sector 4), que está a 17 Km da meta, sendo este o sector que pode decidir a corrida, por estar tão próximo do final.
Há quatro anos foi introduzido outro sector com a máxima dificuldade, é o número 11, Mons-en-Pévèle, que está situado a 48,6 Km da meta. Este setor é crucial na seleção.
Como já é habitual, o inicio da prova será nos arredores de Paris, em Compiègne e terminará num dos palcos mais míticos e importantes do ciclismo mundial, o velódromo de Roubaix. O pavé e a extensão, fazem do Paris-Roubaix um dos testes mais duros, fisicamente e mentalmente para qualquer ciclista e também para as máquinas.


Setores de pavé
30. Troisvilles à Inchy [a 161,4 km] 2.200m – ⭐⭐⭐
29. Viesly à Quiévy [a 154,9 km] 1.800m – ⭐⭐⭐
28. Quiévy à Saint-Python [a 152,3 km] 3.700m – ⭐⭐⭐⭐
27. Saint-Python [a 147,6 km] 1.500m – ⭐⭐
26. Haussy à Saint-Martin-sur-Écaillon [a 141,1 km] 800m – ⭐⭐
---
25. Saint-Martin-sur-Écaillon à Vertain [a 136,8 km] 2.300m – ⭐⭐⭐
24. Capelle à Ruesnes [a 130,4 km] 1.700m – ⭐⭐⭐
23. Artres à Quérénaing [a 121,4 km] 1.300m – ⭐⭐
22. Quérénaing à Maing [a 119,6 km] 2.500m – ⭐⭐⭐
21. Maing à Monchaux-sur-Écaillon [a 116,5 km] 1.600m – ⭐⭐⭐
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20. Haveluy à Wallers [a 103,5 km] 2.500m – ⭐⭐⭐⭐
19. Trouée d’Arenberg [a 95,3 km] 2.300m – ⭐⭐⭐⭐⭐
18. Wallers à Hélesmes [a 89,3 km] 1.600m – ⭐⭐⭐
17. Hornaing à Wandignies [a 82,5 km] 3.700m – ⭐⭐⭐⭐
16. Warlaing à Brillon [a 75 km] 2.400m – ⭐⭐⭐
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15. Tilloy à Sars-et-Rosières [a 71,5 km] 2.400m – ⭐⭐⭐⭐
14. Beuvry à Orchies [a 65,2 km] 1.400m – ⭐⭐⭐
13. Orchies [a 60,2 km] 1.700m – ⭐⭐⭐
12. Auchy à Bersée [a 54,1 km] 2.700m – ⭐⭐⭐⭐
11. Mons-en-Pévèle [a 48,6 km] 3.000m – ⭐⭐⭐⭐⭐
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10. Mérignies à Avelin [a 42,6 km] 700m – ⭐⭐
9. Pont-Thibault à Ennevelin [a 39,2 km] 1.400m – ⭐⭐⭐
8. Templeuve (L’Épinette] [a 33,8 km] 200m – ⭐
8. Templeuve (Moulin-de-Vertain] [a 33,3 km] 500m – ⭐⭐
7. Cysoing à Bourghelles [a 26,9 km] 1.300m – ⭐⭐⭐
6. Bourghelles à Wannehain [a 24,4 km] 1.100m – ⭐⭐⭐
---
5. Camphin-en-Pévèle [a 19,9 km] 1.800m – ⭐⭐⭐⭐
4. Carrefour de l’Arbre [a 17,2 km] 2.100m – ⭐⭐⭐⭐⭐
3. Gruson [a 14,9 km] 1.100m – ⭐⭐
2. Willems à Hem [a 8,2 km] 1.400m – ⭐⭐⭐
1. Roubaix (Espace Charles Crupelandt] [a 1,4 km] 300m – ⭐

Startlist


Condições Atmosféricas

As previsões apontam para chuva, o que significa: CAOS.
11ºC.
Vento moderado de oeste.

Favoritos

DQT
Senechal, Asgreen, Lampaert e Stybar, são quatro monstros neste terreno e estão em boa forma, qualquer um deles pode ganhar e essa é a grande vantagem da equipa belga, têm os números a seu favor.
As primeiras horas de prova serão marcadas pela presença de Tim Declercq na frente do pelotão.

Wout van Aert
Depois da desilusão do mundial, o fenómeno belga chega aqui com menos favoritismo e isso até pode ser bom para ele, já que terá menos responsabilidade.
Para o sucesso, Teunissen, Affini e Von Hooyndonck são muito importantes, Van Aert precisa de ajuda para não andar a responder a tudo e todos, gastando muito energia que no final faz falta.

Mathieu Van der Poel
No mundial esteve bastante apagado, mas no final sprintou bem. Ele espera estar melhor aqui, mas tem o mesmo problema de Van Aert, é dos mais vigiados e lutará contra a matilha.
No entanto, assim como o seu maior rival, pode ganhar em diversos cenários.

Bora-Hansgrohe
Peter Sagan e Nils Politt são as apostas da equipa alemã. Politt foi 2º na última edição e é um ciclista que sabe-se mexer muito bem neste terreno.
Sagan dispensa apresentações, apesar de estar longe do que já foi, continua a ser um ciclista com muita classe.

Sep Vanmarcke
Caso não tenha azares, coisa muito dificil de acontecer, é um candidato aos primeiros lugares. 

Dylan van Baarle
Está em grande forma, mostrou isso no mundial. Mas para ganhar terá de chegar sozinho ao velódromo de Roubaix, o que não é descabido.
A Ineos não apresenta um grande conjunto para o ajudar.

Sonny Colbrelli
Está na forma da sua vida e por isso é um dos favoritos, mas fará a estreia na prova e não tem uma grande equipa para o apoiar.

Stefan Kung
A Suíça desespera por um sucessor de Cancellara neste terreno e Kung parece ser o melhor. Os adversários não lhe podem dar muito espaço, é uma locomotora de respeito.

Portugueses
André Carvalho e Rui Oliveira são os representantes lusitanos. Não há grandes expectativas para eles, talvez entraram na fuga do dia.


⭐⭐⭐⭐⭐ van Aert, Van der Poel
⭐⭐⭐⭐ Asgreen, Stybar, Lampaert, Senechal
⭐⭐⭐ Politt, Sagan, Stuyven
⭐⭐ Colbrelli, Van Baarle
⭐ Pedersen, Vanmarcke, Kung

A nossa aposta: DQT
Joker: Stefan Kung

TV: Eurosport 1 (09:55, WEST)

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