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Rescaldo do 100º Giro d'Itália


Domingo terminou a 100ª edição do Giro d'Itália. Uma prova marcada por uma luta acesa entre os quatro primeiros classificados, com emoção até ao último dia devido à dúvida de quem conseguiria ganhar e também como ficaria o pódio final.

Vitória justa do Tom Dumoulin, que não merece discussão. Fraquejou um pouco nas últimas duas etapas de montanha, a sua recuperação ainda não é tão boa como a de outros, mas conseguiu amenizar as perdas. 
Ganhou duas etapas, o primeiro contrarrelógio e o final no Oropa. Na etapa rainha, no inicio da última subida (Umbrailpass), foi obrigado a parar para um dos momentos mais surreais dos últimos tempos no ciclismo:


Mesmo assim, ao ser segundo no contrarrelógio final em Milão, ganhou tempo mais do que suficiente sobre Quintana, Nibali e Pinot, para conquistar a sua primeira grande volta da carreira.

Nairo Quintana defendeu-se bem no último contrarrelógio, fez melhor que o Pinot e o Zakarin, mas foi insuficiente para ganhar a prova. É uma enorme desilusão, não há como fugir, veremos como se sai no Tour. A Movistar acaba por ser a grande derrotada, a melhor equipa que decidiu queimar as melhores ajudas do Quintana em fugas e mais fugas, nos últimos dias, estavam completamente queimados. A equipa espanhola ganhou de goleada a classificação coletiva, mas o mais importante, não.

Vincenzo Nibali acabou por fazer pódio, não deu para mais. A verdade é que o tubarão na montanha já não consegue fazer a diferença que chegou a fazer noutros tempos, por exemplo no Tour de 2014. Uma das possíveis razões, é que o nível deste ano foi muito alto, outra é que o italiano de Messina poderá estar a entrar na fase descendente da sua carreira. Mas nunca se pode menosprezar um dos poucos ciclistas que venceu as três grandes voltas.

Thibaut Pinot confirmou que este ano, voltou ao nível medíocre nos contrarrelógios, nos dois perdeu muito tempo e no último fez pior do que Quintana. Mas fez uma boa prova, esteve na discussão da mesma e nas etapas finais foi dos mais ativos e inconformados.

De resto, aqui ficam outros destaques:
- Mikel Landa, fez uma excelente terceira semana, juntamente com Nairo Quintana, foi o melhor ciclista na montanha. Venceu uma etapa depois de várias tentativas e muitos quilómetros em fuiga;
- Rui Costa, conseguiu a proeza de fazer três vezes 2º lugar em etapas. Não conseguiu o principal objetivo, que era vencer uma etapa, mas não se pode acusar de não ter tentado;
- Fernando Gavíria, que na estreia em GT's, ganhou 4 etapas, foi o melhor sprinter em prova, além disso, venceu a classificação por pontos, BRILHANTE;
- Jan Hirt e Jan Polanc, são ciclistas a acompanhar no futuro;
- Domenico Pozzovivo aos 34 anos, está na melhor forma da sua vida;
- Bob Jungels, que fez novamente top-10 e ganhou a juventude ao Adam Yates;
- Sebastian Reichenbach foi o melhor gregário da prova, com uma terceira semana de altíssimo nível;
- Maxime Monfort foi o ninja, alguém o viu em prova? No entanto, acabou em 13º da geral! Digno sucessor do Haimar Zubeldia :)
- as condições meteorológicas, que este ano foram 'simpáticas' para os ciclistas, não me lembro de um dia com chuva e frio;
- as paisagens deslumbrantes da Sardenha, Toscânia, Apulia e Dolomitas;
- as Fake News, o pissgate que não aconteceu e que até ao final da etapa 19 foi mais discutido do que a própria corrida;
- os italianos apenas ganharam 1 etapa! Se não for a pior edição para eles, não deve andar longe;


Melhor etapa - 19ª etapa (Foi uma etapa muito movimentada e o destaque principal foi a quebra de Dumoulin, a primeira mostra de fraqueza do holandês. Abrindo a discussão da vitória, que já parecia estar selada.);
Melhor equipa - FDJ (A Movistar era a equipa mais forte, venceu facilmente a classificação coletiva, mas em termos tácticos não esteve brilhante. A FDJ fez uma parte final do Giro muito bom, com Reichenback em destaque na ajuda a Pinot.);
Melhor trepador - Nairo Quintana (Venceu no Blockhaus e no cômputo geral, ganhou tempo na montanha para os rivais, mas não foi suficiente);
Melhor sprinter - Fernando Gavíria;
Melhor gregário - Sebastian Reichenbach (Terceira semana onde esteve especialmente forte, sempre no apoio ao seu líder.);
Desilusão - Steven Kruijswijk (Desilusão total, para o ciclista que no ano passado teve bem perto de vencer a prova. Este ano entrou debilitado fisicamente, andou sempre pelo top-10, mas na última etapa de montanha, decidiu abandonar.);
Revelação - Jan Hirt (Soberba prova do checo, um ciclista que em 2018 deve ter lugar no World Tour, talento ele tem, principalmente na montanha.);
Combativo - Mikel Landa (Tentou várias, até conseguir a tão desejada final. Depois do azar na etapa do Blockhaus, o basco mostrou que é um dos ciclistas mais fortes da atualidade, no terreno montanhoso.);
Melhor momento - Chegada a Oropa, a luta de Dumoulin contra Quintana. Com uma demonstração de força do holandês;
Pior momento - Queda de Thomas, Landa, Yates e Kelderman, entre outros, na 9ª etapa, no inicio da subida do Blockhaus. Um momento, que eliminou os dois líderes da Sky e Yates, da discussão da vitória;
Momento decisivo -Na 20ª etapa, Tom Dumoulin não conseguiu seguir os seus rivais na subida final de Foza. Nessa altura, Jungels fez um trabalho extraordinário em prol do holandês, que minimizou as perdas e que lhe permitiu vencer o Giro no contrarrelógio final;


Já estamos com saudades, venha a 101ª edição!

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