Um sprinter e pistard de eleição
1941. Com a Segunda Grande Guerra a decorrer e a correr pelo
Sport Lisboa e Benfica pelo segundo ano consecutivo, Eduardo Lopes tinha já
sido Campeão Distrital de Velocidade a 8 de Junho e Campeão Nacional de
Velocidade a 29 de Junho. Era um sprinter e pistard de eleição, o melhor nos
anos 40, conjuntamente com João Lourenço, de classe internacional, como
provaria a prestação em Espanha em 1942 e 1943, onde, formando equipa com João
Lourenço, Alberto Raposo e José Martins, adquiririam o cognome de “Los 4 Mosqueteros”,
vencendo quase todas as provas (8 em 10) em que participariam no país vizinho,
competindo com os melhores ciclistas espanhóis, italianos e franceses. Eduardo
Lopes baterá mesmo o Campeão de Velocidade de Espanha, Juan Plans em 1943. O
prestigiado jornal desportivo espanhol "Marca", escreveu: «Aparte
algumas das figuras de evidência do ciclismo francês que têm corrido em
Espanha, são os lusitanos os homens mais rápidos, mais voluntariosos e de maior
classe que têm pisado as pistas do nosso país nos últimos tempos».[1]
A 15 de Agosto, inicia-se a XI Volta a Portugal em Bicicleta.
Vence a 1ª etapa, Porto-Espinho, envergando a camisola amarela. Torna a vencer
na 2ª etapa, o Circuito de Espinho. “À medida que atingimos a serra, «Eduardo
Lopes fraqueja e o médico receitou-lhe um tónico», segundo o cronista do Diário
de Lisboa.”[2] “Na 20ª etapa, a de
Chaves-Guimarães, ganha por Francisco Duarte do Sporting, dá-se o caso da
Volta. Noé de Almeida, Alberto Raposo e Eduardo Lopes, atrasam-se
consideravelmente. Chegam em 25º, 26º e 27º lugar, respectivamente. O atraso
causa polémica. Os dirigentes do F.C. do Porto dizem a Raposo “Se quer correr
está bem, se não quer vá lá para Lisboa!”. O delegado do Benfica irradia Noé de
Almeida da Volta, por considerar que “ele podia ter feito melhor prova”.
Eduardo Lopes é poupado, por manifesta incapacidade física.”[3]
Estas e muitas outras histórias, poderão ser lidas no livro
“Em Memória de Eduardo Lopes – Glória e Drama de um Campeão de Ciclismo”, da
autoria de Eduardo Cunha Lopes, uma edição da Bubok Editora, considerado no
prefácio escrito pelo Prof. Dr. Eduardo Marçal Grilo, como uma das maiores
contribuições de sempre para a história do ciclismo português.
Lisboa, 10 de Junho de 2015
Eduardo
Cunha Lopes
[1] “Em Memória de Eduardo Lopes – Glória e Drama de um
Campeão de Ciclismo”, Editora Bubok, Pág.259 e Revista Stadium n.31 II Série,
de 7 de Julho de 1943, pág.6
[2] “Em Memória de Eduardo Lopes – Glória e Drama de um
Campeão de Ciclismo”, Editora Bubok, Pág.106
[3] “Em Memória de Eduardo Lopes – Glória e Drama de um Campeão de Ciclismo”,
Editora Bubok, Pág.107 e “À volta da Volta”, de Magda Ribeiro e Fernando Lebre,
Editora Prime Books
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